CAPÍTULO XXVIII - SALVAÇÃO

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Olá, Manaters. Prontas para mais uma aventura? Espero que sim. Deixem as músicas When The Party's Over da Billie Eilish e Partilhar do Rubel prontas, vou avisar quando dar o play.

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NARRADORA

Segundo o dicionário, salvação refere-se à ação ou efeito de salvar, de livrar do mal ou do perigo.

No caso de Julia, aquela definição não se aplicava, pois não havia modo de livrar-se do perigo em que ela mesmo se colocou ao tramar algo tão cruel. Nem mesmo sua amiga que àquela altura encarava toda a situação apavorada seria capaz de tal ato, não com quatro mulheres em seu encalço. O que restava a ex-estagiária além de clamar por um milagre? Porque era fato consumado, nenhum ser mortal poderia livrá-la daqueles olhos verdes que a fuzilavam sem hesitar.

Assim que passou pela porta, Rafaella não pensou por dois segundos antes de avançar sobre Julia até que ela estivesse encurralada entre seu corpo e a parede. Cada passo seu era atentamente assistido por Manoela, que pretendia intervir caso a situação saísse do controle. Sabia que sua amiga era muito racional, mas naquele momento seus olhos demonstravam uma frieza nunca vista pela paulista, era previsto que aquela bomba estourasse a qualquer instante.

Ainda cativa no quarto onde passou os últimos dias, Gizelly ouviu uma movimentação nada habitual pelo apartamento, eram muitas vozes e pôde jurar ter reconhecido um sotaque carioca entre tantos outros, mas a falta de esperança a acompanhava há tanto tempo que deduziu ser apenas mais um dos efeitos do sedativo que vinha sendo forçada a tomar.

Logo que ouviu algumas batidas sobre a madeira suspirou de forma pesada, não estava disposta a entrar em mais um embate com Julia, então decidiu que a ignoraria até que fosse embora, mas a insistência da mulher a irritou de forma que não se conteve em dar uma resposta.

- Julia, me deixa em paz... - Seu tom era de completa derrota, mal tinha forças para algo além de respirar. - Por favor.

- Gi, sou eu... Bianca. - A carioca apressou-se em esclarecer. - Fica calma, nós já vamos tirar você daí.

- Bi, é você mesmo? - Levantou-se com certa dificuldade e caminhou até a porta. A voz baixa e embargada demonstrava um alívio de quem finalmente estava livre daquele pesadelo.

Alguns segundos depois a capixaba ouviu o som da fechadura sendo destrancada e assim que sua melhor amiga apareceu em seu campo de visão não conseguiu conter as lágrimas. Bianca encurtou a distância entre elas e a envolveu em um abraço apertado.

- Sou eu sim. - Não segurou as próprias lágrimas, que naquele momento demonstravam todo o alívio por finalmente ter encontrado sua melhor amiga. - Eu iria até o fim do mundo pra te encontrar, tu sabe disso.

- Meu Deus, eu achei que nunca sairia daqui. - Afundou o rosto nos cabelos de Bianca e se deixou chorar por alguns minutos. - Cadê a Rafa? Ela não veio? - Afastou-se para ter a resposta.

- Você acha mesmo que a boazuda não ia participar do seu resgate? - Tentou aliviar o clima e no fim conseguiu até que a amiga sorrisse em meio as lágrimas. - Só não sei se ela vai permanecer livre por muito tempo.

- Amor, não fala isso. - Mariana repreendeu a namorada antes de ser abraçada por Gizelly. - É tão bom te ver de novo, minha Gigi.

- É muito bom te ver de novo, minha Nana. - Apertou a amiga e deixou um beijo sobre os cabelos. - Do que você tá falando, Bi? Cadê a Rafaella? - Se afastou das amigas e saiu em direção a sala, seus passos ainda eram lentos e desordenados, mas nada a impediria de ir até onde a namorada estivesse.

Manat | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora