CAPÍTULO XXXI - GRATIDÃO

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NARRADORA

A segunda-feira começou agitada no escritório, Gizelly havia recebido uma ligação importante e esperava ansiosa pela chegada de Bianca, já que Clarissa estava acompanhando uma obra em São Paulo.

Assim que a carioca passou pela recepção foi avisada por Elisa que sua sócia a aguardava, sendo assim, caminhou até sua sala e entrou sem autorização prévia. Observou a melhor amiga girar na cadeira enquanto encarava a tela do celular.

— Esse sorriso aí tem nome e sobrenome, tô errada? – Bianca se aproximou da melhor amiga e se apoiou na mesa. – Nunca me canso de dizer o quanto gosto de tu assim toda apaixonada e feliz.

— Dessa vez você errou, senta aí que eu vou te contar tudo. – Apoiou o celular sobre a mesa e aguardou a amiga se acomodar na cadeira a sua frente.

— Tá bom, eu também preciso te contar uma coisa. – Se encolheu sobre a cadeira e recebeu um olhar desconfiado. – O que foi? Fala logo que eu tô ficando nervosa.

— Você já ouviu falar da Fernanda Gusmão, né? – A carioca confirmou e aguardou que Gizelly continuasse. – Então, a assessoria dela entrou em contato com o nosso escritório e adivinha?

— Puta que pariu. – Se levantou da cadeira e levou as mãos à cabeça. – Tu não tá me dizendo que a Fernanda Gusmão quer ser nossa cliente não, né?

— Não só quer, como vai, porque nós vamos arrasar na reunião. – Sorriu convencida. – Que vai acontecer hoje à tarde, eu não quis esperar pra não correr o risco de ela desistir.

— Hoje? Você tá maluca? A gente precisa preparar a apresentação. – Deu alguns passos em direção a porta, mas foi impedida pela voz da capixaba.

— Calma, respira. – Revirou os olhos e riu do desespero da amiga. – Vai dar tudo certo, a gente já tem um modelo, precisamos só adaptar algumas coisas. – Estendeu uma das mãos e esperou que Bianca a segurasse. – O que você quer me contar?

— Nossa, com essa notícia sobre a Fernanda quase esqueci. – Segurou a mão da amiga e abriu logo um sorriso enorme. – Eu chamei a Mariana pra morar comigo e nós decidimos adotar um gatinho.

— O que? Eu não acredito que você vai finalmente viver o famoso clichê sapatão. – Alterou a voz e em um impulso puxou a amiga para os seus braços, a apertando com força. – Eu tô muito, muito, muito feliz por vocês, meu Deus.

— Por causa do lance do gato, né? No fim de semana fomos a uma feirinha de artesanato e tinha uma ONG que trabalha com adoção de animais, tu sabe que eu sempre quis ter um e quando a Mari e eu vimos aquela coisinha tão pequena foi tipo amor à primeira vista, sabe?

— Então vocês já adotaram? – Franziu a testa em sinal de confusão. – E quando ela se muda pro seu apartamento? Me conta as coisas direito, Bianca.

— Tecnicamente sim, mas precisamos aguardar alguns dias, porque tem toda uma parte burocrática. – Deu de ombros e se afastou da amiga, voltando a apoiar o corpo na mesa. – Então, ela meio que já tá levando algumas coisas pra lá, acho que até o fim de semana o apartamento tá vazio.

— Já escolherem um nome? Minha sobrinha precisa de um nome, Bianca. – Usou um tom sério e cruzou os braços. – O open house vai ser sexta ou sábado?

— Claro que escolhemos, o nome dela vai ser Luete. – Usou um tom infantil e caiu na gargalhada em seguida. - Tu anda muito festeira, o chá da boazuda faz milagres mesmo.

— Eu amei, assim que ela for pra casa, me avisa porque vou comprar um presentinho. – Piscou para a amiga e voltou-se para o computador a sua frente. – Você não tem ideia do quanto é gostoso. – Pronunciou em um tom baixo e negou com a cabeça ao se lembrar da noite anterior. – Bom, agora vai pra sua sala e me deixa trabalhar porque as contas não se pagam sozinhas. Te mandei a apresentação por e-mail, a gente vai conversando até a hora da reunião.

Manat | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora