Um estímulo para Heeji

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— Puta que pariu... — sussurrei horrorizado, me apoiando no encosto da cadeira. — Vou ter que me casar pra salvar as duas empresas, então? — Jin assentiu. — É oficialmente um pesadelo! — Puxei os cabelos para trás, buscando sentir um alívio naquela dor. — E quem vai aceitar se casar por conveniência nesse século, Seokjin? — O encarei com revolta. Não conseguia aceitar aquilo.

— Muitas pessoas fazem coisas por dinheiro — riu fraco. — Mas eu já tenho uma candidata extremamente especial que será perfeita para o cargo.

— Hisoka te falou da Kitana, não foi? — Revirei os olhos. — Ou melhor, da Akemi — ri. — Bom... Não vai rolar. Ela está de casamento marcado e eu até mandei um presente bem significativo.

— Mas eu não...

— Eu paguei a lua de mel — sorri. — Vou patrocinar o sexo em uma praia paradisíaca.

— Você ainda é um pré-adolescente — agora foi a sua vez de revirar os olhos. Eu ri alto. — Não brinque, Jeongguk! Estamos falando do seu casamento e da sua chance de consertar tudo.

— Veja só! — Bufei. — Que estranho, que bizarro... — fiz careta, levantando-me da cadeira para pegar um copo bem cheio de uísque. — Vai fazer o quê? Escolher uma noiva pra mim e só me apresentar no dia do tal casamento?

— Não fale como se vocês fossem pra uma cerimônia religiosa — caminhou até mim, apossando-se do copo que eu ainda iria levar até a boca. — Eu pensei em tudo antes de dormir — bebeu todo o uísque que eu havia colocado, me fazendo bufar alto mais uma vez. — Será apenas um casamento civil, com contratos como qualquer outro.

— E o que terá no contrato? Duração do casamento? — Ri soprado, negando com a cabeça enquanto me servia em outro copo. — Lembrei de uma novelinha que a minha mãe estava assistindo um dia desses. Era quase igual — zombei antes de beber todo o líquido escuro em um gole generoso, sentindo a minha garganta arder no segundo seguinte. Eu precisava disso para continuar a conversa. — Não tenho nenhuma moça de confiança pra fazer isso, então não sei como vai acontecer.

— Eu sei.

— Então... — arqueei uma sobrancelha, incentivando-o a continuar.

— (s/n).

— O que tem a (s/n)?

— Será a sua esposa.

— Como é? — Gritei, completamente assustado. — O que disse?

— Ela é de confiança, foi a sua namorada e sabe muito bem como se comportar ao seu lado sem parecer uma boba deslumbrada — riu. — Também tem uma filhinha linda que vai melhorar ainda mais a sua imagem de homem resp...

— Não mete a Heeji nisso — o interrompi com rapidez, completamente sério. — Ela é uma bebê inocente, não deve sequer ser citada nessa sujeira.

— Mas os CEOs ficariam surpresos e comovidos ao saber que você cria a filha de outro homem como se fosse sua — disse animado e eu encarei o chão, triste. Droga! Era doloroso ouvir que a Hee não era a minha filha. Eu ainda não consegui entender como o destino foi tão filho da puta comigo.

— Não vou usar a (s/n) e muito menos a Heeji pra conseguir a presidência do complexo.

— É por elas também, Jeongguk — Jin disse mais baixo, cansado de tentar me convencer. — Será um esforço mútuo que terá a salvação da empresa dos dois como resultado.

— Só que a (s/n) não saberá de nada disso — rebati. — É injusto.

— Claro que saberá.

Em nome da vingança | Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora