- Não me agradeça. Por mais interessante que você seja, se eu me sentir ameaçado não hesitarei em te matar. - Falou tranquilamente, como se estivesse conversando sobre o tempo e não fazendo uma ameaça de morte.
Não ousei olhar para trás (e vê-lo nu). Apenas suspirei e revirei o olhar. Voltei minha atenção para o ofurô e fui testar a temperatura de água.
- Madara Uchiha, sentindo-se ameaçado por mim seria um elogio.
No cômodo, tinha um pequeno armário próximo da pia, onde eu encontrei algumas ervas que era conhecidas por auxiliarem na recuperação de chakra. Tratei de colocar um pouco na água.
- Mas, eu não te matei. Então, você não é uma ameaça.
Evitei ao máximo o contato visual, quanto verbal com o ninja e mesmo percebendo isso ele não se importou em passar por mim e entrar no ofurô.
- Artemisia e Camélia? - Falou, sentindo o choque término da água quentinha começar a abrir seus poros.
- É. São boas para recuperar chakra. - Respondi séria.
O Uchiha molhou os cabelos, logo em seguida encostou as costas e apoiou os ombros na borda.
- Então, você não tem muita noção de perigo. Não é? Recuperar todo meu chakra seria assinar sua sentença de morte. - Falou com um tom de voz malicioso. - Mas, pelo visto você é meio suicida.
Encarei-o por um instante.
Realmente, eu sempre tive um "quê" de suicida. Sempre me coloquei em posições de riscos desnecessários e... Por que? Olhando para trás fica fácil perceber que era quase como uma forma de autopunição. Ou então, de me sentir viva apesar de toda a dor que carreguei. Mas, depois que tive meus filhos as coisas mudaram.
Não que eu não corra riscos desnecessariamente. Mas, agora eu preciso me manter viva. Eu tenho pelo o quê lutar.
Na maioria das vezes. Afinal, se eu, por qualquer razão, precisasse dar a vida por meus filhos, eu não pensaria duas vezes.
Suspirei no meu próprio devaneio.
- Talvez eu seja mesmo... Um pouco suicida. Mas, de qualquer forma, ser morta por você é uma forma quase honrada, já que é um oponente extremamente forte.
Eu poderia ter ficado quieta? Poderia. Eu iria ficar quieta? É claro que não.
Por isso, cheia de maldade caminhei em direção à porta e o encarei. Apoiei o corpo no batente e enquanto passava o dedo indicador pelos lábios dizendo com malícia.
- Se bem que se fosse pelo Hashirama, uau! Eu quase agradeceria!
Nesse instante ele se transformou. O homem rude, forte e másculo deu lugar para um moleque irritado e mimado. Levantou e apontou para mim.
- O que você falou? O que você falou? Repete!
Não pude deixar de controlar o riso. Confesso que não achei que fosse tão fácil desestabilizar essa pose de dominador. Mas, depois de conseguir, confesso que adorei ver esse aspecto mais bobo dele.
E entendi, pela primeira vez, por que minha reencarnação passada se apaixonou por ele.
- Não. - Respondi rindo
- Olha aqui, eu sou muito mais forte que ele e...
- Tá Okay senhor Rei dos Uchihas. - Interrompi o monólogo irritado dele e comecei a caminhar em direção ao corretor, deixando-o sozinho. - Agora senta aí e fica pelo menos uma hora, para as ervas fazerem efeito. Vou preparar o jantar.
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Aquilo que deixei para trás [Sasuke]
FanfictionNessa história, Sasuke vive intensamente as marcas do seu passado com Orochimaru, principalmente porque depois de 12 anos ele reencontra sua primeira experiência amorosa: Hikari Uchiha. Agora, o ninja é obrigado a confrontar seu passado de peito ab...