capítulo 3

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     Se eu pudesse me enfiar em um buraco e passar o resto dos meus dias ali,eu faria.

     Por que eu tinha que falar naquele beijo?

     Me lembro como se tivesse sido hoje.A Tory tinha organizado o primeiro passado de meninas e meninos juntos.Todas as meninas se prepararam com balas,chicletes e brilho labial para esse dia.Acabou que não rolou nada demais,para a maioria das garotas.Os garotos ficaram conversando entre eles,e nós meninas conversamos entre nós.Até que o Miguel me chamou em um banco para conversar.Tinhamos quase doze anos,ele tinha acabado de se mudar.

     -Seu cabelo tem cheiro de coco-disse o Miguel-lembra o Havaí.

     -Obrigada-disse.

     Vi a Tory me olhando desconfiada.Então,derrepente o Miguel me beijou.Depois desse dia a Tory não falou mais comigo.Mas mesmo assim não consegui tirar o Miguel da cabeça por meses.

    E se Miguel for só o começo?e se as outras cartas também foram enviadas?...Falcão do time de futebol,Demetri do acampamento...Robby.

    Aí meu deus Robby!
 
    Eu me levanto,tenho que olhar a caixa de chapéu.Voltei para a quadra.

    -Treinador estou me sentindo mal,posso ir embora?

    -Claro-disse o treinador sem tirar os olhos do celular.

    Corri o mais rápido que pude até a minha casa.Assim que entrei o meu tio me olhou surpreso.

    -Stephany?o que está fazendo aqui ta o cedo?

    -Estou passando mal.

    Corri para o meu quarto.Revirei o meu closet tentando achar a caixa mas ela não está em lugar nenhum.Comecei a entrar em pânico.

    Eu desabo no chão.Mas é agora?o que eu faço,a minha vida acabou!

    Então me lembrei que o meu tio está passando por um surto de arrumação,tive que enchotar ele duas vezes da minha coleção de unicórnios de cristal.Desci as escadas correndo.

     -Tio-Daniel-você-viu-a-minha-caixa-de-  chapel?-perguntei com a voz calma.

   - Que caixa?

    -Uma azul celeste,a minha mãe me deu antes de morrer-disse.

    -Não sei...pode ter sido doada...

    -Não!

    -Me desculpa Stephany não sabia que a caixa era importante,e muito menos que a sua mãe tinha te dado-disse o meu tio-O que tinha nela afinal?

    -Tinha tudo!-disse.

    Corri para a minha cama sentindo as lágrimas percorrerem meu rosto.

    Depois do jantar,estava guardando os pratos quando ouvi a campainha tocar.Eu e a Samantha paramos para ouvir quem era.

    -Oi senhor LaRusso,a Stephany está?-perguntou uma voz masculina conhecida.

    Droga,Robby!

     -Você não sabe aonde eu estou-disse para a Samantha.

     Saí da cozinha correndo para o portão dos fundos.Corri para a outra rua e esperei cerca de uma hora,até que o Robby estivesse longe o suficiente.
   
     Voltei para casa e entrei de fininho para não ser escutada.Entrei no quarto e me joguei na cama.Preciso de um plano.

     No outro dia acordei feliz.Eu sou uma menina revigorada e com um plano:vou evitar o Robby até ele esquecer essa história de carta.

    Desci animada,encontrei todos sentados na mesa.

Para Todos Os Garotos que Já Amei-versão Cobra Kai(Miguel Díaz) Onde histórias criam vida. Descubra agora