CAPÍTULO IV - MEMÓRIAS

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Oi, gracinhas, como estão?

O capítulo de hoje tem música e eu vou avisar quando colocá-la pra tocar, combinado? Deixem Vienna do Billy Joel prontinha. Ah, de antemão esclareço que os trechos que estão em itálico são lembranças.

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"São como se fossem um lar. Às vezes bagunçado, às vezes arrumado, às vezes cheiroso, às vezes fedido." - D.V

"Memória é tudo aquilo que já passou, não necessariamente aquilo tudo que é importante ou que seja de uma carga emocional muito grande pra gente. Tudo é memória, tudo que passou se transforma numa memória." - D.M

"Memória é aconchego, é um quentinho no coração. Causa saudade e pode transbordar pelos olhos."  - L.R

"Muitas vezes a memória é uma idealização. A gente idealiza algo que a gente viveu. Pode ser uma coisa muito fantasiosa às vezes." - M.B

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NARRADORA

As pessoas têm diferentes interpretações sobre o que são memórias. Mas é fato que elas constroem a nossa narrativa de vida e nos permeiam até que deixemos de existir. Somos feitos de memórias, sejam daquele banho de chuva num dia quente, do abraço casa de um amigo ou daquele bolinho de chuva na casa dos avós ou de um coração partido, um braço quebrado ou da perda de um ente muito querido.

Para atender a intimação que Manoela havia feito na noite anterior, Gizelly não enrolou na cama naquele sábado, precisava se aprontar antes que a paulista a enchesse de mensagens e ligações. Tomou um banho rápido, vestiu uma roupa confortável e saiu de seu apartamento. O trajeto foi tranquilo, o trânsito aos fins de semana era sempre livre, por isso não teve nenhum problema em encontrar uma vaga em frente ao estabelecimento.

– Você me abandonou dois minutos após chegar. – Gizelly disse apontando para Manoela após adentrar o salão principal.

– Eu sei, mas foi por um ótimo motivo, você sabe. – Disse Manu ao se aproximar da capixaba e a abraçar de lado. – E tenho certeza que não foi nenhum sacrifício passar a noite toda com a Rafa.

– E quem te disse que isso aconteceu? – Gizelly depositou um beijo nos cabelos da mais baixa e a apertou levemente.

– É óbvio que a Bianca encontrou alguém, você me disse que ela sempre faz isso. – A mais baixa deu de ombros.

– Você tem razão. – A arquiteta caminhou até uma das mesas e se acomodou. – Mas me diga, aconteceu algo pra que você me intimasse a vir hoje?

– Só queria conversar, saber mais sobre sua noite... – Manu abriu um pequeno sorriso enquanto se sentava na cadeira oposta. – Você se divertiu? Beijou alguém?

– Me diverti muito. Mas não beijei ninguém, não por falta de tentativa. – Disse tímida enquanto balançava a cabeça.

– Como assim? Te deram um fora? – A paulista perguntou espantada.

– Não, na verdade eu dei... – Gizelly disse totalmente sem jeito. Manu esperou que ela continuasse. - Eu só... não podia, Manu.

– Por que? – Manu franziu o cenho em sinal de confusão.

– Porque ela não estava sóbria e... - Gizelly destravou seu celular sobre a mesa e o virou para Manu. – Por isso também. – O nome do contato "Cliente Rafaella K." apareceu na tela e a paulista leu a última mensagem.

– Mas espera... – Manu arqueou uma das sobrancelhas. – Você me disse que não a beijou, então o que essa mensagem quer dizer?

– Bom, eu não a beijei, não de fato. – A arquiteta suspirou pesadamente. – Quando fomos nos despedir em frente ao prédio de Rafaella, eu meio que... talvez minha boca tenha chegado próxima demais da dela, foi só isso.

Manat | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora