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Não, você não está sonhando... este não é um aviso! Eu voltei, então aproveite o capítulo de hoje!💞

 este não é um aviso! Eu voltei, então aproveite o capítulo de hoje!💞

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ྉEda

Acho que cheguei a pensar sobre o mar por algumas vezes, Seattle parece cinza demais perto de todo esse azul — mesmo sendo a cidade esmeralda — e sim, é verdade que somos cercados por água, mas a grama do vizinho geralmente é mais verde — ou azul —, não?

Voltando ao fato do mar, tenho algo para dividir e não, não é importante, mas acho válido já que toda essa imensidão diante dos meus olhos me traz recordações tão doces. Por que doces? Bene, eu me lembro do mar como uma das últimas coisas que fiz ao lado da minha mãe, fora a rede da varanda e o piso de assoalho da sala em que seu piano ficava e onde dançávamos, fora o meu par de meias favoritos que Aylin levou.

É uma boa lembrança eu acho e tudo isso a trouxe de volta, eu gosto de pensar na minha mãe — pelo menos agora — mesmo não fazendo tanto como deveria, é que com o tempo eu passei a afogar meus pensamentos a respeito dela, era mais fácil gastar tempo pensando em qualquer outra coisa, me manter ocupada com os outros disfarçava a sensação de vazio por algo que eu não poderia mudar. Voltando a lembrança feliz, em nosso último verão no mar — antes de minha mãe descobrir que estava doente — Aylin e eu construímos um castelo na areia, infelizmente muito perto da margem onde a onda batia o que meu namorado engenheiro não acharia muito inteligente, ou eficaz, mas construímos ele e toda as vezes que a onda o derrubava voltávamos a reconstruir, isso levou um tempão e levou também a paciência da minha irmã — Aylin sempre foi prática, se não dá certo então tente outra coisa —, fazíamos coisas juntas na época, dá para se dizer que minha mãe era o elo mais forte entre nós, as coisas mudaram depois daquele verão, mas até o fim dele me lembro da mão dela se apertando na minha cada vez que corríamos para o mar.

Essa era uma lembrança feliz para mim.

Nunca estávamos sozinhas, sempre na companhia uma da outra mesmo com nossas brigas idiotas, porém quando voltamos para casa nossas mãos nunca mais se encontraram.

Estudei o homem esparramado na cama de dossel com cortinas brancas amarradas nas madeiras escuras e talhadas com desenhos marinhos no meio.

A luz — forte e clara — já tinha invadido o quarto cercado por janelas grandes com vista para o mar azul que o circundava, Serkan estava com o peito exposto a claridade o que deixava sua pele ainda mais branca, ele precisava de sol mesmo que isso o deixasse vermelho, infelizmente a estação não iria ajudar nesse ponto, seu peito subia e descia lentamente acompanhando o ritmo de sua respiração, ele tinha esse costume de dormir sem camisa mesmo com a temperatura tão baixa. Me arrumei na ponta da cama cruzando mais as pernas o que fez o colchão se mover um pouco.

Era interessante observa-lo dormir, ele produzia ruídos baixos e sorria suavemente suas mãos hora ou outra deslizavam pelo colchão justamente no vazio que antes eu ocupava, estava me procurando, mas já faziam horas — no máximo duas — que eu havia despertado, inclusive já tinha tomado banho — me permiti ficar imersa na água quente daquela banheira com vista para, adivinhe... o mar. INCRÍVEL! — e agora o fitava aguardando que ele também despertasse.

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