CAPÍTULO XXIII - FAMÍLIA PART. 2

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NARRADORA

A resenha da noite anterior rendeu uma bela ressaca ao casal, que em vão tentou prolongar o sono. A movimentação pela casa impediu que permanecessem na cama por mais tempo, àquela altura a família de Rafaella já estava imersa nos preparativos da ceia de Natal, além das muitas vozes que podiam ser ouvidas, uma música animada já ecoava por todos os cômodos.

- Meu Deus, eu só queria mais dez minutinhos de chamego com você nessa cama, é pedir demais? - Rafaella disse com o rosto enterrado no pescoço da namorada. - Desculpa por isso, amor.

- Tá tudo bem, amor. - Gizelly a envolveu nos braços e deixou um beijo sobre os cabelos. - Imaginei que as coisas seriam movimentadas mesmo, até porque sua mãe mencionou que o restante da família chegaria logo cedo.

- Ai, eu sei, mas... - Beijou o pescoço e aspirou o perfume ainda presente na pele da capixaba. - Só queria aproveitar a gente assim juntinhas, sabe?

- Claro que sei, mas precisamos levantar, ok? - Se afastou do corpo maior e levou a mão até o rosto da mineira, deixando um carinho leve. - Deve ter um monte de coisa pra fazer e eu não quero ser a nora folgada, até porque ainda tô em fase de testes com a minha sogra.

- Dona Genildinha já te aprovou há muito tempo. - Deitou o corpo sobre o de Gizelly e selou os lábios de forma demorada. - Mas talvez eu precise de mais alguns testes, só pra ter certeza, sabe?

- Ah, é? - Franziu a testa e fingiu não notar as segundas intenções da namorada. - E como seriam esses testes?

- Acho melhor eu te mostrar. - Sussurrou com os lábios colados aos de Gizelly enquanto sua mão pressionou a cintura e desceu pela parte interna da coxa.

- Rafaella... - Repreendeu quando notou o toque ousado da mão, os olhos fecharam imediatamente. - Se a gente começar, você sabe que não saímos desse quarto hoje.

- Não tenho culpa se eu já acordo excitada, amor. - Usou um tom manhoso e deslizou os lábios até o pescoço, mordendo levemente a pele.

- Em outra situação eu agradeceria ao universo por você estar assim logo cedo. - Tentou ser racional e segurou o rosto de Rafaella, fazendo os olhos se encontrarem. - Mas precisamos mesmo levantar.

- Não tenho alternativa mesmo, né? - Suspirou frustrada e se levantou da cama, caminhou até o banheiro e trancou-se no cômodo.

- É sério isso, Rafaella? - Levantou em seguida e caminhou até o banheiro, se deparando com a porta fechada. - Não acredito que você tá puta comigo.

Esperou alguns segundos, mas não obteve nenhuma resposta. Decidiu então pegar uma roupa confortável na mala e se dirigir ao banheiro que ficava fora do quarto. Tomou um bom banho, penteou os cabelos e vestiu-se ainda no cômodo, não achou adequado sair apenas de toalha pela casa, alguém poderia vê-la. Ao voltar para a suíte da namorada a viu desviar a atenção do celular e conectar os olhares. Rafaella encolheu os ombros e encarou o chão.

- Desculpa, amor. - Subiu o olhar novamente e sorriu sem jeito. - Quando digo que ainda não sei lidar com tudo que você me causa, não tô exagerando, acabo ficando passional demais.

- Assim você me quebra. - Se aproximou da namorada e agachou-se na sua frente, segurou suas mãos e sorriu. - Nós teremos muito tempo pra namorar bem gostosinho, tá bom?

- Promete? - Deixou um bico se formar e encarou fixamente os olhos castanhos, vendo a capixaba assentir com a cabeça. - Então vamos descer antes que sua sogra apareça aqui.

Caminharam em direção a cozinha, de onde vinha a maior parte do barulho. Se depararam com as mães em uma conversa animada, não contiveram os sorrisos. Era uma cena tão familiar que poderiam facilmente se acostumar a viver aquilo com maior freqüência.

Manat | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora