A paz é um dos sentimentos que mais pedimos em nossas vidas. Desde pequenos pedimos para termos paz, seja por um trabalho de escola ou um puxão de orelha que nossos pais nos dão. A paz pode ser definida de várias formas, algumas pessoas falam que ela só chega quando morremos. Outras falam que ela e o conforto que sentimos, ou quando nosso coração está leve e sem medo.
A minha paz é ser livre. Tudo que mais quero é ter paz. Nunca tive amor paternal ou alguém que verdadeiramente se importa-se comigo. Sinto um vazio tão grande e como se algo faltasse em mim. A dor que sinto no meu coração é terrível, as lágrimas já não são suficientes para expressá-la.
Eu nunca irei entender porque o destino está sendo tão cruel comigo. O que fiz para merecer isso? Às vezes me pergunto se estou pagando pela morte da minha mãe. Eu não vejo nenhum erro que eu tenha cometido nessa vida. Os mais velhos dizem que nessa vida vivemos o que plantamos. Mas isso não se encaixa comigo. Eu não fiz mal a ninguém.
Às vezes sinto que estou morrendo por dentro. Eu não estou tendo mais forças para lutar. Posso dizer que conheci o diabo antes de morrer. Axel tem um nível de crueldade inexplicável, eu vi que ele realmente não tem coração.
Ele me chama de anjo, mas nem um anjo seria capaz de trazer luz para seu coração. Ele e um homem ruim e nem as melhores das bondades seria capaz de muda-lo.
Minhas costas ardem um pouco eu já não sinto tanta dor física, mas quando fecho meus olhos me parto em pedaços. Sinto o ferro queimando minha pele como se fosse um nada. A dor foi tanta que fiz xixi na roupa, eu não sei como aguentei aquilo. Não sei como ainda estou viva.
Agora estou marcada como um animal, me sinto suja e humilhada. O que me destrói todas às vezes que fecho meus olhos e saber que isso nunca sairá do meu corpo. Posso fazer mil tatuagens ou cirurgias, mas minhas costas nunca mais será a mesma.
Agora sei que pertenço a Axel mesmo não querendo. Ele me marcou como seu animal prefirido.
Não sei a quantos dias estou nessa cama. Desde que Axel me deu aquela dose de morfina, perdi a noção do tempo. Às vezes acordo chorando de dor. Axel não saiu do meu lado, ele fica dizendo palavras carinhosas e cuidando das minhas costas. Ele me deixa confusa, eu o odeio, mas gosto do seu carinho. Axel me bate mas me dar carinho logo depois isso está me enlouquecendo
Eu não sei se quando eu melhorar totalmente terei forças para olhar no espelho novamente. Sei que a cicatriz será uma letra A, isso e como fosse um aviso demarcando uma prioridade.
Estou perdida em pensamentos que não sinto um carinho em meus cabelos. Hoje acordei sem dor, mas não tive coragem de me virar, preferi continuar de bruços na cama. As mãos de Axel descem por minhas costas. Ele faz um movimento de vai e vem sem me machucar.
— Sei que você está acordada Anjo— Ele disse arrumando o braço e me abraçando sem encostar no meu ferimento.
— A quanto tempo estou nessa cama Axel?
— Seis dias, você teve muita febre, anjo e não parava de chamar sua mãe— Mesmo nós piores dos momentos sempre lembro de minha mãe. Mas isso não adianta muito afinal ela está morta.
— Minhas costas estão ardendo um pouco.
— Isso é normal Anjo, Adam disse que vai arder e coçar por muitos dias.
— Ok— Afundei meu rosto no travesseiro tentando abafar meus soluços. Minhas lágrimas molham o pano debaixo de mim. Não quis estender o assunto.
— Shhh, está tudo bem amor, irei cuidar de você— Axel disse chegando mais perto de mim e cheirando meu pescoço.
— Isso nunca sairá de mim, não é?— Minha voz saiu trêmula por causa do choro.
— Isso o que?
— A cicatriz.
— Fiz para não sair mesmo, você sempre será minha Aisha.
— Por que eu Axel? O que fiz para merecer tanto sofrimento?— Axel me puxou com cuidado e fez com que eu deitasse com a cabeça em seu peito nu.
— Olha nos meus olhos — Ele pediu. Levantei a cabeça e olhei nos seus olhos. Eles estavam vazios nem mesmo ódio tinha alí.
— O que você vê?
— Nada.
— Foi isso que você fez para estar ao meu lado. Respondendo sua outra pergunta eu te escolhi porque senti que você era minha.
— Você e bandido?— Eu soltei do nada. Axel deu um sorriso de lado.
— Sou muito mais do que isso anjo.
— Me diga.
— Sou chefe da máfia, amor. Seu pai me conhecia muito bem.
— Mas como? Meu pai está em Londres.
— Bratva controla boa parte do mundo amor. Seu pai tinha uma investigação contra mim, ele estava tentando me prender — Liguei os fatos e só podia ser Axel no dia que meu pai estava furioso com aquela operação.
— Sim— Ele diz.
— O que?
— No dia que te trouxe para nossa casa seu pai saiu para me prender, ele foi tão burro amor.
— Eu não gosto quando me chama assim — Desviei o assunto, falar sobre meu pai doía demais.
— Problema seu amor — Fechei a cara e me acomodei melhor em seu peito, ele fazia um cafuné em meus cabelos.
— Quer tomar um banho?
— Agora não.
— Estou louco para te foder, ter essa buceta apertadinha engolindo meu pau.
— Você só pensa nisso — Abaixei o rosto envergonhada
— Não tem outra coisa para pensar amor, você ao meu lado me faz ter os piores pensamentos possíveis.
— Inclusive me pegar à força.
— Você não me dá escolha.
— Mas… — Ele não deixou eu terminar.
— Sem mas. Descanse minha menina curiosa.
Essa é a primeira vez que temos uma conversa tranquila. Axel respondeu minhas perguntas sem qualquer receio ou vergonha. Ela falou da máfia com orgulho, seus olhos brilharam quando ele falou dela. A máfia deve ser a coisa mais importante para Axel. Isso me deixa com uma pulga atrás da orelha, onde está a família de Axel? Beatriz falou que ele só tem o irmão. Milhares de coisas passaram pela minha cabeça. Deixei os pensamentos de lado fechando os olhos e tentando dormir deitada em seu peito.
Espero que tenham gostado ❤️
Obrigada pelos votos 🌟
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Bem-vinda ao inferno
Romance(Concluído) Alerta:Romance dark +18 | SEM REVISÃO Aisha Coleman é uma menina de 18 anos, que sofre com a morte da mãe e com a ausência do pai. Ela sofre bullying na escola e nunca teve amigos. Sempre esteve sozinha. Aisha se torna amiga de uma jove...