CAPÍTULO XV - IMPRUDÊNCIAS

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NARRADORA

Isabela acordou com o som insistente do seu despertador, sua cabeça latejava de forma intensa, demorou alguns segundos para situar-se, abriu os olhos e soltou um murmúrio de dor. Notou que ainda vestia as mesmas roupas da noite anterior, forçando um pouco mais a memória lembrou-se exatamente de como chegou ao hotel, não bastasse a ressaca física, teria que lidar com a moral, já que seu comportamento havia sido totalmente inapropriado.

– O que você fez, Isabela? – Falou para si ao sentar-se na cama e passar levemente as mãos pelo rosto. – Além de beber como se não houvesse o amanhã, tentar agarrar sua ex e ser gentilmente auxiliada pela atual dela.

Levantou-se e caminhou direto para o banheiro, precisava urgentemente de um banho gelado. Durante os minutos que permaneceu sob o chuveiro pensou em diversas formas de se desculpar pelo seu comportamento anterior, ligação ou mensagem pareciam fora de questão, encontrar-se com Rafaella, ainda mais. Após pensar por alguns minutos teve a - nem tão - brilhante ideia de enviar flores e um cartão, mas precisava do endereço e sabia que Manoela jamais lhe daria essa informação. Ao sair do banho decidiu buscar sobre a mineira no Google, havia informações recentes sobre sua mudança para um novo apartamento, certamente não encontrou o endereço completo, mas sabia ao menos o número do edifício, talvez fosse o suficiente, já que mineira era uma figura conhecida.

Continuou com o celular em mãos, dessa vez em busca de uma floricultura próxima ao apartamento de Rafaella. Sabia exatamente quais flores enviar, dessa forma, passou as informações à atendente. Esperava que suas desculpas fossem aceitas, principalmente agora que desejava fazer parte da vida de sua ex-noiva outra vez.

[...]

Rafaella e Gizelly conversavam animadamente sentadas próximas a bancada da cozinha, improvisaram um café da manhã rápido, pois já estavam atrasadas. A mineira demorou alguns segundos para notar que a arquiteta a encarava com um sorriso nos lábios.

– O que foi? – Abriu um sorriso tímido e tombou a cabeça pro lado encarando Gizelly. – Tá me deixando sem graça, Gi.

– Tô só te admirando, não posso? – Deu de ombros e soltou um riso. – Eu sei que ontem no meio daquela bagunça eu te agradeci pela surpresa, mas queria fazer isso direito. – Pegou uma das mãos de Rafaella e a segurou.

– Você não precisa agradecer, aquilo foi o mínimo que eu poderia fazer. – Aproximou as mãos unidas e deixou um beijo sobre a de Gizelly.

– Claro que preciso. – Negou com a cabeça. – Foi muito especial e importante ter você e as meninas comigo nessa data, se as coisas não tivessem mudado tanto talvez fosse só mais um ano em que eu ficaria sozinha em casa, mas vocês o fizeram ser incrível.

– Foi um prazer fazer parte disso, meu bem. – Inclinou-se em direção a arquiteta e selou seus lábios de forma demorada. – Sinto muito por toda aquela situação com a Isabela, espero que não tenha feito você aproveitar menos a sua festa.

– Tá tudo bem, se eu estivesse passando pela mesma situação, talvez quisesse beber até cair também. – Soltou um riso e encolheu os ombros.

– Como assim, Gizelly? – Franziu a testa e cruzou os braços encarando a capixaba. – Não vem passar pano pra Isabela não, ela foi totalmente sem noção.

– O que eu quis dizer é que... – Levantou-se da banqueta e se colocou entre as pernas de Rafaella. – Se eu tivesse perdido a mulher que eu amo e de quebra a visse com outra, eu beberia até não lembrar mais do meu nome. – Deu de ombros.

Rafaella travou por alguns segundos ao ouvir Gizelly, ela estava mesmo insinuando que a amava? Pensou em questionar, mas não queria estragar o momento, então apenas envolveu sua cintura a trazendo para mais perto e a beijou carinhosamente. Foram interrompidas pelo soar do interfone, a capixaba se afastou dando passagem para que a mineira caminhasse até o aparelho. A ligação foi breve, assim que desligou virou-se novamente para a arquiteta com uma expressão confusa.

Manat | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora