Paz em Daegu

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(S/N)

— Eu definitivamente adoro essa cidade — falei enquanto caminhávamos sem rumo pelas ruas. Haneul tomava refrigerante e eu me deliciava com um sorvete. — Já até pensei em comprar uma casa aqui e me mudar.

— Não me abandone — a loira disse enquanto me abraçava por trás. — Eu não vivo sem você — nós rimos.

— Jisub adoraria saber disso.

— Ele tem que aceitar — deu de ombros. — Mas se você viesse, eu viria junto. Não seria nada mau morar aqui.

— Não é?! — Continuamos andando até chegar a uma galeria de lojas. — Vamos ocupar um banquinho antes que... — me interrompi ao ver um homem se sentar no último banco disponível. Já estávamos bem perto. — Tarde demais.

— Ele viu que estávamos chegando pra sentar, não é possível — Haneul disse alto e eu arregalei os meus olhos, assustada. Ela não iria arranjar uma confusão aqui, não é?

— Deixa pra lá, nós podemos achar outro lugar — olhei ao redor, mas não havia outra opção de assento. — Droga — resmunguei.

— Querem sentar aqui? — O rapaz nos olhou e sorriu de forma gentil. — Há espaço suficiente pra nós três.

— Nós já estávamos vindo pra cá, mas você passou na nossa frente — a minha amiga respondeu emburrada, cruzando os braços em seguida.

— Mas não se preocupe, essas coisas acontecem mesmo — falei rapidamente. Tentava amenizar a situação chata que Haneul havia acabado de criar. O homem coçou a nuca e sorriu sem graça, olhando para o celular em seguida.

— Eu faço questão que sentem — levantou-se e apontou para o banco. Que vergonha. — Só queria enviar uma mensagem. Não tenho intenção de ficar aqui por muito tempo — deu de ombros, mantendo o seu sorriso gentil.

— Então, já que é assim... — Haneul sorriu abertamente e se sentou. — Vem, amiga — puxou-me pelo braço para que eu ocupasse o lugar ao seu lado.

— Já enviou a sua mensagem? — Perguntei para o homem.

— Não, mas...

— Sente-se aqui — afastei-me um pouco e deixei espaço para ele ao meu lado. — Agora eu que faço questão — sorri fechado e, após olhar para os lados, o homem ocupou o lugar.

— Obrigado.

Não queria parecer uma oferecida ou algo do tipo. Na verdade, só queria retribuir a gentileza de alguma forma. Haneul, não se importando com nada, abriu a sua bolsa e retirou um pequeno pacote de doces. A loira apenas me ofereceu o conteúdo e eu tive que fazer o papel mais sensato de oferecer para o homem ao meu lado também. Ele negou de imediato, voltando a digitar a tal mensagem com rapidez.

— Bom, muito obrigado pelo espaço no banco — o rapaz de cabelos acinzentados disse sorridente.

— Eu só retribuí a gentileza — dei de ombros enquanto também sorria. Haneul parecia uma criança birrenta e nem sequer dirigiu o olhar para ele.

— Vocês são turistas?

— De certa forma, sim — ri fraco. — Haneul veio visitar a avó — apontei para a moça ao meu lado e ele assentiu com a cabeça. — E você?

— Estou aqui a trabalho — suspirou. — Sou Kim Namjoon — estendeu-me a sua mão e eu a apertei.

— Sou (s/n) e essa é a Haneul.

— Ele já ouviu o meu nome antes — ela disse de boca cheia.

— O que acha de engolir antes de falar? — Virei-me na sua direção para poder falar baixo, mas o rapaz pareceu ouvir e riu. — Desculpe os modos de Haneul. Ela anda meio estressada.

Em nome da vingança | Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora