CAPÍTULO XIV - ARREPENDIMENTOS

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NARRADORA

Após o final de semana incrível que passaram juntas, as amigas voltaram a rotina, ainda que desejassem prolongar um pouco mais a viagem, as responsabilidades exigiam atenção. Naquela manhã de segunda-feira Gizelly decidiu ir até a Francesco, sua ausência havia sido notada por Manoela e ela sabia que a amiga tinha razão. Como todas às vezes, foi recebida de forma calorosa pela paulista, o sorriso e o abraço sempre a esperavam ao passar pela entrada, estava mal acostumada e não negaria.

– Olha quem lembrou que tem uma amiga. – Manoela fingiu uma expressão brava. – Desde que começou a namorar a Rafaella, não vem mais me ver.

– Para de bobeira, bebê. – A apertou nos braços e deixou um beijo sobre seus cabelos. – Primeiro que é impossível te esquecer, segundo que nós não estamos namorando.

– Ainda não estão, Gizelly. – Afastou-se e arqueou uma sobrancelha. – Espero que o próximo pedido seja o seu, vocês praticamente moram juntas.

– Você fala sobre nós duas... – Hesitou - Mas e a Malu, hein? Ela parece incrível e vocês combinam tanto. – Enfatizou a última palavra e viu Manoela se encolher. – Pimenta no cu dos outros é refresco, entendi.

– Não é isso, as coisas entre nós duas são bem mais recentes, não dá pra comparar com o que você e a Rafa tem. – Deu de ombros e abriu um pequeno sorriso. – Mas tem sido maravilhoso estar com ela, de verdade.

– Tá apaixonada, Manoela? – Provocou e encarou a amiga que tinha os olhos em qualquer outro ponto. – Eu sei que tá, dá pra ver nos seus olhinhos.

– Assunto pra outra hora, vamo sentar, tenho alguns minutinhos livre. – Negou com a cabeça e sorriu pequeno. – Me conta, você já disse pra ela? – Juntou as mãos sobre a mesa e encarou Gizelly em expectativa.

– Disse o que? – Franziu a testa em sinal de confusão e recebeu um revirar de olhos. – Mas eu não sei do que você tá falando, é sério.

– Que tá apaixonada pela Rafa. – Disse como se fosse óbvio e notou as bochechas de Gizelly corarem levemente. – Eu sabia, droga. – Bateu levemente sobre a mesa. – Devia ter apostado com a Bianca.

– Vocês precisam parar de apostar sobre a nossa vida, isso tá virando um vício, Manoela Gavassi. – Alertou num falso tom sério. – Enfim, nós dissemos... – Abriu um largo sorriso. – Ela primeiro, mas eu me senti totalmente confortável pra demonstrar que ela não estava sozinha nessa, sabe?

– É a cara da Rafaella fazer essas coisas, não me choca nenhum pouco. – Soltou um riso e negou com a cabeça. – Não vou perguntar como foi, porque é algo muito íntimo, mas quero que saiba que tô feliz demais por vocês duas, Gi.

– Eu também tô muito feliz, Manuzinha. – Levou as mãos até o próprio rosto e alargou o sorriso. – Quem diria que o pedido que fiz há um ano atrás se realizaria, né? As coisas mudaram muito. – Soltou um riso.

– Seu aniversário tá próximo? – A paulista questionou animada e viu Gizelly assentir. – Quando? Precisamos fazer uma festa, nós vamos fazer uma festa, certo?

– O meu é na quinta-feira e o da Bia na quarta. – Gargalhou ao ver a reação da amiga e deu de ombros. – Não sei, essa semana tenho um milhão de coisas pra fazer, não tenho cabeça pra pensar em festa, talvez a gente possa fazer algo no fim de semana.

– Ótimo, festinha dupla, não poderia ser melhor. – Bateu palmas e levantou-se indo até a amiga. – Preciso trabalhar, mas você já sabe, fique o quanto quiser, só não esquece de passar no caixa pra pagar seu café. – Alfinetou e recebeu um revirar de olhos.

Manat | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora