Aquilo que deixei para trás [Sasuke]

Velho Inimigo

PoV Hikari

Meu coração estava acelerado e a cada centímetro que eu ficava mais perto daquela vila, era como se eu estivesse mais perto do perigo. Mas, isso não era ruim para mim, não naquele momento.

Era o que eu mais queria. Queria chegar lá, bater em quer que fosse e salvar meus filhos, me certificar que eles estariam em segurança.

Usei toda minha força para pular de galho em galho até sair da floresta. Em determinado momento, vi Sasuke ficar para trás. Mas, tudo bem. Ele logo me alcançaria.

Não diminui o ritmo.

Foram 2 horas correndo no nosso máximo até nos depararmos com a entrada da vila e os primeiros indícios de batalha: uma fumaça preta de fogo já se alastrava pela cidade.

Senti meu coração dar um salto e meus filhos me vieram á mente.

Houve uma forte explosão. Ouvimos gritos e uma ou duas casas caíram.

Sem precisar usar a comunicação verbal eu e Sasuke fizemos a mesma coisa: corremos em direção a explosão.

As construções daquele local eram simples e fracas, feitas em sua grande maioria de barro. O que automaticamente me fez concluir que aquele era um município pobre.

Por que toda aquela merda, logo ali?

Uma voz masculina um pouco estridente me chamou atenção. Era um riso compulsivo e até neurótico que se intensificou a medida que nos aproximamos.

- Eu consigo sentir vocês... - Ele falava. - Malditos Uchihinhas. Achei que o bosta do Sasuke era o último, mas pelo visto, ele se reproduziu, não é mesmo? Eu sinto o chakra deles... Da para sentir o poder.

Quando a fumaça e a poeira dispersaram eu pude ver tudo com clareza. No centro de uma cidade já destruída estava uma figura loira magra que eu e Sasuke conhecíamos bem: Deidara.

O ex-membro da akatsuki foi revivido e agora estava pirado de vez. Estava sedento de vingança. Além disso, tinha algo diferente nele, um cheiro adocicado que ele emanava que por alguns segundos me fez parar, assustada.

Aquilo era estranhamente familiar.

Pisquei algumas vezes para me livrar da sensação de familiaridade e voltar ao foco: onde estavam meus filhos?

Então, o que eu vi me fez trancar a respiração. Kaoru e Daisuke estavam logo a frente dele. Seu sensei, um rapaz de cabelos castanhos, mais ou menos da minha idade estava desmaiado, muito próximo de onde foi a explosão, aos pés estava Aymi, a colega deles de equipe. Era uma menina muito fofa, de olhos grandes e cabelo azul preto em um rabo de cavalo. Ela também foi duramente atingida, mas tentava se levantar.

Sem pensar duas vezes eu fui em direção ao que estava ocorrendo. Sasuke me seguiu.

Quando já havíamos "dado as caras" para o inimigo, pude ver a satisfação no olhar de Deidara.

- Não é eles que você procura. - Bradou Sasuke irritado.

Fui em direção aos meus filhos, que pareciam atônitos de medo, mas felizes em me ver.

-Afastem-se. - Pedi para eles que obedeceram imediatamente, juntando-se ao sensei deles e a amiga para ajuda-los.

- Então eu estava certo... - Deidara começou a dialogar. - Eles têm seu sangue não é Sasuke? - Ele riu ironicamente - Mais um bando de Uchiha mimado no mundo.

-Cala sua boca! - Eu reclamei desenbaiando a espada. - Você sempre falou demais.

E dizendo isso, parti para cima sem dó, Sasuke sabiamente me acompanhou. Afinal, eu sabia os defeitos do seu Jutsu que era principalmente a lentidão para criar novas criaturas de argila. Assim, agilidade era nosso foco.

No entanto, quando investi fui surpreendida pela sua agilidade. Na verdade, fomos. Por que Sasuke também me encarou atônito. Em questão de segundos ele criou outra estátua pequena, outra e mais outra.

Ele estava louco para nos provocar.

Eu e Sasuke pulávamos de um local para o outro, desviando dos ataques.
Aquilo me incomodou e troquei olhares furiosos com meu parceiro de luta.

Compatilhavámos do mesmo pensamento: ele estava nos enrolando.

Por isso, sentei no chão, logo na frente de Deidara e perplexo levantou o olhar;

- O que você está fazendo? - Ele questionou.

Balancei os ombros, esnobando do loiro.

- Se você quer enrolar, então eu enrolo. Senta aí Sasuke, vamos esperar ele dar o showzinho dele enquanto ele fica servindo de marionete para bicho grande.

Sasuke atônito não soube como reagir e apenas me observou, arqueando uma das sobrancelhas.

- Ah... - Soltei um suspiro. - Você não cansa de ser sempre o bonequinho de alguém Deidara? Pain, Itachi, Kabuto...

- Cala a boca! - Ele gritou irritado. - Quero você falar isso depois que eu explodir sua cara.

Eu ri.

- Você só explode coisas não vivas, não é mesmo? - Respondi pensativa. - Tem uma certa arte nisso...

- Certa arte? A destruição é a arte verdadeira! A expressão mais pura da arte.

- Eu reconheço isso que você chama de arte querido, mas... Eu sei fazer muito melhor que você.

- Do que você está falando? A arte é uma expressão autêntica só quem realmente...

- Bla, bla, bla... - Interrompi. - Vai falar porque está nos enrolando aqui, ou não? - Respondi ficando instantaneamente séria.

Essa minha mudança de humor repentina sempre irritou Itachi, Neji e todas as pessoas que conviviam comigo. Então, julguei que o irritaria também.

Por alguns segundos, corri o olhar ao redor.

Deidara feito uma criança gritava algo que não pude entender, de tão rápido que falava.

O que ele estava escondendo? Quem ele escondia?

Nesse momento, não pude deixar de pensar naquele cheiro adocicado e familiar que me invadiu.

Mas, rapidamente mudei de pensamento. Afinal, assim como ele eu também estava enrolando. Meus filhos precisavam estar afastados o suficiente para começar uma batalha descente.

- Quem é você para falar alguma coisa para mim, em? - Deidara reclamava.

E assim, quando Kaoru, Daisuke e o time todo estavam num local seguro que eu levantei, fiquei em pé a poucos metros de Deidara.

Sasuke estava atrás de mim, observando.

Encarei o revivido nos olhos, apoiei a espada no ombro cheia de autoconfiança e respondi irritada:

- Prazer, Hikari Uchiha, sua assassina.