CAPÍTULO XX - DECEPÇÃO

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Vocês piscaram e eu já tô de volta. Deixem a música Te Regalo da Carla Morrison pronta, vou avisá-las quando dar o play.

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NARRADORA

Bianca não soube dizer quanto tempo permaneceu ao lado de Gizelly, só se moveu quando notou que o choro havia cessado e a melhor amiga estava visivelmente mais calma. Sentou-se ao lado da capixaba e a puxou para mais perto, envolvendo-a num abraço.

– Eu tô aqui e não vou a lugar algum. – Disse após deixar um beijo sobre os cabelos castanhos. – Você quer me contar exatamente o que houve?

– Nem sei se consigo explicar, Bia. – Gizelly soltou um longo suspiro e levou as mãos até o rosto. – Em um minuto eu estava demitindo a Julia, no outro ela me beijou a força e em seguida a Rafaella tava parada vendo toda aquela cena, isso parece mais um pesadelo, meu Deus.

– Imagino que vocês tenham brigado. – Viu Gizelly assentir. – Mas que caralho, a boazuda não viu que a garota te beijou a força? – Levou às mãos a cabeça e suspirou. – Eu fiz muito bem em colocar aquela garota pra correr, ela deu sorte de não fazê-la voar pela janela.

– Eu pedi que ela fosse embora, não suportei ouvi-la duvidar de mim dessa forma, ainda mais me conhecendo tão bem. – Seus olhos voltaram a marejar e ela respirou fundo para conter o choro. – Mas me conta, o que você fez com a garota?

FLASHBACK

– O que aconteceu, Julia? – Bianca se aproximou da garota que permanecia sentada com a atenção voltada à tela a sua frente. – Você e Gizelly discutiram?

– Não exatamente, ela só me demitiu mesmo. – Abriu um sorriso irônico e deu de ombros. – Logo depois a namorada dela chegou e nos viu em um momento um tanto... Íntimo.

– Como assim momento íntimo? E que diabos você ainda tá fazendo aqui se ela te demitiu? – Alterou o tom e cruzou os braços encarando Julia.

– Bem, nós nos beijamos e acho que a Rafaella não gostou. – Riu de forma debochada. – Eu achei que deveria ficar pelo menos até o fim do dia, preciso terminar o que estava fazendo.

– Vocês o que? Eu duvido que a Gizelly tenha feito uma merda dessas. – Arregalou os olhos e se aproximou um pouco mais da mesa onde a garota trabalhava e a encarou. – Você... espera. – Refletiu por alguns segundos. – Eu não posso acreditar que você foi tão baixa e a beijou a força.

– Talvez? Mas ela não pareceu achar ruim. – Disse como tanta naturalidade que fez a carioca encará-la incrédula. – De qualquer forma, eu não sou mais um problema, já que é meu último dia aqui.

– Você tem que agradecer por não ser o seu último dia viva, garota. – Bianca a pegou pelo braço e fez com que ela se levantasse. – Pega tuas coisas e mete o pé daqui agora.

– Pra que tanta violência, sabia que eu posso te processar por agressão? – Buscou sua bolsa no canto da mesa e encarou Bianca. – Já tô de saída, pode ficar tranquila. – Levantou as mãos em sinal de rendição.

– Um processo a mais, um processo a menos, que diferença faz? Recentemente fui parar na delegacia por ter destruído um apartamento inteiro com uma marreta, sabia? Não me custaria nada fazer o mesmo com você. – Aproximou-se mais ainda de Julia e usou seu tom mais calmo. – Espero que você nunca mais cruze o caminho da Gizelly, porque se você fizer, eu te caço até no inferno, entendeu?

– Perfeitamente. – Fingiu um tom calmo, mas seu corpo demonstrava o quanto estava nervosa. Saiu em direção ao elevador sem nem ao menos olhar pra trás.

Manat | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora