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ྉ Serkan

O que está fazendo aqui? — A música para no fundo.

Esta foi a primeira coisa que pronunciei diante do choque que foi vê-la parada a minha frente aquelas horas da noite. No primeiro momento meu coração parou, frio e duro como no dia em que descobri que tinha sido enganado, acredito que tenha sido influência da mensagem que recebi há pouco.

Meu cérebro me encheu de incertezas diante da figura que escorria água da cabeça aos pés, seus olhos grandes pareciam abatidos e distantes.

Estava tremendo quando sorriu fraco evidenciando as covinhas em suas bochechas — a tensão se dissolveu das minhas veias — ela respirava profundamente, passadas lentas como se procurasse pelo ar em seus pulmões.

A puxei pela mão e a ouvi suspirar, talvez de alívio. Eu desejei que ela me mandasse uma mensagem, mas Eda tinha se materializado na minha frente.

— Por Deus, você está tremendo... — Fechei a porta enquanto era estudado por ela, seus olhos estavam vermelhos e algo me dizia que ela havia chorado. — O que está fazendo aqui?

Sua boca se abriu, ela inspirou profundo novamente agitando sua cabeça, não sei se para negar-me algo ou se para tornar as coisas mais claras em sua mente.

— Eda? — Toquei seu rosto, estava frio e seus dentes começaram a bater um no outro. — Estava chorando?

Era difícil dizer com o rosto tão molhado.

— O Giuseppe... morreu. — Ela disse com a voz embargada olhando para os nossos pés.

Alguém tinha morrido? Segurei em seus ombros, uma pequena poça se formava no chão com a água que escorria dela.

— É alguém da sua família? — Parecia alguém importante pelo estado em que se encontrava, ao menos acreditei nisto, mas seu corpo tremeu enquanto um som abafado escapava dela.

Me afastei, ela estava rindo? Por que Eda estava rindo quando alguém estava morto?

— Perdi alguma coisa? Por que está rindo? Disse algo engraçado?

Ela cobriu a boca com a mão, seu rosto enrubesceu enquanto ela olhava para canto algum.

Permaneci parado esperando que sua "crise" cessasse. — O que estou fazendo aqui? — Ela sussurrou para si mesma.

— Eda, está bêbada? — Sua risada escapou alta e ela revirou os olhos antes de finalmente foca-los em mim.

— Não! — Afirmou, seus olhos pareciam tristes, mas por que estava rindo? — Giuseppe é meu carro, Serkan.

— O quê? — Posso ter dito aquilo um tanto alto, ela se encolheu um pouco se afastando. Idiota Serkan, mas droga eu estava preocupado. Maluca. — Desculpe, eu...

— Tudo bem, eu não deveria ter vindo, na verdade eu nem sei o que estou fazendo aqui.

ههههه

ྉ Eda

Ir até ele foi uma decisão estupida de se tomar, mas a verdade era que eu nem sabia como tinha ido parar ali, minha intenção ao pegar o carro era ir até Ceren e eu estava no caminho certo, no caminho da casa dela até Giuseppe morrer me deixando ilhada no meio da chuva, então eu saí, talvez um pouco confusa e abalada pela mensagem... Não estava pensando bem e quando dei por mim estava batendo à porta dele.

Idiotice da minha parte, eu sei.

Passei por ele em direção a porta, pedir um taxi até a casa de Ceren seria o mais lógico a se fazer agora. Mas não consegui alcança-la, Serkan me puxou pelo braço de encontro a ele e droga, eu nem ao mesmo sei o motivo, mas eu quero tanto chorar.

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