Manat | ⚢

CAPÍTULO II - CONFLITOS

NARRADORA

O fim de semana pareceu voar, como haviam combinado, logo pela manhã Rafaella e Manu foram até a cafeteria e passaram o dia por lá, fizeram uma pequena pausa apenas para o almoço, onde discutiram sobre as ideias que a mineira tinha para o imóvel que havia comprado. Ao entardecer despediram-se e cada uma seguiu para o próprio apartamento, ambas tinham coisas a resolver no dia seguinte.

Gizelly, por outro lado, decidiu ficar em casa aproveitando a companhia de Jackinho, que ainda estava de castigo pelo feito da noite anterior. Preparou algo rápido para o almoço e a tarde foi regada a muitos episódios da sua série favorita. Nada era tão aconchegante como estar em casa.

O domingo não foi diferente, Rafa passou o dia atolada em papéis em seu escritório, precisava organizar a semana que estava por vir, tinha muita coisa sob sua responsabilidade, precisava se preparar. Já a capixaba resolveu trocar o quarto pela sala e recorreu ao aplicativo para pedir seu almoço, cozinhar não era uma opção, não naquele dia. Ela queria descansar e assim o fez.

[...]

Gizelly e Bianca cruzaram a recepção juntas, cena pouco familiar já que a carioca não era nenhum exemplo de pontualidade, diferente de sua sócia. Acenaram para Elisa, que as recebeu com um largo sorriso nos lábios, como sempre fazia. As sócias se questionavam como a mulher poderia estar bem humorada numa manhã de segunda-feira.

– Tenho um recado para as bonitas. Uma cliente ligou querendo marcar uma reunião o mais rápido possível, eu disse a ela que a agenda de hoje estava cheia, mas ela insistiu que eu verificasse se não há como encaixá-la. – Disse Elisa enquanto buscava alguma informação no computador a sua frente. – Ela deixou o número, preciso entrar em contato caso decidam recebê-la.

– Verifique a agenda e retorne, se ela estiver interessada em nos encontrar outro dia, ótimo. – Disse Gizelly demonstrando certa impaciência.

– Gi, nós temos um horário livre hoje às 17 horas, lembra que a Patrícia remarcou pra quarta? Ela volta de viagem amanhã e não quis que o marido viesse nos encontrar sozinho, ela não confia nele, sempre diz que o cara tem um gosto duvidoso e você sabe que é verdade. – Foi a vez da carioca se pronunciar.

– Já que nós temos um horário livre, vamos dar uma olhada no projeto da última reunião, não analisei as alterações que eles solicitaram, tirei o fim de semana pra descansar e sei que você nem sequer pensou em trabalho. – Deu de ombros e encarou a secretária. – Mais alguma coisa, Elisa?

– Não, por enquanto é isso! – Voltou a encarar a tela – Ah, tem café pronto, mas sem açúcar. – Conteve um riso, sabia o quanto Gizelly odiava café puro.

– Ainda acho que deveríamos atender o cliente, não é como se nunca fizéssemos isso, Gizelly. – Bianca disse enquanto despejava um pouco do café em sua xícara.

– Sim, mas você sabe que detesto que as pessoas pensem que podem aparecer quando bem entendem, somos profissionais, o escritório tem uma agenda que deve ser respeitada. – Suspirou após dar um pequeno gole no líquido quente. – Por Deus, Elisa. Isso aqui tá horrível, o que aconteceu?

– Gizelly! Ela não tem culpa de você gostar de café aguado e doce. Da próxima vez, faça você mesma. – A carioca arqueou uma das sobrancelhas enquanto permanecia encostada no batente. – Enfim, vou pedir para a Eli ligar pro cliente e dizer à ele que pode vir às 17h, ok?

– Ok, você venceu. – Levantou as mãos em sinal de rendição. – Depois você que dê conta desses clientes folgados. Vou resolver umas coisas na obra daqui a pouco, você vem comigo?