Voltar para a fronteira foi uma das sensações mais maravilhosas que provei.
É claro que talvez eu estivesse influenciada pelo que Sasuke fez na frente de Konoha toda. Mas, mesmo assim, não tinha emoção melhor do que pisar nas terras que um dia foram a vila do som, com todas aquelas pessoas esperançosas e receptivas.
Lembro-me como os dias pós-guerra foram difíceis. Milhares de pessoas mortas, órfãos, muitos passando fome e outros roubando para viver. Mas, com muito esforço e o apoio de Konoha os tempos mudaram.
A maioria das ruas já eram pavimentadas, possuíamos energia elétrica e tratamento de esgoto. Tradicionalmente, todos os dias a rua principal da cidade era preenchida com diversos comerciantes que vendiam sua iguarias, tapeçarias e tudo aquilo que fosse estranho aos olhos dos diversos viajantes.
Nossa vila era um local pequeno, de mais ou menos 2 mil habitantes, o que facilitava as coisas na gerência, mas complicava quando o assunto era expansão. Cada dia mais nasciam novas crianças e a taxa de mortalidade já era bem menor que muitos anos atrás. Logo, nós precisaríamos crescer.
Era por toda a evolução e por todo o futuro promissor que eu amava aquela gente. Esse sentimento surgiu durante a guerra quando fui uma das poucas pessoas que viu os terrores que as batalhas causam nos civis, quando tentei ajudá-los e acolhi suas dores.
Mas, tudo aquilo ficou para trás. Éramos uma nova civilização, com uma nova história.
Quando coloquei os pés na fronteira, fui logo para a administração. Evitei, ao máximo, o centro da cidade. Meu cabelo ruivo não me deixaria passar despercebida e não estava com tempo para ser uma boa representante do povo.
Existiam urgências muito maiores que as boas maneiras sociais.
Por sorte, quando cheguei no prédio da administração as coisas estavam bem tranquilas, embora minha secretaria, Akame, estivesse desesperada com pequenas tarefas como assinar atestados de óbitos, registros de nascimentos, designar pequenas missões e controlar jovens rebeldes.
Resolvi todas as pendências. No entanto, a missão de investigação era minha prioridade. Por isso, era necessário voltar à primeira casa que morei sozinha, enquanto estava grávida, no meio da floresta que rodeava o distrito. No entanto, os civis costumavam frequentar aquele local para caçar e procurar matérias primas para seus produtos.
Deixa-los com livre acesso significaria colocá-los em risco. Mas, falar a verdade era gerar um pânico gigantesco e ainda destruir a investigação.
Cheguei a conclusão que mentir seria a melhor a estratégia. Por isso disse para Akame, que uma das indústrias férreas que Konoha instalou estava jogando resíduos altamente tóxicos em um dos córregos. Assim, a guarda da fronteira deveria impedir que qualquer civil ou ninja não autorizado entrasse na região.
Ela acreditou e tomou a frente.
Tudo estava pronto para que eu, Daisuke e Kaoru investigassemos a área.
Em partes, eu estava ansiosa para ver a velha casa da floresta. Afinal, embora a vida na cidade seja confortável, nada mais aconchegante que o ar puro e o som dos animais.
Lembrei-me de suas paredes de madeira escura, o telhado oriental entalhado com delicadas figuras, a grama baixa rodeava a casa e vez ou outra um ramo de roseira crescia rodeando o pilar da área.
A imagem de quando eu encontrei Itachi e Neji me invadiu. Lembrei do susto, mas também, da relação intima que criamos. Do primeiro aniversário dos gêmeos e até das broncas que eu era obrigada a dar nos quatro quando os tios acobertavam o que os meninos faziam.
![](https://img.wattpad.com/cover/242168941-288-k367588.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aquilo que deixei para trás [Sasuke]
FanfictionNessa história, Sasuke vive intensamente as marcas do seu passado com Orochimaru, principalmente porque depois de 12 anos ele reencontra sua primeira experiência amorosa: Hikari Uchiha. Agora, o ninja é obrigado a confrontar seu passado de peito ab...