Hora da vingança

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- Pronto, rapaz? Isso não vai ser brincadeira. – Levi comentou, atrás de Kursk, o olhando pelo espelho com as mãos fantasmagóricas nos ombros do rapaz.

- Eu sei, mas ele praticamente implorou por isso. Vamos, Levi. Temos uma vingança pra colocar em prática. – Kursk disse com um olhar sombrio que fez Levi lembrar de Tigrésius quando eles dois secretamente planejavam o assassinato do rei Estefan, mais de 40 anos atrás.

A figura sombria de Levi se desmaterializou no ar enquanto ambos saíam do quarto.

~o~

3 dias antes...

Guardas e até pessoas comuns se voluntariaram para fazer a segurança do palácio de Rádara, a impedindo de sair. Uma das ordens de Drey foi a de que ninguém deveria servir nada à ela, ela não teria nenhum servo nunca mais. Tudo que ela quisesse, deveria fazer sozinha. Era o pior castigo que o rei leonino podia dar à orgulhosa e aristocrata ex-rainha. Apesar da criação humilde que os pais tentaram lhe dar, Rád nunca se esforçou realmente para aprender a fazer coisas corriqueiras como esquentar a própria comida, preparar o próprio banho, tirar a poeira ou varrer a própria casa... A única coisa que ela sabia realmente fazer, por causa de um castigo que o pai lhe dera anos antes, era lavar roupas. E ela odiava aquela tarefa.

Drey, Rodan, Kursk, Circe e Seth voltaram para o palácio leonino com inúmeros seguidores de todas as áreas profissionais e idades. Um grupo de guardas cercava a Tiger com a cabeça coberta por um saco de tecido negro. Outro grupo logo atrás do rei Dreyfus carregava o cubo de gelo com Carya dentros, cada vez mais pálida. O povo os acompanhou até a entrada no palácio, gritando saudações ao novo rei e desejos de melhoras para a rainha Tiger, a amada jovem que o povo leonino conhecia desde bebê. Drey ordenou que o cubo de gelo com Carya fosse levado para um quarto especial onde sua avó Teira havia ficado quando estava em um estado semelhante. Enquanto isso, o novo rei leonino e a família real Tiger, a sacerdotisa de Kallisti e os guardas levaram Dagmar para o interrogatório. Os servos já haviam arrumado todo o salão de tal forma que era impossível encontrar qualquer vestígio do conflito que ocorrera ali no dia anterior. Algumas cadeiras de espaldar alto foram colocadas dos lados do trono real para acomodar os visitantes, enquanto à frente dois guardas ladeavam Dagmar que fora posta de joelhos, com mãos amarradas para trás. Todos tomaram seus lugares, visivelmente cansados, e Drey sinalizou para os guardas retiraram o tecido da cabeça dela.

Dagmar mantinha um olhar firme e queixo altivo como se não estivesse em uma posição delicada que poderia lhe custar a vida em ambos os reinos. Um mago da Corte leonina se aproximou silenciosamente e ficou na porta principal, a alguns metros atrás de Dagmar. Drey lhe deu um único e rápido olhar de aprovação e voltou seu foco para a Tiger ajoelhada.

- Você sabe porque está aqui. – Não era uma pergunta. – Quero saber o que você enjetou na rainha Carya e qual é o antídoto.

Dagmar continuou tão calada como no momento em que fora pega tentando fugir, prevendo a descoberta de Carya e o que isso acarretaria para ela.

- Dagmar, não sou um homem paciente quando o problema envolve minha família. Sua sorte é que você foi presa em território leonino e Dreyfus ainda está lhe dando um tratamento calmo. Por mim você já estaria na câmara de tortura. – Rodan disse tão furioso que sentia sua pálpebra esquerda tremer. – Mas Drey pode mudar de ideia e me entregar você. Então não abuse da sorte.

- Falou o marido leonino nojento da rainha usurpadora de tronos que se deitava com metade de Likastía antes de dar um golpe num velho tolo. – Dagmar disse com o tom mais ácido que possuía.

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