Aquilo que deixei para trás [Sasuke]

Sim, senhor

Com o coração mais tranquilo e em paz voltei para a casa. Madara ainda estava em seu banho, tranquilo e relaxado. O que permitiu que eu partisse em direção à cozinha.

Tentei fazer algo descente. Mas, o máximo que consegui foi uma espécie de sopa com comida enlatada.

Quando acabei, procurei mais uma vez alguma coisa para o homem vestir nos guarda-roupas antigos. E achei um Yukata masculino velho, que na verdade, eu não fazia ideia de quem era.

Peguei a peça e fui até o banheiro, aproximando-me do homem.

- Trouxe sua roupa. - Falei calmamente, estendendo a peça de olhos fechados.

Ouvi o som da movimentação de Madara na água. Ele saiu do ofurô, pegou uma toalha no canto do banheiro e se secou.

- Não precisa ficar de olhos fechados. - Falou sério. - Eu não fico constrangido.

"Quem ficaria constrangido com um corpo desse?" - Pensei.

- Mas eu fico. - Respondi rápida.

Ele pegou o Yukata de minha mão e vestiu.

- Tá, tô pronto. - Sua voz não era mais tão descontraída quando antes, parecia sério e até irritado.

Será que ele ainda não superou a brincadeira com Hashirama?

Abri os olhos e notei sua expressão fechada, de poucos amigos. Ele passou por mim e caminhou em direção ao corredor. Não tinha pressa alguma, pelo contrário, parecia alguém entediado.

Eu ainda estava parada no cômodo quando ele parou no batente da porta.

- Seu colega... foi embora? - Sua voz soou séria e fria.

Uma onda gélida percorreu meu corpo e eu parei de andar, em pânico. Ele sentiu a presença de Sasuke! Mesmo com a distância. Será que foi o rinnegan?

Engoli seco e demorei alguns segundos para responder. O que eu deveria dizer? Pensei em mentir, mas, essa seria uma boa ideia?

Claro que não!

Se eu tentasse mentir, por melhor que fosse nisso, ele descobriria na hora. Afinal, estamos falando de Madara Uchiha.

Suspirei.

- Você o sentiu?

Nesse momento, ele avançou em minha direção, foi tão rapido que seria incapaz de reagir, mesmo que quisesse. Ficamos próximo demais, sua expressão e postura dominante tornaram nossa diferença de altura gigantesca.

Senti-me como uma criança que acabou de fazer arte, prestes a ser repreendida pelo pai.

Dei um passo para trás e esbarrei no ofurô. Naquela situação, não tinha para onde fugir. Os olhos negros dele me fuzilaram e por um instante eu achei que ele sabia exatamente tudo que passava pela minha cabeça.

Senti os pelos de minha nuca arrepiarem.

Mas... por que... isso... mexia comigo?

Merda...

- Eu estou curioso.... - Falou enquanto dava um passo para frente. - Você realmente me subestimou achando que eu não perceberia, ou será que foi inocente demais?

Olhei em seus olhos, tentando demonstrar o máximo de confiança possível, mesmo que meu coração acelerado no peito demonstrasse o contrário.

- Eu tinha que conversar com ele... sem ninguém por perto. - Falei com sinceridade. - Eu precisava dizer o que eu vi aqui.