CAPÍTULO XVI - MEDOS

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Oi, meus anjos. Hoje tem música pra acompanhar parte do capítulo e eu vou avisar quando dar o play, ok? Deixem Believer do Imagine Dragons pronta!

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NARRADORA

– Vocês são parentes de Gizelly Bicalho? – O médico pronunciou formalmente, atraindo ao mesmo tempo os quatro pares de olhos aflitos para si.

As quatro mulheres levantaram-se imediatamente ao ouvir o chamado do médico. Bianca ousou dar alguns passos em direção a ele e com o peito repleto de medo se pronunciou:

– Como ela tá, doutor? – Apertou levemente a mão de Mariana enquanto encarava com os olhos já inundados em lágrimas o homem a sua frente. – Ela vai ficar bem, né? Ela é forte, é... é, é muito forte.

– Eu me chamo Otávio e sou o médico responsável pelo atendimento da Gizelly nesse momento. – Abriu um sorriso amigável. – Sei que estão ansiosas por informações sobre o estado de saúde dela e foi por isso que vim até aqui.

– Nós já podemos vê-la? – Rafaella questionou esperançosa, mas foi cortada pelo balançar negativo da cabeça de Otávio. – O que houve? Por Deus, ela... ela, não... – A frase não saiu pelo choro preso na garganta.

– Ela tá estável no momento, é a primeira coisa que precisam saber. – Começou paciente. – A Gizelly sofreu um Trauma Cranioencefálico de nível moderado, felizmente o uso do capacete amenizou a gravidade da pancada e impediu um possível dano cerebral. – Vendo que não seria interrompido, continuou. – Além disso, houve uma fratura no braço direito e algumas escoriações.

– Mas ela... – Manu se policiou, mas não havia outro modo de abordar o assunto. – Ela tá em coma? – Encarou o médico com certo receio.

As amigas permaneciam atônitas, era difícil assimilar as informações jogadas tão repentinamente, ainda que não soubessem exatamente o que aqueles termos significavam.

– Não. – Apressou-se em esclarecer. – Ela tá sedada, mas deve acordar em breve e acho que seria bom ela ver um rosto conhecido quando isso acontecer. – Esboçou um sorriso gentil. – Vamos precisar mantê-la aqui por pelo menos 72 horas para monitorar o quadro, ainda que estável. Em breve faremos uma nova tomografia para confirmar que não há nenhuma lesão que possa ter aparecido posteriormente ao primeiro exame.

– Então ela não corre nenhum risco, certo? – Mariana questionou num tom calmo. – Será que nós podemos vê-la agora?

– Eu seria imprudente ao dizer que ela não corre nenhum risco, mas é um quadro que apesar de aspirar muito cuidado, é bem otimista, felizmente. – Manteve o sorriso cordial no rosto. – Quanto às visitas, só posso liberar duas pessoas por vez, tudo bem? Assim que decidirem quem vai entrar primeiro, podem ir até a recepção, o quarto dela é o 305. – Fez uma pausa. – Não se assustem caso ela apresente algum grau de confusão mental, tudo bem? É muito comum em pacientes traumatizados, ainda que em um nível menos grave.

Agradeceram gentilmente por todas as informações passadas e finalmente puderam respirar mais aliviadas. Bianca era a única que não havia esboçado nenhuma reação, o que começou a preocupar as amigas em certo nível.

– Você ouviu o que o médico disse, amor? – Mariana levou uma das mãos até o rosto de Bianca e a encarou. – Nós vamos poder vê-la em breve.

– Eu... eu, preciso sair daqui. – Bianca suspirou e passou as mãos pelos cabelos. – Não vou conseguir. – A fala saía incoerente e nervosa.

– Olha pra mim. – A namorada segurou seu rosto e a fez encará-la. – Eu sei que é difícil, mas o pior já passou. – Deixou um beijo em seus lábios. – Tenho certeza que ela vai ficar muito feliz em acordar e te ver pertinho.

Manat | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora