Caminhos do destino

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- Mantenha a postura. Mostre, mas não mostre muito. Deixe que ele deseje, anseie por mais. – Cicla dizia, observando atentamente cada gesto de sua filha.

- Mãe, estou cansada. Não podemos para um pouco? – Amara choramingou.

- Não! Você tem poucos dias antes de ir para Smilon. Não quero falhas, Amara. Você precisa ser capaz de seduzir facilmente qualquer um. – Cicla se aproximou e levou a moça de 14 anos pra frente do espelho, parando atrás dela. A menina era realmente bonita, com curvas perfeitas, um corpo que parecia mais adulto, uma jaguar dourada, uma combinação perfeita de seus pais. – Olha pra você, querida. É linda. Precisa saber usar isso a seu favor. Você é perfeita para a missão para a qual a criei e sei que irá cumprir seu papel com maestria. Mas não pode se descuidar, Amara. Precisa ter cada gesto muito bem executado, cada tom de voz, cada olhar... Tudo deve servir ao seu propósito maior. Qual o nosso lema?

Amara respondeu com o tom de voz mais doce e sedutor que aprendera com a mãe: - Homens devem ser usados, manipulados e depois descartados, sempre.

- Muito bem, minha modelo de beleza. Agora vamos treinar seus gestos ao se sentar. – Cicla disse se afastando para um canto, observando com olhar crítico cada movimento da menina.

- Como estamos? – Rait, pai de Amara entrou estudando ela com o mesmo olhar crítico da esposa.

- À beira da perfeição. – Cicla respondeu sem desviar a atenção da menina.

- Bom. – Rait respondeu. – Amara, quando terminar aqui quero que me encontre na sala. Vamos repassar todo o plano.

- Mas, paaai... – Amara só queria dormir. Ter sempre que ser perfeita era cansativo.

- Nada de "mas", menina! – Rait disse com firmeza. –Isso não é um joguinho infantil, Amara. Vidas dependem do seu sucesso. Termine aqui e venha.

- Sim, papai. – Amara disse cansada.

~o~

- Chefe! Ô chefe! – Um dos bandidos do bando entrou.

- Fala, criatura! Não precisa ficar gritando meu nome como uma mocinha indefesa não! – Bafo disse irritado.

- Os cara vieram lá da capital. Dois dos que observam aquela...Bem...O senhor sabe...A garota.

- Sim. Novidades?

- Sim, senhor. Ela anda de aconchego com um velho mago lá. Os cara investigaram antes de vir e, o senhor não vai acreditar quem aquela coisinha bonita fisgou.

- Desembucha, inferno! – Bafo disse já ficando fulo com a informação.

- O irmão da rainha usurpadora, aquele Tiger pálido.

- Seth. – Bafo rosnou o nome com raiva. – Tem certeza disso?

- Sim, chefe. Os caras viram ele e a menina lá no lago, antes do raiar do dia, de mãozinha dada e tudo, como se fossem namorados. Claro que, juntos àquela hora, sozinhos, deviam ta curtindo muito ne. – O bandido riu imaginando inúmeras perversões.

- Eu sabia que devia ter arrancado aquela piranhazinha das mãos daquela sacerdotisa idiota a anos! – Bafo rosnou. – Tanto que gastei comprando aquela menina e depois caçando pra agora ela ir se jogar no colo de um velho que, sinceramente, achei que gostava de macho porque ninguém nunca vê ele com nenhuma mulher.

- É chefe. Mas, o senhor falou, e tinha razão, que não dava pra tirar ela da mão da sacerdotisa. Ia dar muita merda pro nosso lado, atrapalhar os negócios.

Likastía IIOnde histórias criam vida. Descubra agora