CAPÍTULO XIX - AMOR

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GIZELLY BICALHO

Nossa estadia em Vitória não poderia ter sido melhor, minha mãe estava completamente encantada por Rafaella e não havia como culpá-la, minha namorada era realmente incrível. Nos despedimos de dona Márcia com a promessa que nos veríamos muito em breve. Meu coração não poderia estar mais feliz, ainda que antecipadamente eu tivesse total certeza da aprovação de minha mãe em relação ao meu namoro, vê-las convivendo tão bem me trouxe uma realização que eu não sabia que precisava sentir até aquele momento.

- Tá tão pensativa, aconteceu alguma coisa? - Rafaella deslizou uma das mãos pelo meu rosto e sorriu. - Sabe que pode falar comigo, sobre qualquer coisa.

- Não, não. - Me apressei em esclarecer e retribuí o sorriso. - Tá tudo bem, amor. - Só tava aqui pensando o quanto tô feliz por você e minha mãe terem se dado tão bem.

- Eu também fiquei muito feliz e... aliviada. - A ouvi soltar uma risada e puxei seu corpo para cima do meu. - Tá pronta pra voltar ao trabalho? - Senti sua mão acariciar levemente meu rosto.

- Prontíssima. - Soltei um longo suspiro e torci os lábios. - Só não tô pronta pra acordar sem você ao meu lado todos os dias. Você me deixou totalmente mal acostumada, Rafaella Kalimann.

- Eu também vou sentir a sua falta, mas sei que precisamos ir com calma, você entende? - Ela sorriu meio sem jeito e eu pude sentir o cuidado em suas palavras e por pior que fosse ficar longe, sabia que ela tinha razão.

- Claro que entendo. - A apertei contra mim e afundei meu rosto em seu pescoço, sentindo o perfume que eu adorava. - E a gente pode dormir assim juntinhas... - Deixei um beijo em sua pele e a senti arrepiar. - umas duas vezes na semana, só pra você não morrer de saudades.

- Eu, né? Quem é que fica toda cheia de manha quando eu me levanto só pra ir até o banheiro ou à cozinha beber água? - Senti seus dedos começarem a distribuir cócegas pelo meu corpo.

- Ué, vai que você decide fugir no meio da noite? - Arqueei uma sobrancelha e tentei desviar de suas mãos. - Amor, não... por favor, para.

- Admita e eu paro. - Continuou com os movimentos por minhas costelas e barriga. - Não custa muito, vai.

- Tudo bem. - Respirei fundo e a encarei. - Eu preciso que você venha dormir comigo porque não quero morrer de saudades, boazuda. - Fechei os olhos e sorri quando senti os ataques cessarem.

- Melhor assim. - Abri os olhos quando senti seus dedos passearem lentamente por meus braços enquanto aqueles olhos verdes me encaravam. - Precisamos ir até o hospital e de lá te deixo no escritório, pode ser?

- Por favor, eu não aguento nem um segundo a mais com essa coisa no meu braço. - Deixei um pequeno bico se formar e recebi os lábios de Rafaella sobre os meus. - Tô ansiosa pra saber como andam os projetos, a Bia não me deixou ciente de muita coisa, disse que eu precisava descansar.

- Sabe que ela tem razão, você precisava mesmo, meu bem. - Me repreendeu num tom sério e eu revirei os olhos. - Não vou nem discutir sobre isso.

[...]

- Muito melhor assim. - Levantei o braço agora livre do gesso e sorri satisfeita. - Tô pronta pra um longo e cansativo dia de trabalho.

- Não tô tão pronta quanto você, mas também preciso ir à empresa, muita coisa pra resolver. - Deu de ombros e piscou pra mim. - Se precisar de qualquer coisa, me liga, ok?

- Eu ligo mesmo sem precisar, você sabe. - Pisquei de volta e a vi soltar uma risada gostosa. - Se cuida, por favor, preciso de você inteirinha.

Rafaella se aproximou de mim e envolveu meu lábio inferior entre os seus antes de me beijar de vez. Quando nos separamos ela tinha um sorriso lindo nos lábios. Eu amava aquele sorriso.

Manat | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora