Capítulo XXIX

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Killian não tinha percebido o quanto sentia falta de estar no ambiente caótico de uma taverna em Króstal até entrar no estabelecimento e seus ouvidos começarem a zumbir com a cacofonia de sons e a visão de gente demais para um lugar tão apertado.

O capitão se esgueirou entre os corpos até ouvir os gritos de comemoração de seus homens ao vê-lo. Eles já tinham se apossado de uma mesa que tinha canecos de cerveja demais, o que indicava que estavam ali fazia um bom tempo, assim como tinham as famosas mulheres com poucas roupas sentadas nos colos de alguns de seus marujos. O capitão sentiu mais de um olhar de interesse se voltar para ele e sorriu com presunção, fingindo ignorá-las enquanto tomava o seu lugar ao lado de Landon que o recepcionou com um aceno de cabeça.

—Não achei que viria. – comentou, a atenção voltada para dentro do seu caneco de cerveja.

Jones olhou ao redor, procurando entre os corpos por Emma que disse que estaria ali, o que era estranho de imaginar. O gesto não passou despercebido pelo contramestre que riu baixinho, claramente se divertindo com algum pensamento que passou por sua cabeça.

—Percebi que realmente precisava sair.

—Claro que foi isso. – retrucou com sarcasmo. — Ela ainda não chegou. – informou. — Só vem quando o jantar da estalagem termina de ser servido.

Killian fez um sinal para que uma atendente trouxesse um caneco de cerveja para ele, o que foi rapidamente atendido. Assim que bebeu o primeiro gole fez uma careta.

Definitivamente não havia sentido falta das bebidas diluídas com água do lugar.

—Ela quem? – indagou fingindo confusão, mas sem fitar a expressão debochada que Landon lhe oferecia. Concentrou seu olhar em uma morena que estava do outro lado da taverna e que o observava desde que havia entrado. Killian a saudou ao erguer o caneco e isso foi convite suficiente para que a mulher começasse seu caminho até ele. — Swan?

—Faça-se de desentendido o quanto quiser, Killian. – respondeu o contramestre. — Eu realmente não tenho nada a ver com isso. – deu de ombros.

—Eu já estava sentindo falta desse lindo rosto. – a mulher sussurrou no ouvido antes de se ajeitar no colo de Killian que sorriu e mais que rapidamente levou sua mão para o traseiro dela. — Principalmente dele no meio de minhas pernas. – continuou, a voz baixa e sensual, enquanto seu quadril se mexia lenta e imperceptivelmente.

—Talvez hoje seja o dia de matarmos a saudade. – atalhou ao dar uma mordidinha no queixo da mulher que riu em meio a um gemido forçado.

Landon bufou ao seu lado e se colocou de pé. Ele tinha estômago para várias coisas, menos para acasalação feita ao seu lado. E pelo andar da carruagem, era aquilo que logo iria acontecer. Killian não iria querer sair por baixo na história de Emma e ia querer mostrar que ele facilmente conseguiria arrumar uma mulher para si.

Ele não pôde deixar de revirar os olhos. Toda a situação poderia ser resolvida com uma conversa. Mas Killian sempre havia achado melhor resolver as coisas de outro jeito. As pessoas tinham que descobrir como ele estava se sentindo. Para o capitão, conversas eram perda de tempo.

Bom, quem estava perdendo tempo era apenas ele.

Mas Landon, por um momento, realmente aceeditava que Killian estava se esforçando para se tornar uma pessoa melhor e assim ganhar a afeição de Emma. Aparentemente tudo não passava de uma ilusão que ele criara na esperança de ver o homem ajeitar a própria vida.

A taverna foi se tornando mais cheia a cada minuto. Landon observou Jones virar um caneco atrás do outro e agora mais uma mulher estava atarracada nele, enquanto o capitão dividia a sua atenção entre o jogo de dados que estava acontecendo na mesa e as mulheres que o devoravam aos olhos de todos com beijos, lambidas, mordidas e toques não apropriados para um local público.

Traiçoeiro (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora