Capítulo XXXIII

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Zelena observou Emma saltitar pelo pequeno espaço da cabine, enquanto pegava alguns pertences pessoais para levar para a Ilha, com certa desconfiança. A mulher tinha uma expressão alegre e brilhante, com um pequeno sorriso eterno em seus lábios e suspiros que de tempos em tempos escapavam de sua boca.

—Aconteceu algo que queira compartilhar?

Emma se sobressaltou, como se tivesse se esquecido que não estava sozinha e no mesmo instante tentou abafar tudo o que seu exterior entregava. Balançou a cabeça, as bochechas se colorindo de carmim.

—Não aconteceu nada. Por que a pergunta? - soltou uma risadinha despretensiosa e dobrou mais um vestido.

Zelena deu de ombros e colocou o vestido junto com suas coisas.

—Você parece feliz.

—E eu não pareço feliz sempre? - quis saber, a cabeça inclinada para o lado, com curiosidade.

A outra riu e negou.

—Você tenta parecer feliz sempre. Mas há uma melancolia sutil em você que só dá para perceber quando você fica quieta. Porém hoje, a felicidade está exalando mesmo quando permanece perdida em pensamentos.

Um sorriso culpado se desenhou no rosto dela e Emma abaixou os olhos para encarar as mãos. Ficou em silêncio por um segundo, como se tentando se colocar em ordem e Zelena esperou pacientemente.

—É o Killian. - falou por fim, baixinho, ainda sem encontrar os olhos da amiga. Ela inspirou, parecendo exasperada. —Eu tentei ao máximo não deixar essa.... Atração se transformar em algo mais, contudo....

—Você está apaixonada. - Zelena concluiu simplesmente, sem surpresa em sua voz. Qualquer pessoa com olhos e o mínimo de percepção teria notado o sentimento ali, na forma que Emma olhava para o capitão ou como ela ficava feliz quando estavam próximos. Diabos, a amiga estava mais sorridente do que nunca nesses últimos dias que passara na companhia de Jones.

Emma sentiu os ombros relaxarem e olhou para a outra, esperando encontrar alguma forma de julgamento. Zelena não era a maior fã de Killian e sempre pedia para que ela tivesse cuidado, para não confiar cegamente no capitão. E ela era cuidadosa. Na maior parte do tempo.

Na noite passada ela deixou que o capitão a tocasse de tal forma que ainda sentia todos os espasmos de prazer que tomou seu corpo. A sensação deliciosa da barba dele em sua pele ainda a queimava. E o sorriso dele, com os olhos quase negros pelo desejo, era o que via quando fechava os olhos. Após o momento íntimo que compartilharam, os dois ficaram mais um tempo no convés, conversando. Ela esperou por um beijo, que ele a deitasse e pedisse por mais, no entanto Killian permaneceu sentado atrás dela, sua mão acariciando seu joelho e seus lábios eventualmente a beijando em sua pele que já estava em chamas.

Emma, encostada no peito do homem como estava, conseguia sentir e ouvir o coração acelerado dele, um ritmo quase doloroso, muito parecido com o que estava acontecendo dentro do próprio peito. E o coração do homem não era tudo o que conseguia sentir. Seu membro a cutucava na base das costas, duro, querendo ela.

Aquele pensamento fez uma espécie de fome diferente reclamar a tal ponto que chegou a doer. Um tipo de fome que parecia que não seria satisfeita com um prato de comida. Uma fome que a fazia querer contrair as pernas e sua intimidade parecer molhada demais.

Foi quando Killian sugeriu que já estava na hora de irem dormir. Ele se colocou em pé e logo em seguida a ajudou a se levantar, o que fez Emma agradecer, já que ela não tinha certeza se suas pernas haviam voltado ao normal. Não conseguiu evitar que os olhos descessem para o volume dentro da calça do capitão e inconscientemente umedeceu os lábios. Desviou os olhos para o rosto de Killian que a estudava com um brilho perigoso nas orbes azuis.

Traiçoeiro (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora