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ྉEdaྉ


PERPLEXA, é assim que me sinto enquanto os olhos verdes impetuosos queimam em minha direção cheios de si. Quem esse cara pensa que é?

— Você me mordeu! — As palavras lhe saem de maneira exasperada enquanto eu o observo levar a mão a boca, tocando levemente o canto do lábio ao qual cravei meus dentes. Bem feito! — Qual o seu problema?

— Meu probelma? — Mantenho meus pés bem firmes no lugar respeitando a distância que tomei do infeliz. — Sai por aí agarrando as pessoas e o problema é meu? Ora, francamente eu deveria ter arrancado sua LÍNGUA!

Seus olhos se apertam e ele repuxa os cantos da boca em um sorriso debochado, está achando graça da situação.

— Está se divertindo? — As minhas custas. Desgraçado de uma figa.

— É interessante ver como fica vermelha... Me diga, — Baixa seu tom de voz dando um passo em minha direção.— Está com raiva de mim por ter te beijado, ou de si mesma por ter gostado disso?

Deixo meu queixo cair sem acreditar no que acabo de ouvir.

— Que insolente... — Aponto meu dedo para ele que arqueia suas sobrancelhas quase no mesmo tom dos fios que preenchem sua cabeça. — Escuta bem... Se me tocar de novo eu juro que te castro ou te deixo manco, mi hai sentito?
(*Me escutou?*)

O sorrisinho presunçoso dele se alarga enquanto o olhar passeia pelo meu rosto.

— É sempre tão agressiva quando na defensiva?

Deixo meu ar sair e sorrio para ele com o mesmo cinismo. Ele é maluco.

— Não! Só quando me agarram a força..

— Eu não agarrei você... — Ainda por cima é sonso. Sabe, eu já me deparei com quase todo tipo de gente nessa vida, acredite. Mas esse cara... — Eu apenas precisava comprovar algo.

— E para isso precisou enfiar sua língua na minha garganta? — Ele pigarreou, me mantive exatamente onde estava enquanto ele estreitava os olhos em mim.

— Isso foi indelicado... — Minha vez de rir da cara de pau dele.

— Indelicado foi vir até o meu local de trabalho, uma escola, para me ameaçar e me agarrar na frente de todos…, isso foi indelicado!

Dou as costas para ele e escuto o som dos sapatos apressados no chão bem atrás de mim, os dedos dele se fecham em meu braço e ele me puxa em sua direção.

— Espere! — Me diz com o tom de voz controlado enquanto estuda a situação ao nosso redor. Poderíamos ser o alvo das atenções, um escândalo agora mesmo “tarado agarra mulher”, mas não, somos totalmente ignorados com exceção do cara encostado no modelo de luxo preto do outro lado da rua, um mercedes. — Precisamos conversar.

— Primeiro. — Suspiro irritada. — Me solte, eu falei sério sobre castrar você.

Suas mãos se levantam em rendição. — Precisamos conversar…

— Se for sobre a dívida não se preocupe, eu irei pagar.

— Você vai?

— Sim... Bom, parte dela pelo menos. — ele parece desconfiado. — Por enquanto…

— E onde conseguiu o dinheiro?

Deixei que meus olhos caíssem para as mãos, — Fortes com as veias saltadas. — que ele prendeu na cintura pronta para uma resposta malcriada quando o wrangler amarelo para do outro lado da rua.

Duas vezes você |✅|Onde histórias criam vida. Descubra agora