NARRADORA
A resenha da noite anterior rendeu uma bela ressaca ao casal, que em vão tentou prolongar o sono. A movimentação pela casa impediu que permanecessem na cama por mais tempo, àquela altura a família de Rafaella já estava imersa nos preparativos da ceia de Natal, além das muitas vozes que podiam ser ouvidas, uma música animada já ecoava por todos os cômodos.
- Meu Deus, eu só queria mais dez minutinhos de chamego com você nessa cama, é pedir demais? - Rafaella disse com o rosto enterrado no pescoço da namorada. - Desculpa por isso, amor.
- Tá tudo bem, amor. - Gizelly a envolveu nos braços e deixou um beijo sobre os cabelos. - Imaginei que as coisas seriam movimentadas mesmo, até porque sua mãe mencionou que o restante da família chegaria logo cedo.
- Ai, eu sei, mas... - Beijou o pescoço e aspirou o perfume ainda presente na pele da capixaba. - Só queria aproveitar a gente assim juntinhas, sabe?
- Claro que sei, mas precisamos levantar, ok? - Se afastou do corpo maior e levou a mão até o rosto da mineira, deixando um carinho leve. - Deve ter um monte de coisa pra fazer e eu não quero ser a nora folgada, até porque ainda tô em fase de testes com a minha sogra.
- Dona Genildinha já te aprovou há muito tempo. - Deitou o corpo sobre o de Gizelly e selou os lábios de forma demorada. - Mas talvez eu precise de mais alguns testes, só pra ter certeza, sabe?
- Ah, é? - Franziu a testa e fingiu não notar as segundas intenções da namorada. - E como seriam esses testes?
- Acho melhor eu te mostrar. - Sussurrou com os lábios colados aos de Gizelly enquanto sua mão pressionou a cintura e desceu pela parte interna da coxa.
- Rafaella... - Repreendeu quando notou o toque ousado da mão, os olhos fecharam imediatamente. - Se a gente começar, você sabe que não saímos desse quarto hoje.
- Não tenho culpa se eu já acordo excitada, amor. - Usou um tom manhoso e deslizou os lábios até o pescoço, mordendo levemente a pele.
- Em outra situação eu agradeceria ao universo por você estar assim logo cedo. - Tentou ser racional e segurou o rosto de Rafaella, fazendo os olhos se encontrarem. - Mas precisamos mesmo levantar.
- Não tenho alternativa mesmo, né? - Suspirou frustrada e se levantou da cama, caminhou até o banheiro e trancou-se no cômodo.
- É sério isso, Rafaella? - Levantou em seguida e caminhou até o banheiro, se deparando com a porta fechada. - Não acredito que você tá puta comigo.
Esperou alguns segundos, mas não obteve nenhuma resposta. Decidiu então pegar uma roupa confortável na mala e se dirigir ao banheiro que ficava fora do quarto. Tomou um bom banho, penteou os cabelos e vestiu-se ainda no cômodo, não achou adequado sair apenas de toalha pela casa, alguém poderia vê-la. Ao voltar para a suíte da namorada a viu desviar a atenção do celular e conectar os olhares. Rafaella encolheu os ombros e encarou o chão.
- Desculpa, amor. - Subiu o olhar novamente e sorriu sem jeito. - Quando digo que ainda não sei lidar com tudo que você me causa, não tô exagerando, acabo ficando passional demais.
- Assim você me quebra. - Se aproximou da namorada e agachou-se na sua frente, segurou suas mãos e sorriu. - Nós teremos muito tempo pra namorar bem gostosinho, tá bom?
- Promete? - Deixou um bico se formar e encarou fixamente os olhos castanhos, vendo a capixaba assentir com a cabeça. - Então vamos descer antes que sua sogra apareça aqui.
Caminharam em direção a cozinha, de onde vinha a maior parte do barulho. Se depararam com as mães em uma conversa animada, não contiveram os sorrisos. Era uma cena tão familiar que poderiam facilmente se acostumar a viver aquilo com maior freqüência.
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Manat | ⚢
FanfictionA arquiteta e a publicitária não se conheciam, não possuíam amigos em comum ou sequer frequentavam os mesmos lugares. As chances de suas rotinas se cruzarem eram quase nulas, para não dizer impossíveis, mas naquela manhã em que a Gizelly optou por m...