CAPÍTULO XXV - PERSEGUIÇÃO

2.3K 260 171
                                    

Oi, meu anjos! Hoje tem música, deixem White Flag da Bishop Briggs pronta, vou anunciar quando for a hora de dar o play. Nos vemos lá embaixo, boa leitura.

--

GIZELLY BICALHO

Acordar ao lado de Rafaella era sempre a visão do paraíso, mas naquela manhã de domingo havia algo estranho, não entre nós duas, mas algo parecia errado, sabe? Uma angústia preencheu meu peito a ponto de me impedir de continuar na cama, então silenciosamente me desvencilhei do braço que me envolvia e caminhei até a varanda do quarto, me sentei em uma das poltronas e observei os primeiros raios aparecerem no céu, o dia com certeza seria lindo.

Não sei por quanto tempo fiquei ali observando a paisagem silenciosa, não havia pessoas caminhando apressadas pelas calçadas, buzinas estridentes ecoando sem parar, tudo estava calmo, como pouco se via numa cidade tão agitada quanto o Rio de Janeiro. Fui tirada daquele momento de imersão quando senti dois braços envolverem meu pescoço e um beijo ser depositado sobre meus cabelos.

- Bom dia, meu amor. - Rafaella deslizou os lábios e beijou minha bochecha. - Tá acordada há muito tempo?

- Não sei, talvez uma hora ou um pouco mais. - Dei de ombros e abri um sorriso pequeno. - Dormiu bem?

- Muito bem e você? - Ela caminhou até a outra poltrona e se sentou ao meu lado. - Que horas são? Parece tão cedo ainda.

- Eu também. - Me permiti apoiar a cabeça em seu ombro e fechar os olhos por alguns instantes. - Não sei, mas não deve passar das nove horas, tá tudo muito silencioso.

- Verdade. - Suspirou de forma profunda e tocou meu rosto com uma das mãos. - O que você tem?

- Ah, eu... - Ponderei se deveria contar sobre aquela sensação quando nem eu mesma sabia defini-la. - Não sei, só acordei meio angustiada, sabe? Não sei explicar além disso.

- Tá ansiosa com alguma coisa? - Afastou o corpo com cuidado para me encarar, mas eu rapidamente desviei o olhar. - Ei, conversa comigo.

- Eu nem queria comentar sobre isso com você... - Torci os lábios e a encarei. - Ou com a Bianca, porque sei que ela não tem limite. - Levei a mão até os cabelos. - A Julia me abordou no dia do nosso jantar, disse várias coisas sem sentido, mas consegui fazê-la ir embora, mas aí... - Encolhi os ombros.

- Aí o que, amor? - A vi mudar de postura imediatamente, seu corpo parecia tenso e sua respiração alterada. - O que ela fez com você? Me diz.

- Não, ela não fez nada. - Mordi o lábio inferior e neguei com a cabeça. - Mas ela continuou me importunando todos os outros dias da semana, pela manhã, assim que eu chegava e na hora de ir embora também.

- Como é? - Se levantou da poltrona e passou as mãos pelos cabelos de forma apressada. - Por que você não me contou isso, Gi? - A vi levantar a cabeça e encarar o teto. - Nós precisamos ir até a delegacia.

- Eu sei... - Me aproximei do seu corpo e a envolvi pela cintura. - Vou ligar pra Patrícia e perguntar se podemos fazer isso amanhã logo cedo, depois vou direto pro escritório.

- Quero ir com você. - Senti suas mãos emoldurarem meu rosto e seus olhos verdes me olharem fixamente. - Dorme comigo hoje? Não vou te deixar sozinha no seu apartamento, não sabemos do que essa mulher é capaz.

- Claro, mas eu preciso ir em casa pra resolver umas coisas do escritório, é coisa rápida, prometo. - Selei seus lábios de forma demorada. - Os arquivos estão todos no meu notebook, por isso preciso te deixar por algumas horinhas.

Manat | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora