CAPÍTULO XXIII - FAMÍLIA PART. 1

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Decidi fazer uma surpresa de Natal pra vocês, porque eu milagrosamente consegui escrever um capítulo todo um dia antes de viajar, então aqui estou. Boa leitura, nos vemos lá embaixo!

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NARRADORA

Estava tudo acertado para a viagem até Belo Horizonte. A mãe da capixaba aceitou com muita alegria o convite feito pela nora, seria a oportunidade perfeita para conhecer a família Kalimann.

O Natal sempre foi uma data muito importante para as mulheres da família Bicalho, era tradição que anualmente se reunissem para celebrar e mesmo depois da morte da matriarca Madalena, Márcia e Gizelly continuaram comemorando o dia 24 de Dezembro juntas, alternando entre Rio e Vitória.

Aquela seria a primeira vez que passariam a data na companhia de outras pessoas e mesmo que Márcia só conhecesse os pais de Rafaella por vídeo chamada e Gizelly os tivesse visto apenas uma vez, sentiam-se extremamente confortáveis e felizes com o tão esperado encontro.

Família.

Do outro lado também havia muita expectativa, os pais da mineira estavam extremamente ansiosos para receber a nora e sua mãe. Quem os vissem de fora, diriam que nunca tinham recebido nenhuma outra namorada de Rafaella em casa, mas seu relacionamento com Gizelly era completamente diferente, dessa forma, não mediram esforços para que tudo estivesse perfeitamente alinhado para receber as capixabas no dia vinte e três.

[...]

Após sair do escritório Gizelly dirigiu até seu apartamento e aguardou a chegada da namorada, a capixaba parecia três vezes mais nervosa para o segundo encontro com os sogros, talvez fosse pelo atual status, agora ela era oficialmente a namorada de Rafaella, sabia que qualquer movimento seu seria atentamente observado, afinal, a mineira era a menina dos olhos do casal Kalimann e apesar de já ser uma mulher adulta e totalmente independente, continuava sob os olhos protetores dos pais, ainda que à distância.

As duas amontoavam peças e mais peças de roupas sobre a cama espaçosa para que Gizelly pudesse escolher o que levar, mas ela apenas caminhava impaciente de um lado para o outro. Rafaella sabia que toda aquela bagunça refletia bem o estado interior da capixaba, ainda havia medo de não ter a aprovação dos pais da mineira quanto ao relacionamento recente, mal sabia ela que já os havia conquistado na noite do jantar de inauguração do apartamento da filha.

- Amor, você precisa se acalmar. - Rafaella a segurou pelos ombros e encarou os olhos castanhos aflitos. - Eles são apaixonados por você, provavelmente eu serei trocada muito em breve, conhecendo os pais que tenho.

- Mas sua família toda vai estar lá, suas primas, seus tios... - Suspirou pesadamente. - E se eles não gostarem de mim? Se eles forem daquelas pessoas que acham que nosso amor é coisa ruim?

- Ei, vem cá. - A pegou pela mão e a fez se sentar na cama. - Todas as pessoas que estarão lá sabem sobre a minha sexualidade e desde sempre me respeitaram e me acolheram, pode tranqüilizar seu coração, meu amor.

- Tô surtando, pra variar. - Respirou fundo e encolheu os ombros. - Acho que tenho trauma disso, já passei por momentos muito difíceis no passado, não com a minha família, felizmente, mas... enfim, você sabe.

- Entendo completamente o seu medo e sinto muito que você tenha passado por isso, mas lá você só vai encontrar muito amor, te garanto. - Deixou um beijo demorado em sua testa e sorriu pequenininho. - Vamos terminar de arrumar sua mala e deitar, ok? Você precisa descansar.

- Obrigada por sempre acalmar meu coração. - Segurou o rosto da mineira com as duas mãos e selou os lábios de forma demorada. - Eu te amo muito, Rafaella Kalimann.

Manat | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora