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⚠ Voltei lindezas e espero que aproveitem o capítulo... Beijinhos e bom domingo! Alle 💖⚠

💞

ྉEda

Eu não sabia que poderia sentir dor em tantos lugares e eu sou uma bailarina.

E caso você seja um desavisado o balé não é uma dança tão glamorosa, na verdade, é doloroso e te provoca calos. Entretanto, a desavisada aqui sou eu. Dormi em uma poltrona e nem todo o dinheiro que Serkan pagou nela – o que eu aposto que foi muito – a tornou confortável.

Demorei um pouco até conseguir me concentrar no barulho que me retirava do sono incomodo, desci os pés para o tapete fitando a parede ao longe, estava naquele momento em que você está acordado, mas não exatamente acordado. Pelo jeito tinha alguma alma infeliz esmurrando a porta.

Bene, esmurrar soa um tanto exagerado, mas para uma pessoa em estado de "sonambulismo" esse é um argumento válido.

Quando a campainha tocou pela enésima vez me levantei aos tropeços enrolando a manta que tinha pegado antes de sentar para ver tv e comer o lanchinho que Serkan havia deixado para mim. Os dois ainda dormiam agarrados no sofá e mesmo sonolenta não resisti em perder alguns minutos os espiando.

Algum dia ele seria um pai tão bom, parecia já estar se tornando um.

Me arrastei até a porta de entrada, as pantufas fofas dificultavam o fator agilidade e eu não estava me importando muito.

— Espero que seja importante. — Resmunguei. Era cedo demais para ter alguém na porta de casa. — Ferit, se for você de novo eu juro que você nunca mais volta a pôr seus olhos em Melo.

Não houve resposta do outro lado, acho que ele entendeu o recado. Por fim abri a porta e me encolhi no mesmo instante para o olhar apurado da mulher vestida elegantemente na minha frente.

Ela desenhou um sorriso sutil e me direcionou um aceno leve com a cabeça.

— Bom dia. — O coque bem feito no alto da cabeça acrescentava nela um ar naturalmente sério, sorri fraco – de nervoso – não consegui responder. — Me chamo Sarah Wes, sou assistente social a serviço do estado. Estou aqui para falar sobre Ezgi.

Ela não terminou, bom eu não consegui escutar o restante. Fechei a porta de uma só vez e corri de volta para a sala.

— Serkan! — O sacudi, mas ele parecia não estar nesse plano enrolado com a menina. — Serkan!

Desta vez ele resmungou e notei seus olhos se moverem um pouco. Fui um pouco mais persistente e dessa vez o acertei com força.

Serkan se levantou em um rompante sentando-se ainda com a menina nos braços, piscou diversas vezes antes de finalmente focar os olhos verdes e perdidos em mim. — Você me bateu?

— Você não acordava. — Me defendi.

— E aí você achou uma boa ideia me bater?

— Funcionou. — Afastei as cobertas dele, Ezgi se movia em seu colo despertando lentamente. — Precisa levantar.

—Eda?

­— Andiamo, tem uma assistente social na porta.

Sua expressão se tornou uma névoa. — Onde?

— Alla porta. — Sacudindo a cabeça tentando entender o que eu dizia, ele arrastou seu olhar para além de mim.

— Na porta? — Concordei. — Naquela porta?

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