— Meu Deus... — sussurrei antes de ceder à fraqueza nas pernas e sentar-me no chão. — Não pode ser. Isso é um pesadelo.
— O exame está aqui — Hari caminhou até a bolsa e jogou o papel no sofá. — Se quiserem conferi-lo ou consultar um médico de confiança pra confirmar a veracidade, fiquem à vontade — suspirou com pesar. — Park vai me odiar por isso, mas eu não vou aguentar saber que uma criança inocente está sofrendo por não ter o sobrenome e, principalmente, a presença do pai verdadeiro — negou com a cabeça. — Eu passei por essa situação, cresci tendo que lidar com a dor de ser odiada gratuitamente pelo meu pai — fungou, limpando os olhos em seguida. — Saibam que estou fazendo isso pela menina, não por vocês.
— É mentira, não é? — Jeongguk segurou o outro braço da moça e a chacoalhou. — O que o Minhyuk vai te dar em troca dessa encenação aqui?
— Uma tapa no rosto, talvez? — Gritou enquanto permitia que as lágrimas caíssem por suas bochechas novamente. — Se isso foi parte do plano, ele vai ficar furioso por ter acabado — respirou fundo antes de desvencilhar-se de Jeongguk, que permitiu. — Mas eu fiz o certo. Se vão acreditar ou não, a escolha é dos dois — nos olhou alternadamente. E eu, assim como ela, já chorava bastante. Aquilo era mesmo real? — O que aconteceu entre vocês desde aquela época foi uma grande merda, mas a Heeji precisa de uma família saudável — disse com seriedade. — Deem isso a ela se puderem — enxugou o rosto e arrumou a bolsa no ombro. — Sinto muito por tudo, (s/n) — me encarou. — Fica bem, de verdade.
E essas foram as últimas palavras de Hari antes de ir embora às pressas. Jeongguk tinha as mãos trêmulas e isso ficou ainda mais perceptível no momento em que segurou o papel do exame. Eu continuei sentada no chão e chorava enquanto negava com a cabeça repetidas vezes, recusando-me a acreditar que aquele teste de paternidade foi uma farsa. Como um laboratório de respeito foi capaz de errar ou, pior, de deixar-se subornar? Minhyuk seria mesmo capaz de levar todo o seu ódio por aquele caminho? Seria capaz de brincar com o futuro da minha filha? Não fazia sentido! Ele disse que não a suportava, que não queria ser o seu pai, então por que levar para si aquela responsabilidade? Apenas por vingança?
— Eu... Eu já sei o que fazer — a voz de Jeon saiu embargada. O moreno tirou uma foto do papel, digitou algo em seu celular e depois o colocou sobre a orelha. — Doutor Baek? — Caminhou em círculos pela sala. — Preciso da sua ajuda. É urgente.
— O que vai fazer? Por que ligou para o pediatra de Heeji? — Perguntei baixo, mas não obtive resposta.
— Por favor, confira a foto que mandei por mensagem. Há alguma chance desse exame ser verdadeiro? O resultado é aceitável? O laboratório existe? O médico é confiável? — Disparou. — O senhor é experiente, sei que pode me ajudar agora — ele falava rápido, nervoso. — Tudo bem, eu aguardo — encerrou a ligação e fechou os olhos fortemente, amassando o papel em sua mão. — Eu acho que é verdade, (s/n) — me encarou. Jeon exalava desespero. — A Heeji tem os meus olhos, o nosso nariz é parecido e... A pinta — suspirou e buscou controlar o lábio inferior trêmulo ao mordê-lo. — Isso diz muito pra mim.
— Eu não sei... — murmurei em choque. Fazia sentido, mas a ideia ainda era surreal. — Precisamos de muitas respostas.
— Responde, doutor Baek — sussurrou agoniado, caminhando devagar até o sofá. — Eu deveria estar pensando em maneiras de acabar com o Minhyuk agora, mas só consigo pensar na Hee — o choro que ele prendia foi liberado e as suas mãos logo cobriram o seu rosto. — Se a resposta for positiva, de que esse exame faz sentido, eu vou solicitar um novo teste, (s/n). Mereço saber a verdade.
— Se o Minhyuk for estéril, a Heeji só pode ser a sua filha — falei baixo, completamente nervosa. De uma hora para outra, havia a possibilidade real de Jeongguk ser pai da Hee. Era inacreditável. — Não há outra opção.
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Em nome da vingança | Jeon Jungkook
Fanfiction「 𝐅𝐢𝐧𝐚𝐥𝐢𝐳𝐚𝐝𝐚 」 Namorar um tatuador não era fácil. As horas dedicadas aos desenhos nos tiravam bastante tempo juntos e, além disso, tínhamos que lidar com o preconceito. Era sempre a mesma careta direcionada a mim quando descobriam que eu...