Capítulo 40

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  -Oi-diz ele.

  Miguel está usando um jeans,uma blusa branca de botões aberta e esta descalço.

  -Oi!-digo,nervosa-como foi o seu natal?

  -Bom...E o seu?
 
  -Foi bom também...

  A frieza no rosto dele me faz sentir culpada e arrependida de ter vindo.Não esperava ser tratada com frieza.

  -Posso conversar com você por alguns segundos?
 
  Miguel dá de ombros.Ele veste um moletom por cima da blusa e coloca um tênis antes de sair e fechar a porta atrás dele.

  -E aí,o que houve?
 
  Não está sendo como eu esperava...Mas o que eu esperava?que ele lesse a carta e em um.passe de mágica fingisse que nada aconteceu?e então nos beijamos?sou tão infantil...

  Mesmo se ficássemos juntos,quanto tempo demoraria até ele sentir saudades da Tory e querer coisas que eu não poderia dar?Tanto na cama e na vida.Alguém como ele nunca ficará satisfeito em se sentar no sofá e ver um filme.

  Só percebo que estou encarando ele sem falar nada quando ele diz preocupado:

  -Stephany,aconteceu alguma coisa?
 
  Chego a pensar que ele me olha esperançoso,mas deve ser só coisa da minha cabeça.Derrepente fico com medo de dizer.

  Enfio a carta mais fundo no bolso mas não adianta muito.

  Minhas mãos estão congelando e começou a chuviscar.É melhor eu ir.

  -Eu só vim dizer que sinto muito.Sinto muito pelo jeito que as coisas terminaram-ele arqueia as sobrancelhas mas não consigo decifrar sua expressão-E...espero que ainda possamos ser amigos.

  -Ta...E mais o que?
 
  Como assim " mais o que?".Ainda bem que não entreguei a carta.

  -Feliz ano novo...?-pareceu mais uma pergunta.

  Miguel semicerra os olhos.

  -Feliz ano novo?-ele repete irritado-é isso mesmo que veio dizer?Que sente muito e feliz ano novo?espera que possamos ser amigos?
 
  -Foi o que eu disse.

  Estava torcendo para ele me dar uma carona porque está muito frio para andar de bicicleta.Posso acabar pegando um resfriado e vai começar a chover.Mas não quero pedir.Talvez,se eu der uma indireta...soprando as mãos,digo:

  -Acho que vou para casa.

  -Espera aí-ele pensa antes de dizer-por que está pedindo desculpas exatamente?por achar que eu sou um babaca que sairia dizendo para todo mundo que transamos naquela merda de ôfuro mesmo não sendo verdade,ou por me expulsar da sua casa?
 
  Um nó se forma na minha garganta.

  -Por tudo.Peço desculpas,Miguel-ficamos em silêncio-bom...esta ficando tarde...desejo a você um bom ano novo e tudo mais.

  Me viro para ir embora.

  -Espera aí-ele diz em um tom de voz diferente.Um tom de voz que ele usa quando está brincando.

  A esperança pula no meu peito.Me viro desanimada para ele não perceber.

  -Que foi agora?

  -O que é isso no seu bolso?-pergunta o Miguel enquanto anda com confiança até mim.

  Será que ele quer o mesmo que eu?melhor não arriscar.

  -Isso?Ah,nada.É só um panfleto que estava no chão perto da sua caixa de correio.Não se preocupe,eu jogo fora para você.

  Ele dá um leve sorriso e eu percebo o que eu disse.

  O Miguel não tem caixa de correio...

  Penso que ele vai dizer isso para fazer questão de me deixar constrangida,mas ao invés disso,Miguel estende a mão.

  -Deixa que eu jogo fora.

  -Não,eu cuido disso.

  Ele tenta tirar a carta da minha mão,me fazendo me afastar e segura-la firme.Miguel da de ombros,e eu relaxo.

  Então ele da um pulo e arranca a carta da minha mão.

  -Me devolve,Miguel!-grito.

  Com alegria,ele diz:
 
  -Sabia que interferir no correio americano é crime federal?-ele olha o envelope-É para mim.De você!- Miguel da uma risadinha.

Miguel segura o envelope acima da minha cabeça,abre e começa a ler.

  A chuva aumenta.

  É tão constranger ficar esperando ele ler.

  Quando ele termina,diz:
 
  -Por que desistiu de me entregar?

  -Ah,sei lá,você não pareceu muito feliz em me ver.

  -Isso se chama bancar o difícil,pateta.Já fazem cinco dias,estava esperando você me ligar.

  -Ata-digo,demoradamente.

  -Ata-ele imita a minha voz,o que me faz sorrir.

  Ele me puxa para mais perto pela gola do casaco derrepente ,perto o bastante para um beijo.

  -Então...Você ainda gosta de mim?-Miguel pergunta quase sussurrando.

  -Gosto-sussurro-quer dizer...mais ou menos.

  Miguel está me olhando como se dissesse fala sério!Você sabe que gosta de mim com seu sorriso que consegue ser arrogante e inocente ao mesmo tempo.

  -Você acredita que eu não espalhei aquele boato idiota?

  -Acredito.

  Ele assente e segura minhas mãos.

  Meu coração acelera.

  Devagar e fazendo contato visual,ele preciona os seus lábios contra o meu de forma delicada.

  A chuva aumenta,mas não nos importamos com isso.

  Miguel leva as minhas mãos para os seus ombros e leva as dele para a minha cintura.

  Sua língua pede passagem e eu cedo,ficando nas pontas dos pés para encaixar o beijo.

  Por que ele beija tão bem?

  Sinto uma mordidinha no meu lábio inferior,o que faz o beijo terminar.Pouso novamente meus calcanhares no chão sentindo a água da chuva escorrer por todo o meu corpo.

  Meus dentes batem por causa do frio.

  -Fiquei me perguntando esse tempo todo se você viria.

  -Espera que eu viesse?

  -Aham.

  -E se eu não viesse?o que faria?

  -Provavelmente iria eu mesmo atrás de você na escola ou então...te deuxa ir e partir o meu coração-responde ele.

  Me sinto tocada.

  -Você ia mesmo embora nesse frio e na chuva?ainda por cima na bicicleta do Anthony?-pergunta o Miguel sorrindo.

  -Na verdade,eu queria fazer você se sentir mal para me oferecer carona.

  -Quer carona?-ele oferece rindo.

  -É claro.

  -Você é mesmo demais,Ster.

  Miguel me beija novamente sem se importar com a chuva.

 

  Feliz dia dos namorados família!♡

  Se eu pudesse,daria uma de xolo e me enfiaria em uma banheira com bebidas e calda de chocolate.
 

 
 

Para Todos Os Garotos que Já Amei-versão Cobra Kai(Miguel Díaz) Onde histórias criam vida. Descubra agora