Oi, meu anjos! Hoje tem música, deixem White Flag da Bishop Briggs pronta, vou anunciar quando for a hora de dar o play. Nos vemos lá embaixo, boa leitura.
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GIZELLY BICALHO
Acordar ao lado de Rafaella era sempre a visão do paraíso, mas naquela manhã de domingo havia algo estranho, não entre nós duas, mas algo parecia errado, sabe? Uma angústia preencheu meu peito a ponto de me impedir de continuar na cama, então silenciosamente me desvencilhei do braço que me envolvia e caminhei até a varanda do quarto, me sentei em uma das poltronas e observei os primeiros raios aparecerem no céu, o dia com certeza seria lindo.
Não sei por quanto tempo fiquei ali observando a paisagem silenciosa, não havia pessoas caminhando apressadas pelas calçadas, buzinas estridentes ecoando sem parar, tudo estava calmo, como pouco se via numa cidade tão agitada quanto o Rio de Janeiro. Fui tirada daquele momento de imersão quando senti dois braços envolverem meu pescoço e um beijo ser depositado sobre meus cabelos.
- Bom dia, meu amor. - Rafaella deslizou os lábios e beijou minha bochecha. - Tá acordada há muito tempo?
- Não sei, talvez uma hora ou um pouco mais. - Dei de ombros e abri um sorriso pequeno. - Dormiu bem?
- Muito bem e você? - Ela caminhou até a outra poltrona e se sentou ao meu lado. - Que horas são? Parece tão cedo ainda.
- Eu também. - Me permiti apoiar a cabeça em seu ombro e fechar os olhos por alguns instantes. - Não sei, mas não deve passar das nove horas, tá tudo muito silencioso.
- Verdade. - Suspirou de forma profunda e tocou meu rosto com uma das mãos. - O que você tem?
- Ah, eu... - Ponderei se deveria contar sobre aquela sensação quando nem eu mesma sabia defini-la. - Não sei, só acordei meio angustiada, sabe? Não sei explicar além disso.
- Tá ansiosa com alguma coisa? - Afastou o corpo com cuidado para me encarar, mas eu rapidamente desviei o olhar. - Ei, conversa comigo.
- Eu nem queria comentar sobre isso com você... - Torci os lábios e a encarei. - Ou com a Bianca, porque sei que ela não tem limite. - Levei a mão até os cabelos. - A Julia me abordou no dia do nosso jantar, disse várias coisas sem sentido, mas consegui fazê-la ir embora, mas aí... - Encolhi os ombros.
- Aí o que, amor? - A vi mudar de postura imediatamente, seu corpo parecia tenso e sua respiração alterada. - O que ela fez com você? Me diz.
- Não, ela não fez nada. - Mordi o lábio inferior e neguei com a cabeça. - Mas ela continuou me importunando todos os outros dias da semana, pela manhã, assim que eu chegava e na hora de ir embora também.
- Como é? - Se levantou da poltrona e passou as mãos pelos cabelos de forma apressada. - Por que você não me contou isso, Gi? - A vi levantar a cabeça e encarar o teto. - Nós precisamos ir até a delegacia.
- Eu sei... - Me aproximei do seu corpo e a envolvi pela cintura. - Vou ligar pra Patrícia e perguntar se podemos fazer isso amanhã logo cedo, depois vou direto pro escritório.
- Quero ir com você. - Senti suas mãos emoldurarem meu rosto e seus olhos verdes me olharem fixamente. - Dorme comigo hoje? Não vou te deixar sozinha no seu apartamento, não sabemos do que essa mulher é capaz.
- Claro, mas eu preciso ir em casa pra resolver umas coisas do escritório, é coisa rápida, prometo. - Selei seus lábios de forma demorada. - Os arquivos estão todos no meu notebook, por isso preciso te deixar por algumas horinhas.
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Manat | ⚢
FanfictionA arquiteta e a publicitária não se conheciam, não possuíam amigos em comum ou sequer frequentavam os mesmos lugares. As chances de suas rotinas se cruzarem eram quase nulas, para não dizer impossíveis, mas naquela manhã em que a Gizelly optou por m...