Duas vezes você |✅|

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ྉEdaྉ

Já fez macarrão? Não me refiro a retirar a massa já pronta e joga-la em água fervente, quero dizer a massa fresca, a típica massa italiana — mesmo que a massa tenha sido inventada por um árabe, eu sei, chocante —. Meu pai era um excelente cozinheiro, algo de família, acredito, já que tia Ayfer cozinha tão bem quanto ele. A questão é que, durante o tempo em que ele esteve à frente do La Luna, eu passei dias inteiros observando e aprendendo, mesmo que não goste de algo em que sua família é boa, aprenda, é sempre importante saber o que precede seu sobrenome.

Eu aprendi o processo da massa, não é algo difícil, na verdade, é simples demais, isso é claro se você tem paciência. Por que como costumava dizer o meu pai "Tutto si conquista con pazienza, dalla messa perfetta alla persona amata".

(\* Tudo se conquista com paciência da massa perfeita a pessoa amada\*)

Por qual razão estou te contando isso? É simples, da massa ao preparo existe uma etapa importante, você precisa deixar que ela descanse para obter um resultado.

Eu deixei que Serkan descansasse. Ele relaxou e agora eu obtenho meus resultados, é claro que eu não contava que ele me visse tão rápido esperava já estar a caminho do mar encima de um esqui quando ele me visse finalmente. Mas não aconteceu, ele me viu antes e agora vinha em minha direção a passos largos e apressados.

Um homem o seguia ao lado da loira aguada. Eu poderia trucida-la apenas com a força dos meus pensamentos, uma pena precisar estar concentrada para isso e no momento minha mente parecia um pouco derretida com o homem na minha frente.

Ele dificulta muito uma ordem racional. — Eda! — talvez meu cérebro tenha derretido. Pisco tentando focar os olhos nele, aquele cabelo loiro da aguada reflete tantos raios uv's que podem ter me cegado. — O que faz aqui, vestida assim?

Que pergunta mais óbvia, o que uma pessoa faz em uma praia usando um biquíni? Dez dólares para quem acertar, com a pista mais óbvia do mundo em frente a uma estação de esqui aquático.

As pupilas de Serkan estão muito dilatadas enquanto ele corre seus olhos por mim. Vi uma vez em algum lugar, provavelmente em um livro, que nossas pupilas se dilatam quando estamos diante de algo que gostamos ou nos sentimos atraídos. Mas as feições ensandecidas dele não demonstram o que seus olhos estampam.

— Você disse para eu tirar um tempo para mim, não se lembra?

— E aí você resolveu, vir até a praia seminua? — Me diz entredentes, corro meus olhos rapidamente pelo meu corpo, por um momento penso que posso de fato ter esquecido alguma peça afinal ele parece bastante convicto, mas não. Está tudo aqui.

— Não estou seminua... veja! — Retruco começando a me virar.

— Não faça isso... —Serkan segura em meu braço impedindo o próximo movimento. — Não precisa girar. — Ele suspira com seus olhos presos no meu rosto, eu sabia que vir até aqui usando especificamente o que estou usando agora o tiraria do sério, afinal ele não tinha gostado do biquini, mas Serkan não parece de fato bravo ele só parece estranhamente inquieto.

Olhando para o instrutor de esqui atrás de mim ele contorceu seu rosto em um sorriso forçado.

— Escuta, — Serkan começou parecendo fazer um grande esforço para manter os olhos nos meus. — Esse é um esporte bastante perigoso Eda. — Ele passou os dedos pela gola da camisa polo arrumando o que já estava no lugar, imaginei que se ele estivesse com uma gravata o gesto teria surtido um resultado melhor.