Likastía II

Organizando uma festa

- Como assim ele sumiu? – Rodan perguntou, intrigado.

- Já procurei em todos os lugares, comandante. Estou preocupado... Laos não se atrasa... Nunca. É um bom rapaz, um aprendiz excelente... Não foi à toa que o escolhi como meu aprendiz e futuro substituto. – O mago disse, tamborilando os dedos na madeira escura de seu cajado.

- Eu sei. – Rodan comentou, igualmente preocupado.

- Preciso realmente de ajuda... Nem pela pedra mágica dele consigo encontra-lo. Talvez se pedirmos ajuda à rainha...

- Não. – Rodan respondeu. – Carya já está muito sobrecarregada. Vou escolher alguns de meus melhores soldados para ajudar na busca. Também vou chamar meu cunhado. Ele anda mesmo me tirando do sério por estar sem nada pra fazer oficialmente.

- Eu agradeço, comandante. A ajuda de um mago como Seth é sempre bem vinda.

- Me dê vinte minutos e me encontre na entrada Norte do palácio. Nos organizaremos por lá.

- Algum motivo em especial para essa escolha? – O mago perguntou.

- Sim. – Rodan se levantou e ajudou o velho mago a se levantar da poltrona. – É o lado oposto do escritório onde minha esposa está. Carya é esperta e curiosa. Não quero que ela saiba disso enquanto pudermos evitar.

O mago sorriu, se apoiando no próprio cajado como um tipo de muleta. – Entendo, comandante. Melhor evitar a erupção furiosa do "vulcão Carya" enquanto possível.

Rodan riu, concordando com o velho. Ele abriu a porta e quase deu de cara com Kursk.

- Filho. Eu ia mesmo mandar te chamar. – Rodan disse.

- Senhor Vort, é sempre um prazer. – Kursk cumprimentou gentilmente. – Algum problema? O senhor parece cansado, preocupado até.

Pequeno Kursk...que feio. Leviatã zombou e riu.

- Sempre tão gentil e observador, alteza. – O mago comentou, realmente contente pela gentileza sempre presente no rapaz. – Creio que seu pai irá explicar tudo. Eu preciso cuidar de alguns assuntos antes de sairmos.

- Claro, senhor. Fique à vontade. – Kursk se despediu com uma leve reverência respeitosa ao mago. Quando ele se afastou, Kursk se virou para o pai. – O que está acontecendo?

- Você vai me ajudar em uma coisa. – Rodan disse, colocando um braço ao redor dos ombros do filho e caminhando pelo corredor.

- É só falar, pai. Se estiver ao meu alcance...

- Sua mãe vai encontra-lo hoje para continuar a organização dos detalhes do baile, não é?

- Sim, logo após o almoço, como sempre nos últimos dias.

- Ótimo. Quero que mantenha ela ocupada a tarde toda. Preciso ajudar o velho Vort em um problema, mas não quero preocupar sua mãe, a menos que não tenha outra opção.

- Claro. A mamãe já tem muito com o que se preocupar. Eu entendo. – Kursk disse e realmente entendia mesmo. – O problema do senhor Vort... É algo grave?

- Ainda não sei. Talvez só um repentino acesso de irresponsabilidade rara ou algum mal estar... – Rodan disse. – Você lembra do Laos, o aprendiz mais promissor de Vort?

- Acho que sim, não tenho certeza... São tantos magos e aprendizes pelo palácio. Me sinto um pouco culpado por não lembrar os nomes...

HAHAHAHAHA! Genial, rapaz. Leviatã gargalhou.