NARRADORA
A segunda-feira começou agitada no escritório, Gizelly havia recebido uma ligação importante e esperava ansiosa pela chegada de Bianca, já que Clarissa estava acompanhando uma obra em São Paulo.
Assim que a carioca passou pela recepção foi avisada por Elisa que sua sócia a aguardava, sendo assim, caminhou até sua sala e entrou sem autorização prévia. Observou a melhor amiga girar na cadeira enquanto encarava a tela do celular.
— Esse sorriso aí tem nome e sobrenome, tô errada? – Bianca se aproximou da melhor amiga e se apoiou na mesa. – Nunca me canso de dizer o quanto gosto de tu assim toda apaixonada e feliz.
— Dessa vez você errou, senta aí que eu vou te contar tudo. – Apoiou o celular sobre a mesa e aguardou a amiga se acomodar na cadeira a sua frente.
— Tá bom, eu também preciso te contar uma coisa. – Se encolheu sobre a cadeira e recebeu um olhar desconfiado. – O que foi? Fala logo que eu tô ficando nervosa.
— Você já ouviu falar da Fernanda Gusmão, né? – A carioca confirmou e aguardou que Gizelly continuasse. – Então, a assessoria dela entrou em contato com o nosso escritório e adivinha?
— Puta que pariu. – Se levantou da cadeira e levou as mãos à cabeça. – Tu não tá me dizendo que a Fernanda Gusmão quer ser nossa cliente não, né?
— Não só quer, como vai, porque nós vamos arrasar na reunião. – Sorriu convencida. – Que vai acontecer hoje à tarde, eu não quis esperar pra não correr o risco de ela desistir.
— Hoje? Você tá maluca? A gente precisa preparar a apresentação. – Deu alguns passos em direção a porta, mas foi impedida pela voz da capixaba.
— Calma, respira. – Revirou os olhos e riu do desespero da amiga. – Vai dar tudo certo, a gente já tem um modelo, precisamos só adaptar algumas coisas. – Estendeu uma das mãos e esperou que Bianca a segurasse. – O que você quer me contar?
— Nossa, com essa notícia sobre a Fernanda quase esqueci. – Segurou a mão da amiga e abriu logo um sorriso enorme. – Eu chamei a Mariana pra morar comigo e nós decidimos adotar um gatinho.
— O que? Eu não acredito que você vai finalmente viver o famoso clichê sapatão. – Alterou a voz e em um impulso puxou a amiga para os seus braços, a apertando com força. – Eu tô muito, muito, muito feliz por vocês, meu Deus.
— Por causa do lance do gato, né? No fim de semana fomos a uma feirinha de artesanato e tinha uma ONG que trabalha com adoção de animais, tu sabe que eu sempre quis ter um e quando a Mari e eu vimos aquela coisinha tão pequena foi tipo amor à primeira vista, sabe?
— Então vocês já adotaram? – Franziu a testa em sinal de confusão. – E quando ela se muda pro seu apartamento? Me conta as coisas direito, Bianca.
— Tecnicamente sim, mas precisamos aguardar alguns dias, porque tem toda uma parte burocrática. – Deu de ombros e se afastou da amiga, voltando a apoiar o corpo na mesa. – Então, ela meio que já tá levando algumas coisas pra lá, acho que até o fim de semana o apartamento tá vazio.
— Já escolherem um nome? Minha sobrinha precisa de um nome, Bianca. – Usou um tom sério e cruzou os braços. – O open house vai ser sexta ou sábado?
— Claro que escolhemos, o nome dela vai ser Luete. – Usou um tom infantil e caiu na gargalhada em seguida. - Tu anda muito festeira, o chá da boazuda faz milagres mesmo.
— Eu amei, assim que ela for pra casa, me avisa porque vou comprar um presentinho. – Piscou para a amiga e voltou-se para o computador a sua frente. – Você não tem ideia do quanto é gostoso. – Pronunciou em um tom baixo e negou com a cabeça ao se lembrar da noite anterior. – Bom, agora vai pra sua sala e me deixa trabalhar porque as contas não se pagam sozinhas. Te mandei a apresentação por e-mail, a gente vai conversando até a hora da reunião.
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Manat | ⚢
FanfictionA arquiteta e a publicitária não se conheciam, não possuíam amigos em comum ou sequer frequentavam os mesmos lugares. As chances de suas rotinas se cruzarem eram quase nulas, para não dizer impossíveis, mas naquela manhã em que a Gizelly optou por m...