Likastía II

Jardim do ciúme

- Dagmar, você finalmente veio. Quase não a vejo mais, irmã. – Circe abraçou a irmã caçula.

- Você sabe como é... A vida de magos nunca é fácil. – Dagmar respondeu com um sorriso. – Vó, quanto tempo, querida senhora.

- Oi. – Vó respondeu olhando pra maga como se ela tivesse cocô na cara.

- Eu senti falta de suas hist.... – Dagmar começou, tentando ser amigável.

- Menina Line! Finalmente alguém pra conversar. – Vó pegou Line pelo braço, quase arrastando a jovem pra longe, ignorando deliberadamente a maga que ele não suportava.

- A senhora não precisa ficar tão nervosa com tia Dagmar, Vó. – Line disse sem graça.

- Não gosto dela. – Vó disse sem rodeios. – Ela sorri com a boca, mas tem veneno naqueles olhos, menina. Acredite em mim. Nunca me engano com essas coisas.

- Vó, eu a respeito e admiro muito, mas está sendo implicante. – Line disse, colocando um braço no da velha. – Tia Dagmar sempre foi um amor comigo, foi quem mais apoiou a ideia de tia Circe em me adotar. Ninguém com um coração tão bondoso pode ser uma pessoa ruim.

- Perdoe-me inteferir na conversa das damas, - Kursk beijou a mão de ambas gentilmente – mas poderiam me ajudar? Temos que manter o pai e a mãe longe por mais alguns minutos até tudo ficar pronto e, bem, as senhoras sabem...

- Você é um péssimo mentiroso do caramba. – Vó disse rindo.

- Nós vamos atrasá-los, alteza. Não se preocupe. – Line disse e puxou Vó para a rua.

- Irmão. – Dreyfus chamou. – Está tudo pronto com os enfeites.

- Graças aos céus. – Kursk suspirou, seus olhos automaticamente procurando Rania na multidão de amigos que ajudavam a preparar uma festa surpresa pelo aniversário de 16 anos da cura de Rodan.

- Ela está conversando com uma serva nova. – Dreyfus disse, captando o pensamento do amigo. – Na cozinha. Disfarça, parceiro. Você está cada vez mais possessivo com ela e a sacerdotisa de Kallisti está desconfiada.

Kursk olhou pra Circe e percebeu que ela realmente estava atenta à ele. Ele acenou respeitosamente com a cabeça e saiu com Dreyfus pra verificar alguns detalhes da organização da festa no jardim.

- Já falou com seus pais? – Dreyfus perguntou.

- Ainda não.

- Kursk, pelos anéis Anuin, que merda você está esperando?

- Eu preciso de tempo, irmão. Não é assim tão fácil

- Tempo? Tempo pra que, caramba? Vai lá e resolve logo isso.

- Do mesmo jeito que você resolveu seu dilema amoroso? – Kursk perguntou num tom ácido. Dreyfus olhou pra ele em choque. – É irmão, eu sei que alguma moça amarrou esse coração selvagem ai.

- Eu...Eu... Isso...Não é verdade.

- Drey, porque mais você ficaria tão arredio com as mulheres que geralmente te atraem e suspiraria o dia todo? – Kursk se virou pra ele. – Posso apostar que você não se resolveu com quem quer que seja a coitada que vai ter que te aturar. Então não me encha o saco!

Kursk saiu de mau humor, deixando Dreyfus em choque parado no lugar. Os olhos do príncipe leonino vagaram pela multidão à procura de sua amada, mas, lembrando que ela não estava ali, saiu irritado procurando algo pra se ocupar.

~o~

O casal real foi pego de surpresa pela festa maravilhosa que seus filhos e amigos haviam planejado. Não era algo gigantesco, cheio de pompas, mas tinha bastante gente. Amigos, aliados, pessoas com as quais eles se importavam e que se importavam com eles. Dreyfus, para surpresa de todos, não quis dançar com ninguém, sempre recusando educadamente, seus olhos discretamente observando quem realmente lhe interessava. Kursk dançou com sua mãe, sua amada irmã adotiva, Line, Circe, Dagmar, até com Vó. Sempre um cavalheiro, sempre sendo o famoso "lord" Tiger. Carya dançou com seu marido, perambularam pela festa agradecendo a presença de cada um, ambos se separando às vezes pra aceitar educadamente uma dança com algum amigo ou nobre, mas sempre voltando um ao outro como se atraídos por um imã. Devon agradeceu pela dança com Carya e se afastou quando um nobre se aproximou pedindo a vez.