— Você não vai entrar pra perguntar o que está acontecendo? — Haneul me fez despertar dos pensamentos. Eu tentava desesperadamente encontrar uma justificativa para aquele encontro esquisito.
— Não — falei antes de suspirar. — Jeongguk é solteiro e ela também, então...
— De qualquer forma, você é a chefe dela e o Jeon é o seu marido — a irritação da minha amiga era clara em seu tom de voz. — Não é possível que você tenha tanta raiva do Jeongguk ao ponto de ignorar aquilo ali — apontou para o interior da loja de doces. — A situação está estranha e você merece uma explicação.
— Eu não posso interferir no lado amoroso dele, Haneul — neguei com a cabeça para reforçar e tentar me convencer disso também. — Jeongguk tem que seguir em frente e eu não posso, não quero e não vou ser uma pedra no caminho. Se a moça que ele escolheu é a Gayoon, eu vou respeitar. Fim.
— E a Hee? Onde está? — Cruzou os braços enquanto me encarava de olhos cerrados. — A babá deveria estar com ela.
— A Gayoon me disse pela manhã que a levaria até a casa dos meus pais — encolhi os ombros. Não havia o que fazer. — Acho que ela deixou a Hee com a minha mãe e veio se encontrar com o Jeongguk — Shin acenou negativamente com a cabeça e após bufar, inconformada, voltou a observar os dois. — E está tudo bem sobre isso.
— Mas... Calminha aí... — Haneul se esticava para ver a região das mesas melhor. — Eles não estão sozinhos — caminhou até a porta de entrada do estabelecimento e pôs as mãos na cintura. — Vem comigo.
— E qual é o prob...
— Heeji está lá com eles! — Falou mais alto, quase gritando.
— O quê? — E eu gritei, assustada demais para me preocupar com educação. — A minha filha está... — interrompi a minha pergunta ao olhar na direção da mesa dos dois e ver Heeji sendo alimentada por Jeongguk. Ele direcionava um pedaço de morango à sua boca, que já estava bem aberta. — Todos os limites foram ultrapassados agora! — Sentindo a raiva borbulhar dentro do meu ser, abri aquela porta de vidro com força e entrei na loja em passos duros e rápidos. — Jeon Jeongguk — chamei a atenção do moreno assim que me aproximei suficientemente. Haneul estava logo atrás de mim.
— (s/n)? — Ele arregalou os olhos, levantando-se da cadeira no segundo seguinte.
— Me diz que Gayoon estava passeando com a Hee e que vocês se encontraram por acaso — pedi baixo, tentando não fazer uma cena no estabelecimento. — Me diz que isso aqui não está acontecendo todas as tardes desde que fomos morar juntos — continuei, expondo a ideia que surgiu ainda enquanto eu caminhava até os três. — Porque eu não sou idiota, Jeongguk. Eu te vejo praticamente todos os dias em casa e isso é muito suspeito vindo de alguém como você.
— Eu... Eu vou te explicar — tentou se aproximar de mim, porém eu caminhei decididamente até Heeji para que pudesse retirá-la do carrinho e trazê-la até os meus braços. Naquele momento, parecia que eu havia descoberto a mais terrível das traições. — Eu só queria ver a Hee um pouco mais. Você não me permitiu ter contato com ela e...
— Como não, Jeongguk? — O interrompi. — Vocês estavam se vendo ultimamente! Eu estava permitindo aos poucos!
— Eu fiz o acordo com a Gayoon antes de você abrir a guarda, entende? — Ao perceber o que falou, fechou os olhos com força e soltou o ar que prendia. — Você realmente achava que eu ficaria longe da Heeji? Pensa um pouco, (s/n). Durante a gravidez, eu estava com você e concentrei todas as minhas energias pra que tudo desse certo e a Hee viesse saudável ao mundo. Eu me envolvi, fiz planos pra ela, enchi a minha casa de ursos, montei um berço... — parou de falar para respirar fundo. — Agi e me senti como um pai por longos meses pra você simplesmente chegar agora e dizer que eu devo ficar longe?
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Em nome da vingança | Jeon Jungkook
Fanfiction「 𝐅𝐢𝐧𝐚𝐥𝐢𝐳𝐚𝐝𝐚 」 Namorar um tatuador não era fácil. As horas dedicadas aos desenhos nos tiravam bastante tempo juntos e, além disso, tínhamos que lidar com o preconceito. Era sempre a mesma careta direcionada a mim quando descobriam que eu...