CAPÍTULO VIII - RECOMEÇOS

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Olha quem voltou! Leiam o capítulo de hoje ao som de Joke's On You da Charlotte Lawrence, vou avisar quando dar o play, combinado? Aproveitem a leitura.

Narrador

Quando o ar se fez necessário, os lábios separaram-se e as testas permaneceram encostadas, sorriram ainda de olhos fechados. Os corações acalmavam-se aos poucos, ou ao menos tentavam.

– Eu senti tanto a sua falta, Gi. – Rafaella sussurrou contra os lábios da arquiteta. – Tive medo de nunca mais poder te beijar, te tocar e estar assim tão perto... – Um suspiro longo escapou e ela se afastou buscando os olhos de Gizelly.

– Tá tudo bem agora, Rafa. – Gizelly abriu um sorriso enquanto encarava fixamente aquela imensidão verde. – Eu também senti a sua falta, mesmo que eu tenha... você sabe. – Desviou o olhar para um ponto qualquer da sala.

– Você tinha todo o direito de seguir a sua vida depois do que aconteceu. – A mineira levou uma das mãos até o rosto de Gizelly e a fez encará-la. – O que importa é o que vamos fazer daqui pra frente, cê não acha?

– Eu concordo. – Abriu um pequeno sorriso. – Preciso ser sincera com você e espero que me entenda. – Viu Rafaella assentir e respirou fundo antes de continuar. Apesar do sorriso de segundos atrás, seu tom era triste. – Fiquei muito magoada, talvez até decepcionada com o que houve. Me senti desrespeitada, sabe? Porque apesar de não termos nenhuma relação e você ser livre para ficar com quem quiser, naquele momento estávamos juntas e sem querer eu me vi assumindo uma culpa que não me cabia, me senti mal por ter deixado que isso me afetasse tanto, afinal, como eu poderia te cobrar algo se estávamos apenas nos conhecendo? – Gizelly sentiu a mineira segurar uma de suas mãos e deixar uma leve carícia ali. – Por isso eu decidi que me manter afastada era a melhor solução, com o tempo toda essa confusão passaria e eu poderia seguir em frente apenas com as boas lembranças, mas... – Fez uma pausa e negou com a cabeça sorrindo. – Não consegui parar de pensar em você em momento algum, Rafa.

– Sei que já me disse que não preciso me desculpar, mas é tudo que mais quero fazer no momento, tenho pensado nisso durante todo esse tempo. – A mineira mordeu o próprio lábio e encarou o chão. - Não quero justificar o que eu fiz, porque não há o que justificar, entende? – Sentiu a mão de Gizelly em seu rosto e a encarou, seu olhar carregava uma culpa que fez o peito da arquiteta apertar. – Fui imatura e irresponsável com os seus sentimentos, Gi. Agi tomada por um ciúme idiota, quando vi aquela mulher tão próxima a você e a forma como ela te tocava e olhava, eu... – Suspirou pesadamente. – Eu pensei que você estava correspondendo a tudo aquilo. Ainda sim, eu poderia ter tomado outra atitude, poderia ter te questionado ou simplesmente saído daquele lugar, qualquer coisa teria causado menos dano. Não posso voltar atrás, acredite, eu o faria se fosse possível, mas agora só posso lidar com as consequências dos meus atos e esperar que você me desculpe em algum momento.

– Não tô no papel de te julgar, Rafa. – Gizelly levou a mão da empresária até seus lábios e a beijou de forma demorada. – Acho que você já se culpou o suficiente durante esse tempo, mas preciso saber onde eu tô pisando, sabe?

– Eu entendo, juro que entendo. – Rafaella se apressou em responder e segurou as duas mãos de Gizelly enquanto olhava fixamente em seus olhos. – Não vou te machucar de novo e eu espero que me dê esse voto de confiança, porque eu sinceramente não sei o que fazer se tiver que ficar longe de você outra vez. – Soltou um riso fraco.

– Você não vai ficar longe de mim, Rafaella. – Gizelly se aproximou um pouco mais da empresária. – Pelo contrário, eu quero você perto... bem perto. – Sussurrou contra seus lábios e tomou seu rosto entre as mãos a mantendo ali.

Manat | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora