CAPÍTULO VII - IMPULSOS PART. 1

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Hoje tem música e vou avisar quando devem dar o play, combinado? Deixem Morena do Vitor Kley prontinha.

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NARRADORA

Nós temos o péssimo hábito de recorrer a autossabotagem quando as coisas parecem se encaminhar da melhor forma possível, muitas vezes movidos pelo medo, pela falta de costume ou pela irresponsabilidade com nossos próprios sentimentos. O resultado? Somos tomados por impulsos. Agimos sem pensar ou baseados numa interpretação errônea de um fato, sempre na busca de uma satisfação efêmera ou apenas para curar o ego ferido. Mas a conta sempre chega, às vezes sem atrasos. A de Rafaella viria naquela mesma noite, ela só não tinha ideia que o preço seria tão alto.

- Bianca, o que é isso? - Gizelly disse ao adentrar a sala com seu celular em mãos. - Não sei o que pretende, mas não vai rolar, ok?

- Isso é um grupo, já ouviu falar? É um recurso bem utilizado, inclusive. - Revirou os olhos. - Você nem sabe o motivo e já tá aí reclamando, que saco.

- Não deve ser nada bom, te conheço. - Sentou-se no sofá enquanto observava Bianca. - Desembucha, vai.

- Eu achei que seria uma ótima ideia se saíssemos, nós cinco... - Abriu um sorriso malicioso. - Ainda mais agora que você e a boazuda estão se dando tão... bem.

- Não tem nada demais na nossa relação. Ela continua sendo apenas noss... - Foi interrompida.

- Nossa cliente, blá-blá-blá. - Bianca ergueu uma das sobrancelhas. - Você parece um disco travado, Gizelly. Vocês não tem só uma relação profissional desde que enfiaram a língua uma na boca da outra.

- Você é um saco, hein? - Se ajeitou no sofá e bateu a mão no espaço vago. - Senta aqui, vou te contar como foi o jantar, se quiser saber, claro.

- Óbvio que eu quero saber, tá louca? - Levantou imediatamente da cadeira e caminhou até o sofá, sentando-se ao lado da amiga. - Conta...

A capixaba contou que havia levado Rafaella ao restaurante de Pedro e hora ou outra Bianca pedia detalhes alegando ter o direito de saber tudo sobre o futuro casal, mas era sempre repreendida por Gizelly. A conversa rendeu muitos sorrisos e gargalhadas, a carioca estava espantada com todo o romantismo da amiga, principalmente por conhecê-la há tempo suficiente pra saber de sua preferência por relações casuais e só vê-la agir dessa forma quando estava realmente interessada em alguém e pelos sorrisos a cada pronúncia do nome da mineira, estava claro que aquela relação estava longe da casualidade.

- Quer dizer que ela te convidou pra subir e você fugiu? - A carioca balançou a cabeça negativamente, soltando uma risada. - Não sei qual o seu problema, sério.

- Não vamos entrar no assunto "fuga" porque dele você entende muito bem, né? - Balançou os ombros e revirou os olhos. - Aliás, vamos conversar sobre isso, em outro momento.

- Pra que? Já tá tudo resolvido, por isso quero muito que a gente saia, assim a Mari pode conhecer sua futura namorada e a Manu. - Fez um pequeno bico enquanto encarava Gizelly.

- Na verdade... elas já se conhecem. - Viu a sócia franzir o cenho. - Fui almoçar com a Nana e acabei esbarrando com as duas lá, foi embaraçoso, Bianca, quis enterrar minha cabeça no chão.

- Espera aí... - Bianca hesitou por alguns segundos. - Cacete, a Rafa viu vocês duas e pensou que tinham algo? - Deixou um riso nasal escapar.

- Exatamente, mas durante o jantar expliquei toda a situação e felizmente ela me desculpou. - Gizelly abriu um largo sorriso ao lembrar-se daquela noite.

Manat | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora