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ྉNuriྉ

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ྉNuriྉ


Não seja um idiota, só haja naturalmente.
Não seja um idiota...
Não seja um...

Prendi a respiração e a vi passar por mim, aumentei o aperto da minha mão nos livros que carrego. Fui um idiota.

Deixei a sala de aula e ganhei o corredor repleto de alunos alvoroçados pelo fim das provas e pelo recesso de quase três semanas. De alguma maneira eu também estava , principalmente depois da mensagem que recebi da minha irmã, eu vinha desviando dos convites dela para passar os fins de semana, primeiro porque ela estava passando por um período difícil e Eda não é do tipo que delega, ela está sempre colocando as necessidades dos outros antes das dela preferi ficar afastado para que ela tivesse um pouco de espaço, um tempo com o Serkan e a Ezgi, um tempo para pensar nela antes de nós.

Também não fui para casa, nenhum dia desde que Aylin pisou lá, não iria conseguir conviver sob o mesmo teto que ela, então, fiquei aqui. Me mantive dentro dos portões deste colégio e me esforcei para absorver o máximo que pude. Não é sempre que um garoto como eu tem uma oportunidade como essa.

Me senti mal quando soube de tudo que minha irmã havia passado, me senti mal principalmente por não ter estado lá ao lado dela e por este lado me culpei.

Talvez ainda me culpe um pouco. Por isso que dessa vez aceitei sem pestanejar quando ela me intimou para estar hoje em sua casa, admito que estava com saudade dela, da louca. Que Eda não me escute.

Passei por alguns grupos de pessoas em direção ao meu armário, tinha poucos amigos ali na verdade. A maior parte das pessoas nesse lugar já tem seus próprios grupos e é difícil entrar em algum, não fez diferença para mim de qualquer maneira, meu objetivo aqui é claro: conseguir entrar em uma boa universidade, sem ter que dar mais despesas a minha irmã ou ao Serkan.

Mas, neste momento, eu gostaria muito de fazer parte de um grupo, um em específico. Me peguei olhando para ela de novo, ela era a minha única distração eu poderia passar horas olhando para ela, se ela não me olhasse de volta, é claro.

O que raramente acontecia. Aconteceu uma vez, na verdade, no meio da aula de educação física me custou um olho roxo depois de uma bolada que levei no meio da quadra na frente de todo o quarto ano, depois disso perdi qualquer esperança que tinha de falar com ela.

Mas agora, a olhando rir com as amigas e pensando em tudo que aconteceu na última semana com a minha família, estou me questionando se vale a pena não arriscar ao menos uma palavra.
Um oi, simples.

— É só uma garota. — me incentivei ao guardar os livros no armário. — você já falou com garotas, você morou com um monte de garotas, sua irmã é uma garota.
Eu posso fazer isso. — Eu consigo.

Engoli seco, e caminhei na direção dela, as palmas das minhas mãos suaram e minha mente desacelerou prendendo meus olhos na figura perfeita dela, os olhos castanhos e a pele dourada, os cabelos com ondas contidas ainda que volumosas e a boca... Minha nossa, prendi a respiração. Até a luz vinda das janelas na parte alta do corredor batia nela e refletia.

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