Contato com o passado

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— Como você conseguiu tão rápido um voo pra cá? — Perguntei ao rapaz, optando por quebrar o silêncio que se formou.

— Já começo pedindo desculpas — Jeon agora parecia receoso. — Eu usei o jatinho. Insisti bastante pra que o piloto me trouxesse, alegando que você estava correndo um risco sério... O que não era mentira — encolheu os ombros, me olhando com culpa. — Ele só aceitou depois que percebeu todo o meu nervosismo. Espero que não o demita.

— Óbvio que não fazer isso — neguei com rapidez. — Aquele jatinho é seu e o funcionário também. Como você mesmo já disse, só estou cuidando das suas coisas temporariamente. Não se sinta culpado.

— Tudo bem... — respirou fundo mais uma vez. Jeongguk deve ter ficado muito angustiado durante todo o caminho até aqui. — Quando pretende voltar pra Seul?

— Eu queria ir hoje, mas não posso cansar ainda mais a Heeji — olhei para a menina adormecida. — Vou amanhã.

— Eu vou voltar com vocês, está bem? — Encarei-o assustada. — Vim pra isso.

— Mas... Mas você vai ficar na cidade?

— Evidentemente — riu. — Só sairei daqui com as duas.

— E os seus compromissos?

— Já dei um jeito em todos.

— O que Marie achou?

— Na verdade, ela ainda não foi avisada — coçou a nuca, incerto. — Vou conversar sobre o assunto mais tarde, durante uma ligação — pressionou os lábios antes de continuar. — Preciso conseguir um quarto aqui no hotel primeiro.

— Jeongguk, eu realmente não quero incomodar — falei e o maior revirou os olhos. — É sério. Você pode ficar tranquilo porque nada vai acontecer com a gente.

— Mesmo que você e até o próprio Hojin me garantissem isso, eu não poderia voltar hoje — bufou. — O piloto precisa descansar, o jatinho tem que ser abastecido e já está um pouco tarde pra voltar. Eu não sou de ferro, não aguento outra viagem.

— Certo... — respirei fundo, assentindo logo após. — Quer mais água?

— Eu estou com fome — entortou a boca enquanto massageava os pés. — Vou comer algo no restaurante. Será que a comida daqui é muito cara?

— Você se importando com isso? — Arqueei uma sobrancelha, surpresa. — Novidade.

— Esqueceu que estou pobre? — Cerrou os olhos e eu ri fraco, envergonhada. — A mãe da minha filha soube fazer direitinho e me deixou com quase nada.

— Jeongguk...

— É brincadeira — deu de ombros em meio ao riso. — Mas a parte da grana não é. Eu não posso desperdiçar porque separei o meu dinheiro extra pra gastar com a Hee. Pretendo levá-la a diversos espaços infantis.

— Appa? — A voz fina da menina surgiu de repente e o sorriso de Jeon foi instantâneo.

— Oi, filha! — Ele disse alto, correndo para abraçá-la ainda deitada sobre a cama. — Sentiu a minha falta?

— Sim — Hee bagunçou os cabelos do pai. — Muito.

— É? — O mais velho riu. — Eu também senti e foi por isso que vim te ver aqui em Daegu — Heeji sorriu largo e bateu palmas, feliz pela presença de quem tanto amava. — Você quer comer alguma coisa? Está com fome? — Questionou. — O papai vai comprar o que você quiser.

Hambu! — ela gritou, causando a nossa risada.

— Hambúrguer? — Perguntei.

— É!

Em nome da vingança | Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora