Como assim o meu namorado estava por aí desfilando com um cabelo vermelho e sequer me comunicou sobre isso? E onde ele arranjou um grupo de dez pessoas? Por que estavam perambulando pelas ruas de Seul? Nervosa, subi até o meu quarto e peguei o celular para discar o número de Jeongguk. Minha mãe ficou ao meu lado enquanto eu esperava ouvir a voz do meu namorado do outro lado da linha, porém ele não atendeu. Tentei quinze vezes e nada.
— E agora, mãe? O que eu faço?
— Eu acho que você deve descansar. Já está um pouco tarde e você estudou o dia inteiro, filha — tocou meus ombros.
— Mãe, e se o Jeongguk está fazendo coisas erradas ao lado do Hojin? — Ao ver o desespero em meu rosto, ela me abraçou com força.
— Não é nada de mais, seu pai só ficou furioso ao ver o possível futuro marido da filha dele andando por aí como um moleque. Confesso que estou um pouco surpresa, pois Jeongguk não fazia isso quando vocês eram mais novos.
— Pois é, nunca fez — suspirei, separando-me dela.
— Por isso fui contra essa história de estúdio de tatuagens. Só dá gente que não presta, pessoas viciadas, bandidos...
— Mãe! — A interrompi. — Não vi ninguém assim por lá. Chega de pensar desse modo, não estamos no início dos anos 2000. Muita gente boa e honesta vai fazer tatuagem — ela suspirou e eu me joguei na cama, mandando uma mensagem para Jeon em seguida.
Perguntei onde ele estava, mas não obtive resposta pelas próximas duas horas. Após desistir, coloquei meu pijama e tentei dormir. Revirei-me na cama enquanto pensava sobre as coisas que Jeon podia estar fazendo pela rua, mas decidi manter-me firme na minha promessa. Não suspeitaria de suas ações e confiaria nele em qualquer hipótese. Levantei-me, indo até o closet para poder levantar a camisa e olhar a nossa tatuagem através do espelho. A minha tinha um valor ainda mais especial porque foi ele quem fez.
Eu confio em você, Gukkie.
— Jeongguk está? — o recepcionista assentiu, mas me interrompeu com o braço estendido à minha frente quando tentei seguir até a escada.
— Ele está tatuando — sorriu fechado.
— Há muito tempo?
— Sim, já faz uns trinta minutos. Acredito que ele termina em breve.
— Então eu vou esperar ali — apontei para a sala de espera e ele assentiu. — Obrigada — dei alguns passos até o local, mas retornei para o balcão.
— Você conhece o Hojin? — O rapaz negou. — Aquele rapaz alto que tem o cabelo rosa claro?
— Ah, sim! — Riu fraco. — Conheço de vista.
— Ele teve aqui por esses dias?
— Sim, ele vem todos os dias por volta das três da tarde.
— O que ele faz aqui?
— Hojin confere algumas planilhas aqui no balcão e depois sobe. Ele passa uns vinte minutos lá no andar de cima e vai embora.
— Você é bem observador, huh? — Nós rimos. — Muito obrigada.
— Disponha.
Cumprimentei as pessoas que estavam por ali e ocupei uma das cadeiras. Era por volta das nove da manhã e eu havia faltado aula hoje. Haneul falava comigo via mensagem, passando informações sobre algumas atividades que precisaríamos fazer pelos próximos dias. Em breve teríamos que ir até a clínica novamente para fazer as aulas práticas e nesses dias eu não poderia faltar. Minha atenção foi tirada do celular quando uma moça atendeu o seu telefone e disse para a pessoa do outro lado que estava no supermercado, isso também aconteceu minutos depois com o rapaz que estava atrás de mim. O que deu nesses coreanos para mentir via ligação?
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Em nome da vingança | Jeon Jungkook
Fanfic「 𝐅𝐢𝐧𝐚𝐥𝐢𝐳𝐚𝐝𝐚 」 Namorar um tatuador não era fácil. As horas dedicadas aos desenhos nos tiravam bastante tempo juntos e, além disso, tínhamos que lidar com o preconceito. Era sempre a mesma careta direcionada a mim quando descobriam que eu...