CAPÍTULO XXXIII - SURPRESA

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NARRADORA

Quarta-feira - 2:35am, apartamento de Bianca e Mariana

Ainda chocada com a cena, Bianca abriu espaço para que Mariana entrasse no apartamento e auxiliou Rafaella que ainda estava no chão. Não era preciso muito para notar que as duas estavam completamente bêbadas, as vozes, as posturas e o cheiro forte de álcool as entregava. A carioca até tentou conter o riso, mas foi inevitável quando a amiga se jogou no sofá e se acabou em lágrimas que ela sequer sabia de onde vinham.

— Rafinha, o que houve? – Bianca se abaixou próxima a amiga e segurou uma de suas mãos. – Tu tá sentindo alguma coisa?

— Eu briguei com a Gizelly, saí pra beber e nem avisei onde eu tava. – Fungou algumas vezes e escondeu o rosto com a mão livre. – Ela deve ter me ligado um milhão de vezes e eu recusei todas.

— Calma, não precisa ficar assim, vou avisar que tu tá aqui, ok? – Se levantou e caminhou até o quarto para pegar o celular, precisava acalmar a amiga que àquela altura estava enlouquecida pelo sumiço da namorada.

Bianca resolveu fazer a ligação ainda em seu quarto, não queria causar nenhum desconforto entre as amigas. Após ter que lidar com uma Gizelly completamente histérica e preocupada do outro lado da linha, informou que Rafaella estava bem e em segurança, garantiu que a mineira dormiria em seu apartamento e no dia seguinte iria embora para que conversassem. Totalmente contrariada a capixaba desistiu de ir até a casa da amiga, tentou racionalizar e concluiu que seria em vão qualquer conversa àquela altura, já que sua namorada estava sob o efeito de muito álcool.

Ao voltar para a sala a carioca notou que Rafaella estava um pouco mais calma e pra que isso se mantivesse, fez questão de contar como Gizelly havia reagido, ainda que precisasse aumentar levemente a história.

— Ei, boazuda. – Chamou a atenção da amiga que a encarou com os olhos ainda menores e avermelhados. – Liguei pra Gi e avisei que tu vai dormir aqui, ela ficou super preocupada, mas entendeu que é melhor conversarem amanhã, fica tranquila, ok?

— E se ela não me quiser mais, Bia? – Pegou uma almofada e levou ao rosto pra esconder as lágrimas que insistiam em transbordar pelos olhos verdes.

— Eita que o álcool pegou legal, hein? – Gargalhou daquele jeitinho escandaloso e voltou a se aproximar da amiga. – Relaxa, ela só ficou muito preocupada, mas amanhã vocês vão conversar direito.

— Amor, você tá brava comigo? – Mariana questionou com um bico nos lábios e caminhou até a namorada. – A gente só queria tomar uma cerveja e conversar um pouco, o sumiço não foi proposital.

— Tá tudo bem, amor. – Se apressou em acalmar a baiana e a envolveu pela cintura. – Vocês se divertiram? – Viu a namorada confirmar com a cabeça e não conteve o sorriso. – É o que importa, claro que era mais seguro não ter exagerado tanto, tu sabe que entrar em um carro desconhecido de madrugada não é a melhor das ideias, né? Mas passou, vocês estão seguras e bem.

— A Rafinha e eu só queríamos beber pra descontar toda a raiva que estamos sentindo daquela pira... – Se impediu de continuar e levou uma das mãos a boca. – Daquela mulherzinha vulgar.

— Daquela piranha que deu em cima da minha mulher, é isso mesmo. – Rafaella se sentou no sofá e encarou as amigas. – Se eu encontrar com ela na rua, não sobra um fio loiro pra contar história.

— Mariana pro banheiro, agora. – Bianca decretou enquanto saía em direção ao corredor. – A boazuda encrenqueira vai em seguida, não consigo cuidar de duas bêbadas de uma vez só.

— Você fica tão sexy toda autoritária, mozão. – A baiana disse divertida enquanto seguia os passos da namorada. – Rafinha, vai ficar tudo bem.

Manat | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora