Hoje tem música e vou avisar quando devem dar o play, combinado? Deixem Morena do Vitor Kley prontinha.
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NARRADORA
Nós temos o péssimo hábito de recorrer a autossabotagem quando as coisas parecem se encaminhar da melhor forma possível, muitas vezes movidos pelo medo, pela falta de costume ou pela irresponsabilidade com nossos próprios sentimentos. O resultado? Somos tomados por impulsos. Agimos sem pensar ou baseados numa interpretação errônea de um fato, sempre na busca de uma satisfação efêmera ou apenas para curar o ego ferido. Mas a conta sempre chega, às vezes sem atrasos. A de Rafaella viria naquela mesma noite, ela só não tinha ideia que o preço seria tão alto.
- Bianca, o que é isso? - Gizelly disse ao adentrar a sala com seu celular em mãos. - Não sei o que pretende, mas não vai rolar, ok?
- Isso é um grupo, já ouviu falar? É um recurso bem utilizado, inclusive. - Revirou os olhos. - Você nem sabe o motivo e já tá aí reclamando, que saco.
- Não deve ser nada bom, te conheço. - Sentou-se no sofá enquanto observava Bianca. - Desembucha, vai.
- Eu achei que seria uma ótima ideia se saíssemos, nós cinco... - Abriu um sorriso malicioso. - Ainda mais agora que você e a boazuda estão se dando tão... bem.
- Não tem nada demais na nossa relação. Ela continua sendo apenas noss... - Foi interrompida.
- Nossa cliente, blá-blá-blá. - Bianca ergueu uma das sobrancelhas. - Você parece um disco travado, Gizelly. Vocês não tem só uma relação profissional desde que enfiaram a língua uma na boca da outra.
- Você é um saco, hein? - Se ajeitou no sofá e bateu a mão no espaço vago. - Senta aqui, vou te contar como foi o jantar, se quiser saber, claro.
- Óbvio que eu quero saber, tá louca? - Levantou imediatamente da cadeira e caminhou até o sofá, sentando-se ao lado da amiga. - Conta...
A capixaba contou que havia levado Rafaella ao restaurante de Pedro e hora ou outra Bianca pedia detalhes alegando ter o direito de saber tudo sobre o futuro casal, mas era sempre repreendida por Gizelly. A conversa rendeu muitos sorrisos e gargalhadas, a carioca estava espantada com todo o romantismo da amiga, principalmente por conhecê-la há tempo suficiente pra saber de sua preferência por relações casuais e só vê-la agir dessa forma quando estava realmente interessada em alguém e pelos sorrisos a cada pronúncia do nome da mineira, estava claro que aquela relação estava longe da casualidade.
- Quer dizer que ela te convidou pra subir e você fugiu? - A carioca balançou a cabeça negativamente, soltando uma risada. - Não sei qual o seu problema, sério.
- Não vamos entrar no assunto "fuga" porque dele você entende muito bem, né? - Balançou os ombros e revirou os olhos. - Aliás, vamos conversar sobre isso, em outro momento.
- Pra que? Já tá tudo resolvido, por isso quero muito que a gente saia, assim a Mari pode conhecer sua futura namorada e a Manu. - Fez um pequeno bico enquanto encarava Gizelly.
- Na verdade... elas já se conhecem. - Viu a sócia franzir o cenho. - Fui almoçar com a Nana e acabei esbarrando com as duas lá, foi embaraçoso, Bianca, quis enterrar minha cabeça no chão.
- Espera aí... - Bianca hesitou por alguns segundos. - Cacete, a Rafa viu vocês duas e pensou que tinham algo? - Deixou um riso nasal escapar.
- Exatamente, mas durante o jantar expliquei toda a situação e felizmente ela me desculpou. - Gizelly abriu um largo sorriso ao lembrar-se daquela noite.
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Manat | ⚢
FanfictionA arquiteta e a publicitária não se conheciam, não possuíam amigos em comum ou sequer frequentavam os mesmos lugares. As chances de suas rotinas se cruzarem eram quase nulas, para não dizer impossíveis, mas naquela manhã em que a Gizelly optou por m...