Capítulo XLIII

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         A primeira sensação que sentiu assim que despertou, ainda sem abrir os olhos que estavam pesados demais, foi a da barba de Killian pinicando sua pele enquanto o nariz percorria a lateral de seu pescoço e se perdia em seus cabelos. Ela sorriu languidamente e suspirou baixinho, o contato pele com pele sendo mais do que esperava que seria ao mesmo tempo que era tudo que ela sabia que havia sonhado ainda que sem saber.

Sentiu os lábios mornos de seu capitão começar a trilhar beijos pela sua nuca, enquanto a mão dele acariciava seu seio por debaixo do lençol branco. Ela gemeu e se virou para ficar de frente para ele. Abriu as pálpebras apenas o necessário para que conseguisse vê-lo por entre os cílios.

—Bom dia. – murmurou roucamente, analisando a expressão de Jones e como ele parecia feliz. Ele sorria e o azul de seus olhos pareciam mais claros, como se uma parte da escuridão tivesse ido embora. A jovem envolveu o pescoço dele com um dos braços e pressionou os seios contra o peito dele. O contato fez com que um choque fosse enviado por todo seu corpo e sua intimidade, ainda um pouco dolorida, se contraiu pelo desejo de tê-lo mais uma vez. — Teve uma boa noite de sono?

—O melhor sono da minha vida. – Killian respondeu, esfregando a ponta do nariz ao dela, enquanto se perdia nas sardas que pontilhavam seu rosto.

—Ah, não tenho dúvidas disso. O senhor até roncou! – exclamou.

O capitão riu, sua mão deslizando pela lateral dela até envolver uma de suas nádegas e a puxá-la para si.

— Você é real mesmo? Está aqui nos meus braços e entrelaçada a mim?

Emma afastou o rosto do dele para estudá-lo, a testa franzida.

—Seus sonhos costumam ser tão vividos assim? Ou melhor... O senhor sonha comigo dessa forma? – instigou, uma sobrancelha loura perfeitamente arqueada

Killian soltou um gemido e mergulhou o rosto no meio dos seios de Emma, respirando fundo.

—Que pergunta, Swan. – replicou. — Você tomou o lugar dos meus pesadelos. Porém meus sonhos não chegaram perto da realidade que foi amar você. – atalhou com a voz abafada, seus beijos criando uma trilha de calor por onde passavam. — Desculpe por ter dormido. Não vai acontecer de novo.

Ela se retorceu, as mãos perdidas nos fios negros, entregando seu corpo ainda mais para que ele explorasse e conhecesse. Queria que Killian a marcasse tão profundamente com seus toques, para que em uma próxima vida, soubesse como encontrá-lo.

—Está tudo bem. Sei que já é um homem de certa idade. – provocou e riu quando Jones parou, fitando-a com incredulidade, o cabelo extremamente bagunçado.

Por causa dela. Ela o havia deixado naquele estado. E Emma adorou isso.

—Eu não sou tão mais velho que você, Emma.

—Dez anos é um bom tempo, Jones. Você já estava vivendo enquanto eu só sabia chorar, comer, dormir e sujar fraldas. – retorquiu.

—Não é tanto tempo. – insistiu e deitou-se contra os travesseiros. Sem esperar um convite, Emma deitou sobre seu peito e mordeu de leve o queixo do capitão, que por sua vez afagou a mandíbula da jovem, os olhos lentamente passeando por toda a sua pessoa, como se quisesse gravar em sua memória a aparência dela, bem naquele jeito toda bagunçada. — Você é linda, Emma Swan.

O elogio fez com que o rosto dela esquentasse e Emma precisou abaixar o olhar, concentrando-se nos pelos negros no torso do capitão. Apesar de ter passado a noite com ele, porque queria aquilo, um elogio quanto sua aparência, vindo dele, a desconcertava.

—Você está bem, Swan? – quis saber, a seriedade em seu tom parecendo abafar a atmosfera leve em que estavam.

Ou será que havia sido ela?

Traiçoeiro (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora