CAPÍTULO XXI - SEGURANÇA

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NARRADORA

Rafaella sentiu seu celular vibrar sobre a mesa de cabeceira, observou o nome na tela e decidiu que era hora de dar alguma satisfação à sua melhor amiga. Com todo cuidado levantou-se da cama aonde Gizelly ainda estava adormecida, verificou a hora e decidiu deixá-la dormir um pouco mais, ainda era cedo. Retirou-se da suíte na ponta dos pés e caminhou em direção a sala, sentou-se no sofá e finalmente atendeu a ligação persistente de Manoela.

– Meu Deus, você não podia mesmo esperar até que eu ligasse, Maria Manoela? – Revirou os olhos ao ouvi-la impaciente do outro lado.

– Se eu fosse depender da sua boa vontade pra me contar que vocês se acertaram, teria que esperar até as bodas de prata, Rafaella. – Usou um falso tom magoado. – Mas vai, me conta tudo.

– O que exatamente você quer saber? – Acomodou-se deitada sobre o estofado e encarou o teto. – Esquece a pergunta, vou contar tudo antes que você me obrigue. – Soltou uma risada. – Depois de falar com você eu decidi que era uma ótima ideia ir até um bar, precisava de coragem pra vir até aqui.

– Certo... – Disse receosa. – Mas você não chegou aí caindo de tão bêbada, né? Por Deus, me diga que não fez isso. – Repreendeu a amiga.

– Claro que não, bebi apenas o suficiente pra falar o que eu precisava. – Passou a mão livre pelo rosto. – Enfim, depois peguei um táxi e apareci na porta da Gizelly, nós conversamos por algum tempo, mas eu preferi ficar do lado de fora, talvez encará-la me fizesse perder a pouca coragem que algumas doses de uísque tinham me dado.

– Então vocês protagonizaram a típica cena clichê da conversa através da porta? – Manoela gargalhou do outro lado. – Ok, espero pelo menos que você tenha se declarado.

– Uma cena clichê com uma pitada de drama, porque de repente eu me vi chorando desesperadamente dizendo que não queria perdê-la e que a amava. – Suspirou irritada ao notar que a amiga estava novamente rindo. – Se você continuar rindo, eu não conto mais nada.

– Desculpa, eu juro que parei. – Respirou fundo e limpou o canto dos olhos. – O que ela fez depois que você finalmente admitiu em voz alta o que estava estampado nessa sua cara linda?

– Ela abriu a porta de uma vez e eu caí de cabeça no chão. – Não conteve o riso dessa vez. – Me fez repetir que a amava e depois disse que eu precisava continuar sendo uma idiota, porque assim era mais fácil ter raiva de mim.

– O adorável drama sapatão. – Debochou, mas decidiu se conter antes que fosse novamente repreendida. – Ela disse de volta? Tenho certeza que disse, a Gizelly é muito emocionada.

– Não fale assim da minha namorada. – Repreendeu, mas não conseguiu evitar o sorriso ao se lembrar da declaração da capixaba. – Mas sim, ela disse que me amava e eu achei que fosse explodir de tanta felicidade, amiga.

– Nem preciso dizer o quanto tô feliz por vocês, certo? – Disse em um tom animado e suspirou em seguida. – Espero chegar nesse nível com a Malu.

– Vocês duas são lindas juntas e pelo que a senhorita me conta, ela é uma mulher incrível, não vejo como não dar certo. – Confortou a amiga e encarou a pequena bola de pêlos se aproximar do sofá. – Amiga, preciso ir agora, tenho que colocar comida pro Jack antes que ele acorde a Gi, mais tarde nos falamos, pode ser?

– Sinceramente, não sei por que não se casam de uma vez. – Alfinetou Rafaella e a ouviu soltar um xingamento. – Uh, não precisa ficar brava, ok? Nos falamos depois, vai cuidar do seu filho.

Finalizaram a ligação e Rafaella apressou-se em ir até despensa onde a comida do pet ficava armazenada. Serviu os recipientes com ração e água fresca, notou o pequeno se aproximar e antes de se retirar abaixou-se afagando carinhosamente seus pêlos.

Manat | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora