A dor do reencontro

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PoV Hikari

Senti a marca coçar. Olhei para ela. Será que Sasuke acordou? Levantei as sobrancelhas. Não... era impossível! Como assim, depois daquele baque, ele já estava de pé? Respirei fundo e desejei, no meu âmago, que ele não estivesse acordado e que, se possível, ele só voltasse a si quando tudo tivesse resolvido. 

Não queria vê-lo lutar, não queria colocá-lo novamente em risco...

Olhei para minhas mãos, pensativa. Okay... se ele estivesse acordado, pelo menos eu já sei que está vivo.

Respirei fundo.

Abri o mapa de Karin e fiz o jutsu que me ensinou. Não demorou até ele apontar vários pontinhos rosas, todos em um mesmo local: uma caverna no meio da floresta há cerca de 1 hora de caminhada.

Minhas mãos tremeram e senti a garganta secar.

Respirei fundo.

"Agora ou nunca."

Naquele instante morrer já não era minha intenção. Eu queria lutar, dar tudo de mim em batalha e assim, se a sorte estivesse ao meu lado, derrotar minha mãe.

Mas, para isso, eu precisaria me manter inabalável. Quais os truques sujos que eu vou teria que realizar? Quais os golpes baixos que seria submetida? Aquela a quem eu buscava já não era doce e gentil Hana, minha amada mãe. Mas, sim, mais um inimigo que morreria pela lâmina da minha espada. 

Suspirei outra vez e coloquei a mão direita sob a espada rosada em minhas costas. Mesmo que essa arma um dia tenha sido dela... 

Era isso que Sasuke sentiu quando matou Itachi? Esse misto de dever e tristeza que eu mal sei descrever?

Busquei o pouco de racionalidade que ainda existia em mim e comecei a listar o que precisava ser feito. Primeiro, seria necessário ganhar a confiança de todos, inclusive da minha mãe. Trazer a Hikari revoltada novamente para que o ódio genuíno por Konoha fosse expresso em meu olhar para conseguir aproximação suficiente, eu deveria fingir que odeio a vila, Naruto, Sasuke e até meus filhos. Ou seja: passar credibilidade que estaria disposta a morrer.

Posteriormente, era hora de partir para o ataque. Na primeira oportunidade, na brecha mais iminente, eu atacaria sem recuar. Um pensamento inteligente seria cortar um fio de cabelo e usar a Explosão de Sangue. Assim, meus esforços poderiam ser concentrados nos outros ninjas revividos. Ou não. Sinceramente, era impossível prever o que aconteceria após a morte de Hana.

Respirei fundo. É isso. Eu tinha uma missão, tinha uma estratégia... chegou a parte mais difícil... colocar em prática.

Caminhei durante 1 h na direção que o mapa apontou. Minhas pernas doíam e em dado ponto senti o ar se recusar a entrar pelas minhas narinas com uma fisgada que pareceu romper meu abdômen.

Será que os remédios estavam acabando o efeito? Peguei na bolsa uma cápsula para dor, abri o cantil e tomei a medicação. Pouco a pouco, a medicação fez efeito e senti minha respiração normalizar. 

Escondi as capsulas na parte interna da roupa e deixei a bolsa escondida próximo a um arbusto. Assim, eu chegaria com o mínimo de indícios possíveis da minha missão suicida. Uma última olhada no mapa antes de entrar, revelou a localização deles com precisão. Aparentemente, estavam a cerca de 500m, em uma caverna aos pés de uma montanha. No entanto, a olho nu não era possível ver nenhuma movimentação. 

Portanto, confiei no processo. Caminhei para a direção prevista, mesmo que minhas pernas estivessem tremendo e meu coração disparado. Mas, eu jamais deixava transparecer. 

Aquilo que deixei para trás [Sasuke]Onde histórias criam vida. Descubra agora