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Buona notte e buona lettura! 🙃


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Eda


Me concentro o máximo que consigo na imagem do homem de branco a minha frente, eu quero escutá-lo, mas a cada palavra que ele formula meus ouvidos parecem ignorar, eu simplesmente não o escuto. Não por vontade própria, é apenas um bloqueio deixando a voz dele se arrastar para longe nesse imenso corredor.

Eu deveria me esforçar mais, talvez só mais um pouco.

Contudo, eu quero sumir. Desaparecer daqui e sei que a única coisa que me impede é a mão de Serkan presa na minha.

A cada pensamento que me invade e me torna distante, a mão dele na minha me impede de sair flutuando para longe.

Penso em absolutamente tudo, tudo menos no momento em que estou, é como se a minha consciência tivesse subitamente decidido me tirar daqui, porém ainda sei exatamente onde estou.

Arrasto meus olhos cansados pelas paredes brancas e pelo chão acinzentado, o reflexo dos bancos e das pessoas me chamam atenção, tudo parece ter seu próprio reflexo.

Eu era o reflexo de alguém ou alguém seria o meu? Minha irmã, poderia se parecer comigo, mas nunca se pareceu com meu reflexo no espelho.

A luz pareceu se tornar mais intensa por um instante, e as vozes ao meu lado mais evidentes. Virei-me, Serkan tinha sua atenção voltada para mim.

Ele se inclinou, o rosto demonstrava aguardar algo, talvez uma resposta?

– Desculpe... – Agitei minha cabeça de maneira fraca, afastando os devaneios. – Eu não escutei.

Serkan relaxou seus ombros fazendo com que eu me virasse parcialmente para ele. – Ele acabou de dizer... — ele era o médico parado diante de nós, falando pelo que se pareciam com dias. – Que não houve melhora – a voz dele ia e voltava, já sabíamos disso ela estava nesse estado há dias. – Infelizmente, ele não vê qualquer sinal de melhora ao longo dos dias. — Acenei calada, ele disse o mesmo três dias atrás, talvez fosse por isso que eu me encontrava nesse estado de dormência.

– Estava dizendo ao seu marido, senhora Eda. Que caso deseje ver a sua irmã esse deve ser o momento, o estado dela tem piorado muito ao longo dos dias. São raros os momentos de lucidez, ela teve duas paradas respiratórias ontem. – Eu não sabia porquê exatamente vinha evitando esse momento, era óbvio que teria que acontecer, não me sentia pronta para entrar lá, não queria entrar lá. – Você me entende?

Pisquei, era como se ele estivesse em câmera lenta. Sim eu o entendia, mas entender seria suficiente?

Serkan apertou minha mão, me senti voltar aos poucos. – Não precisa fazer isso.

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