Bem-vinda ao inferno

•Capítulo 12•

Fiquei horas chorando naquela cama, as dores do meu corpo estavam ficando leves, em algumas partes eu nem a sentia mais. Eu via apenas os roxos em minha pele branca, as marcas vermelhas estavam desaparecendo, minha intimidade estava inchada e eu sentia uma leve dor em meu interior.

Eu sentia uma coisa e ela doía muito, meu coração estava despedaçado e ele estava doendo como se eu tivesse levado um tiro. Eu não pensava em mais nada, eu só queria estar nos braços de alguém que me amasse, mas eu sei que essa pessoa não existe e nunca vai existir. Eu queria entender por que essas coisas aconteceram comigo.

Eu sentia uma dor sufocante, meu corpo tremia por meu choro, eu não estava aguentando mais aquela dor. Minha alma estava destroçada, era como se eu tivesse no inferno pagando por todos os meus pecados e sentindo o fogo queimando em minha pele.

Por que isso está acontecendo comigo? Porque Axel tirou de forma tão brutal a única coisa que me restava? Ele é um monstro. O próprio diabo.

Eram perguntas que eu estava clamando por respostas. Mas eu não as tinha. E tenho medo de nunca ter.

(...)

Acordei de mais um pesadelo que tive com Axel, ele vinha e me fazia sua de forma brutal, era um pesadelo pior que o outro. Vejo os pequenos raios de sol entrando pela janela, já está amanhecendo, e eu não dormi quase nada. Sempre que eu pregava os olhos eu via Axel arrancando tudo aquilo que eu guardava com tanto amor.

Me encolhi na cama olhando para vista em minha frente, está frio mas eu não quero ligar os aquecedores do quarto. Só quero ficar quietinha em meu canto. Talvez ele esqueça que eu existo, já que agora teve o que queria.

Estou tão perdida olhando para aquela vista maravilhosa que não vejo uma senhora entrando no quarto, ela tem uma bandeja nas mãos. Antes de falar qualquer coisa com ela eu a analisei, a senhora é elegante e me pareceu ser simpática, ela com certeza é uma empregada pois está com um uniforme simples, ela foi até uma mesinha no canto do quarto e arrumou a bandeja encima com maestria.

- Quem é você?- perguntei me ajeitando na cama.

- Sou uma empregada da casa senhora, e me chamo Beatriz. Estou ao seu dispor, trouxe seu café da manhã -Beatriz me pareceu ser uma pessoa de confiança, ela tem um sorriso amigável no rosto.

-Você pode trazer a bandeja até aqui por favor, não quero me levantar- Beatriz concorda com a cabeça e trouxe a bandeja até mim a colocando em cima da cama. Ela não se assustou com as marcas em meu corpo, o que me trás conclusão que Axel já fez isso muitas vezes e ela já viu.

- Eles não te assustam mais não é?- Perguntei olhando a comida estranha verde na bandeja, eu quero comer alguma gordurosa, não essas coisas verdes. Gosto de comer coisas calorias.

-Como senhora?-Beatriz perguntou como se não tivesse entendido a pergunta.

-Os hematomas em meu corpo Beatriz. O Diabo do seu chefe já fez isso muitas vezes. Que você como uma boa empregada do diabo que é, já viu todas elas e acabou se acostumando-Beatriz parece ficar desconcertada com minhas palavras.

- Sinto muito senhora- Ela disse abaixando a cabeça.

- Não, você não sente, não precisa mentir, eu já estou cansada de ouvir mentiras- Como estava com fome não vi outra solução e comecei a comer aquela comida verde que estava horrível. Isso não e comida de verdade.

Beatriz ficou igual um robô parada no meio do quarto me olhando comer aquela comida sem graça.

-Não tinha nada de melhor na sua cozinha?-Perguntei tomando um suco horrível. Acho que era de couve com alguma outra coisa que não consegui identificar.

-Foram ordens do senhor Finkler senhora-Essa mulher parece um robô, que chegar a sem engraçado. Esse senhor Finkler deve ser o mordomo da casa.

- Quem e esse idiota do senhor Finkler Beatriz?- Essa pessoa deve ser muito ruim pra me mandar tomar esse suco e comida.

- E o senhor Axel, senhora-Descubri mais uma coisa do meu sequestrador, até que seu sobrenome é bonito.

- Nossa, além de me estuprar ele também quer mandar nas minhas refeições-Beatriz de um sorrisinho sem graça ao ouvir minhas palavras.

Depois do que houve, amadureci uns dez anos, Axel pode achar que continuo uma menina mas ele mal sabe o que me tornei quando ele tocou meu corpo sem minha permissão. O que está acontecendo comigo só está me deixando com mais força para mim fugir dessa casa.

-O senhor Finkler deu a permissão para senhora andar pela casa- Beatriz disse atraindo minha atenção. Não dei muita importância, tudo que e relacionado a Axel eu não me importo, dês que não me afete ou me machuque.

-Onde estamos Beatriz?

- Na Rússia senhora-O baque veio forte, aquele desgraçado me trouxe para a Rússia, eu estou muito longe de casa. Minhas possibilidades de fugir estão diminuindo.

- O que Axel faz da vida?-Eu quero informações sobre meu sequestrador.

- Não tenho permissão pra falar sobre isso senhora.

-Claro que não tem.

Não falei mais nada, cansei de falar com essa mulher, ela só e mais um robô de Axel, terminei aquela refeição sem graça e me encolhi na cama me cobrindo até o pescoço.

Beatriz percebeu que eu estava com frio e ligou os aquecedores. Ela andou até a cama e pegou a bandeja vazia. Ela estava saindo do quarto quando eu a chamei.

-Beatriz.

-Pode falar senhora- Beatriz se virou pra mim com a bandeja nas mãos.

-Diga para diabo do seu chefe que sou sua prisioneira, não um porco- Disse me referindo a comida, aquela coisa estava horrível, eu comi pois estava com muita fome.

-Até mais senhora- Ela saiu do quarto me deixando sozinha novamente.

Me deitei na cama e comecei a chorar, eu ainda estava com fome aquela comida verde não me sustentou, mas eu não quero sair do quarto, também não sentir vontade de pedir mais comida para Beatriz, então irei ficar com fome mesmo.

Espero que tenham gostado❤️

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