Minha sanidade veio a tona e eu não pude deixar de me perguntar: por que caralhos eu respondi daquele jeito para Madara?
Respirei fundo. Na verdade, eu não me importava se ele era a própria representação do mal para incontáveis nações. Ainda assim, ele era um ser humano, especificadamente um homem. E eu jamais deixaria alguém, principalmente um homem, me tratar assim.
Assumi para mim mesma que não adiantava ir contra meus instintos.
Se fosse para passar os próximos dois ou três dias com Madara. Então, ele teria que me aguentar.
E vocês sabem... essa tarefa não era fácil.
- Olha... - O homem falou com malícia. - Nem parece que você estava tremendo cinco minutos atrás.
Virei as costas e fui até a cozinha, afinal, tanto eu quanto ele precisávamos nos alimentar, mesmo que fosse de comida enlatada e ração humana.
- É claro que eu estava tremendo. Você tem ideia do horror que causou? Do tanto de gente inocente que morreu? Madara, pessoas que nem sabiam pegar em uma Kunai foram dizimadas.
- Não por mim. - Ele respondeu sério, enquanto ficou bem na minha frente.
- Você sim. Se você acha que os governos só mandam gente treinada pra guerra, está sendo inocente... Pra não dizer burro. Conforme seu showzinho matava os soldados, eles enfiavam camponeses na linha de frente. E ficou cada vez pior. Com a falta de alimentos, as pessoas roubavam e matavam....
- Eu entendi. - Sua voz rude interrompeu automaticamente minha fala. - Eu não me orgulho disso. Mas, não posso dizer que me arrependo. Eu fiz, naquele tempo, o que achei que deveria fazer e acredite: se dependesse de mim, eu continuaria morto.
Suspirei e virei as costas para ele, enquanto caçava nos armários seja em baixo da pia ou ao lado do fogão alguma coisa estocada que fosse útil. Talvez ervilha enlatada e outras coisas que demoravam décadas para estragar.
- Você me lembra alguém. - Ele falou despreocupado, colocando as mãos no bolso da calça.
Não achei nada de útil, exceto um pacote de arroz, que torci estar na validade. Fechei as portas dos armários, quando virei para caminhar o ninja Uchiha, mais uma vez, estava atrás de mim.
- Caralho! - gritei com o susto.
Dei um passo para trás, minhas costas encostaram no armário. Mas, ele avançou um pouco mais, me encarando.
- Eu disse que você me lembra alguém. - Repetiu.
- Nossa que inferno! Deve ser alguma puta que te chifrou! - Falei irritada, sem pensar.
Impulsivamente, o homem segurou firme em meu rosto, os dedos rudes apertando meu rosto de tal forma que fiz um bico. Ele levantou meu rosto, encarando-me profundamente.
Seu olhar era analítico e sério. Fiquei imaginando o que ele faria. Mas, a raiva que eu sentia estava pouco a pouco tomando conta de mim. Ele me tratava feito um inseto e eu estava cada vez mais impaciente com aquilo.
Para que eu o agredisse era questão de tempo.
- Como uma pessoa tão fraca, consegue ser tão irritada?
- Seu filho da puta!
E movida pelo puro impulso, me preparei para lhe dar um belo chute nas bolas. Mas, na verdade, chutei o ar.
- Eu não sou seu brinquedo! - Falei irritada. - Foda-se se você é Madara Uchiha. EU NÃO VOU ACEITAR ISSO.
Falei tão rápido que terminei a frase ofegante. Ele, por sua vez, olhou para mim com ar de brincadeira, como quem acha graça da situação. Mas, era muito sério para sorrir.
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Aquilo que deixei para trás [Sasuke]
FanficNessa história, Sasuke vive intensamente as marcas do seu passado com Orochimaru, principalmente porque depois de 12 anos ele reencontra sua primeira experiência amorosa: Hikari Uchiha. Agora, o ninja é obrigado a confrontar seu passado de peito ab...