1° TEMPORADA - 23.

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𝙼 𝙰 𝚈 𝚁 𝙰   𝙾 𝙻 𝙸 𝚅 𝙴 𝚁

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Cheguei no Rio de Janeiro, essa viagem foi tão cansativa e eu estou só o pó. Acho que minha vó vai me achar uma mendiga quando eu chegar na casa dela.

Pego um Uber e vou em direção a casa dela, eu estou morrendo de saudades dela.

Bato na porta e a encontro me olhando, ela não tinha mudado absolutamente nada.

Só sinto as lágrimas rolar pelo meu rosto e eu abraçar ela. Terminamos o abraço e sorrimos uma para outra.

— entra minha filha, que saudades. — fala sorrindo para mim.

Entro e já vou olhar minhas fotos que continuam na estante. Eu era linda desde pequena, isso não era mentira.

— Dona Maria, não mudou nada né. — falo mexendo na coisas da estante. — continua organizada como sempre.

— nem me avisou né, tem nada. Vou preparar algo pra você comer, espera aí. — minha vó diz.

— não precisa vó, eu comi no caminho. — ela detestava quando eu comia na rua, Dona Maria sempre diz que essas comidas são ruins e que não enche barriga nenhuma.

E por um lado ela estava certa, eu comi e ainda estou com uma fome absurda.

— duvido nada que você esteja com fome ainda. — diz e eu rio. Minha vó me conhecia mais do que eu própria. — vem pra cozinha. — eu a caminho até lá e que saudades desse lugar.

— Mayra? — sua voz me desperta e só então eu percebo que eu estou igual uma palhaça no meio da cozinha olhando pro nada. — como está o trabalho? Fez novas amizades? O que te trouxe até Rio de Janeiro? — sorrio fraco.

— meu trabalho está ótimo, agenda está lotada. Fiz amizades novas sim e eu estava com saudades da minha vó. Isso é um pecado, Dona Maria? — rio.

— toma vergonha, alguma coisa você aprontou para estar aqui e agora quer conselhos. — me bate com o pano de prato.

Realmente, não dava para esconder nada da Dona Maria.

— coisa chata, pode nem sentir saudades depois que eu sumi você irá me valorizar Dona Maria. — faço drama e ela me olha.

— ó menina, eu só não te bato porque tô ocupada. Tu cria vergonha nessa cara e depois vamos conversar. — diz e eu concordo.

— vou pro meu quarto, arruma as coisas e daqui a pouco eu desço. — dou um beijo na testa dela e subo para o meu quarto.

Eu tinha saudades disso tudo, saudades do meu avô que já estava no céu, saudades de quando eu tinha problemas só com as bonecas e não com a vida.

Crescer dói e machuca. Se eu soubesse, eu teria aproveitado mais a minha infância. Meu quarto não tinha mudado nada, eu só tinha 2 anos que tinha me mudado para São Paulo.

Meu quarto era um cinza cheio de detalhes, eu nunca fui fã de coisas chamativas. Sou toda neutra, e ás vezes me sentia estranha por isso.

O calor do Rio de Janeiro estava de matar um. Decido tomar um banho para vê se o calor passa. Boto uma roupa confortável não irei para lugar nenhum e depois do almoço vou tirar um cochilo.

Não é todo dia que eu tenho férias, preciso aproveitar a minha semana. Desço as escadas, o cheiro está tão bom e eu já posso saber o que minha avó está fazendo... Lasanha de frango é a minha comida favorita, eu sou apaixonada.

— não acredito vó, a senhora fez a minha comida favorita. — digo e sorrio com isso. — eu amo a senhora. — abraço ela.

— ó minha filha, não é todo dia que eu recebo uma visita sua. — diz e eu tento não chorar. Eu estava muito emotiva esses dias, com certeza minha TPM está chegando. — Mayra não posso falar uma palavra que 'cê tá chorando, menina besta. — diz.

Rio fraco.

— poxa vó, vou voltar para São Paulo. Tu está me maltratando. — digo e dou de ombros pegando meu prato.

— finalmente, não estou mais te suportando. — diz e eu coloco a minha mão na boca surpresa.

— o jeito que a senhora me ama é tão diferente. — digo e reviro os olhos.

— como a senhora está? Sua saúde? Está bem? precisa de algo? Está tomando o medicamento certinho? — pergunto preocupada.

— não minha filha, está tudo bem. Estou fazendo certo. — suspiro aliviada.

Minha vó está lidando contra a depressão a 2 anos, logo quando eu fui para São Paulo ela desenvolveu e eu tratei de marcar um terapeuta para ela.

E eu me senti mal, até quis abandonar tudo lá em São Paulo e voltar para cuidar dela. Mais ela me proibiu disso e fez uma chantagem comigo então eu tive que ficar lá.

— e cadê seus namoradinhos? Já tem algum paquera? — ela pergunta animada e eu me lembro do Gabriel.

Uma hora ou outra ela iria saber do Gabriel, se eu não contar outra pessoa irá contar.

— ah,eu tive um rolo com um famoso aí.

Rio de nervoso.

— hum, e cadê ele? Tem quantos anos? Qual é o nome dele?

— ele está em São Paulo, tem 20 anos e o nome dele é Gabriel Lessa. Ele joga aquele jogo de tiro, o que o Lucas tinha falado com a senhora. Ele e Lucas trabalham na mesma equipe e é só isso. — murmuro. — eu e ele não temos mais nada, acho que nunca teve.

— aconteceu algo?

— eu tive um surto no meio do shopping com ele, uma prima dele é caidinha pelo mesmo, só que ela é mil vezes mais bonita do que eu. E eu não sei, eu talvez estivesse maluca de reagir daquela forma. — suspiro. — mais eu estava desconfortável vó, ele não fazia nada e ela só se aproveitava dele. — disse e percebo que estou quase chorando.

— ó minha filha, vem cá. — me puxa para o seu colo fazendo cafuné no meu cabelo. — calma, você não está errada! Você se sentiu mal e conversou com ele. Só que ele não entendeu e rolou esse mal entendido sobre vocês dois.

Talvez, ela esteja certa, mas eu não irei assumir isso.

— deve ser. — murmuro.

— me fala mais dele. — disse e eu a encaro. — só quero saber quem é o meu futuro genro.

— para com essas doideira Dona Maria, a gente só é amigos e nem vem com esses papos.

vocês dois ainda vão ficar juntos, escute o que eu estou te dizendo minha filha. — ela disse e eu lembro da Carolina me dizendo a mesma coisa na resenha.

Isso é coisa do destino? O que é isso?

espero. — sussurro para mim mesma e subo para o meu quarto.

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𝗔 𝖱𝖾𝗌𝖾𝗇𝗁𝖺, bak.Onde histórias criam vida. Descubra agora