NARRADORA
Isabela acordou com o som insistente do seu despertador, sua cabeça latejava de forma intensa, demorou alguns segundos para situar-se, abriu os olhos e soltou um murmúrio de dor. Notou que ainda vestia as mesmas roupas da noite anterior, forçando um pouco mais a memória lembrou-se exatamente de como chegou ao hotel, não bastasse a ressaca física, teria que lidar com a moral, já que seu comportamento havia sido totalmente inapropriado.
– O que você fez, Isabela? – Falou para si ao sentar-se na cama e passar levemente as mãos pelo rosto. – Além de beber como se não houvesse o amanhã, tentar agarrar sua ex e ser gentilmente auxiliada pela atual dela.
Levantou-se e caminhou direto para o banheiro, precisava urgentemente de um banho gelado. Durante os minutos que permaneceu sob o chuveiro pensou em diversas formas de se desculpar pelo seu comportamento anterior, ligação ou mensagem pareciam fora de questão, encontrar-se com Rafaella, ainda mais. Após pensar por alguns minutos teve a - nem tão - brilhante ideia de enviar flores e um cartão, mas precisava do endereço e sabia que Manoela jamais lhe daria essa informação. Ao sair do banho decidiu buscar sobre a mineira no Google, havia informações recentes sobre sua mudança para um novo apartamento, certamente não encontrou o endereço completo, mas sabia ao menos o número do edifício, talvez fosse o suficiente, já que mineira era uma figura conhecida.
Continuou com o celular em mãos, dessa vez em busca de uma floricultura próxima ao apartamento de Rafaella. Sabia exatamente quais flores enviar, dessa forma, passou as informações à atendente. Esperava que suas desculpas fossem aceitas, principalmente agora que desejava fazer parte da vida de sua ex-noiva outra vez.
[...]
Rafaella e Gizelly conversavam animadamente sentadas próximas a bancada da cozinha, improvisaram um café da manhã rápido, pois já estavam atrasadas. A mineira demorou alguns segundos para notar que a arquiteta a encarava com um sorriso nos lábios.
– O que foi? – Abriu um sorriso tímido e tombou a cabeça pro lado encarando Gizelly. – Tá me deixando sem graça, Gi.
– Tô só te admirando, não posso? – Deu de ombros e soltou um riso. – Eu sei que ontem no meio daquela bagunça eu te agradeci pela surpresa, mas queria fazer isso direito. – Pegou uma das mãos de Rafaella e a segurou.
– Você não precisa agradecer, aquilo foi o mínimo que eu poderia fazer. – Aproximou as mãos unidas e deixou um beijo sobre a de Gizelly.
– Claro que preciso. – Negou com a cabeça. – Foi muito especial e importante ter você e as meninas comigo nessa data, se as coisas não tivessem mudado tanto talvez fosse só mais um ano em que eu ficaria sozinha em casa, mas vocês o fizeram ser incrível.
– Foi um prazer fazer parte disso, meu bem. – Inclinou-se em direção a arquiteta e selou seus lábios de forma demorada. – Sinto muito por toda aquela situação com a Isabela, espero que não tenha feito você aproveitar menos a sua festa.
– Tá tudo bem, se eu estivesse passando pela mesma situação, talvez quisesse beber até cair também. – Soltou um riso e encolheu os ombros.
– Como assim, Gizelly? – Franziu a testa e cruzou os braços encarando a capixaba. – Não vem passar pano pra Isabela não, ela foi totalmente sem noção.
– O que eu quis dizer é que... – Levantou-se da banqueta e se colocou entre as pernas de Rafaella. – Se eu tivesse perdido a mulher que eu amo e de quebra a visse com outra, eu beberia até não lembrar mais do meu nome. – Deu de ombros.
Rafaella travou por alguns segundos ao ouvir Gizelly, ela estava mesmo insinuando que a amava? Pensou em questionar, mas não queria estragar o momento, então apenas envolveu sua cintura a trazendo para mais perto e a beijou carinhosamente. Foram interrompidas pelo soar do interfone, a capixaba se afastou dando passagem para que a mineira caminhasse até o aparelho. A ligação foi breve, assim que desligou virou-se novamente para a arquiteta com uma expressão confusa.
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Manat | ⚢
FanfictionA arquiteta e a publicitária não se conheciam, não possuíam amigos em comum ou sequer frequentavam os mesmos lugares. As chances de suas rotinas se cruzarem eram quase nulas, para não dizer impossíveis, mas naquela manhã em que a Gizelly optou por m...