Capítulo XXXVI

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         Emma acordou no dia seguinte ao sentir um braço quente e pesado circundar a sua cintura, seguido de uma respiração beijando sua pele, enquanto a barba por fazer lhe causava cócegas no pescoço.

—Já está acordada? – a voz rouca do homem que a segurava murmurou em seu ouvido antes de mordiscar e puxar de leve o lóbulo de sua orelha.

A jovem sorriu de encontro ao travesseiro e inclinou a cabeça um pouco para o lado, suspirando de prazer antes de abrir os olhos para encontrar a cabine banhada pela luz do início do dia e ver partículas de poeira flutuando preguiçosamente em várias direção. Emma se ajeitou para que se encaixasse melhor ao corpo dele e a camisa que vestia – camisa essa que pertencia ao capitão – deslizou um pouco, deixando um de seus ombros de fora.

—Eu poderia me acostumar a acordar assim.... Com um sorriso e seu corpo colado ao meu, sabia? – Killian indagou, enquanto distribuía beijos do ombro nu dela até sua nuca.

Ela riu, deliciada e se virou para ficar de frente para Killian. Admirou o sorriso que ele exibia e que parecia refletir o que se recusava a fechar em seu próprio rosto e envolveu seu pescoço com os braços.

—E eu poderia me acostumar a acordar com beijos todas as manhãs. – declarou lentamente.

Jones inspirou fundo e baixou o rosto até encostar o nariz ao dela.

—Com beijos todas as manhãs será acordada então, meu amor. – prometeu, antes de tomar os lábios dela em um beijo delicado e preguiçoso.

Emma sentiu o coração no peito disparar como se fosse o primeiro beijo. Era de fato o primeiro beijo daquele dia. Mas a festa de batidas ensandecidas que acontecia no seu peito, parecia que era a primeira vez que sentia a boca dele sobre a sua. Parecia que era a primeira vez que se seguravam como se nunca quisessem se soltar. O que era ridículo, pois noite passada eles pegaram no sono enquanto trocavam beijos e carícias. Ela tinha adormecido nos braços dele e acordara do mesmo jeito.

E ela nunca tinha acordado tão feliz em toda a sua vida. A sensação era como se tivesse finalmente encontrado algo que procurara a sua vida inteira, mas que só soube o que era quando encontrou. Killian a fazia sentir tudo e com uma intensidade assustadora. O frio na barriga da aventura e do medo de se machucar, o coração acelerado de felicidade sempre que se tocavam, a pele arrepiada pelo prazer. O sorriso bobo e fácil que sempre abria para ele. A ansiedade para estar junto dele, mesmo que fosse apenas para fitá-lo em silêncio. E tinha aquela inquietação em seu baixo ventre, que se contraía e doía toda vez que passavam um pouco do limite, que a fazia querer envolvê-lo com as pernas e nunca mais soltá-lo. Emma o desejava com tanto desespero que às vezes ela tinha vontade de mandar a racionalidade para os quintos e só se entregar, sem pensar nas consequências que viriam a seguir.

Sem pensar na dor de seu coração partido quando o encanto que ele sentia por ela acabasse.

—Eu não sei para onde seus pensamentos a levou, mas não me pareceram um bom lugar, então sugiro que pense em outra coisa. – Killian falou baixinho, o nariz deslizando por sua mandíbula. — Me diga o que achou da cama. – pediu, deitando-se e a puxou para que ficasse sobre seu peito. — Diga que eu não estava certo ao dizer que é uma cama muito confortável?

—É uma cama muito confortável sim. – concordou, as pontas dos dedos brincando com os pelos do torso de Killian que puxou o ar com força. Emma sorriu e abaixou o rosto e deu um beijo demorado sobre o coração dele. — Você estava certo.

—E você também estava certa. – declarou, o tom grave. Ela ergueu o olhar e se deparou com os olhos azuis brilhantes e as pupilas dilatadas.

—No geral eu sempre estou certa. – brincou e o capitão riu, a mão apertando o quadril dela com possessividade. — Mas sobre o que no caso?

Traiçoeiro (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora