Ligação especial

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— Senhorita (s/n), o pai da Heeji está entrando — a funcionária da casa dos meus pais avisou e o susto veio forte para minha mãe e eu, que rimos assim que nos entreolhamos. Minhyuk aparecendo duas vezes com um intervalo curto de tempo era novidade.

— Certo, muito obrigada — agradeci. — Pode trazê-lo assim que chegar na porta.

Alguns minutos se passaram e o loiro logo apareceu. Sorridente e com um urso de pelúcia grande nas mãos, Minhyuk se aproximou de nós três vagarosamente; como se estudasse a nossa reação. Eu permaneci séria, assim como a minha mãe, e Heeji emitiu um som gutural, talvez reconhecendo a presença do pai. Park bateu palmas para chamar a sua atenção e a menina o encarou fixamente enquanto ele caminhava na nossa direção. Assim que ficou suficientemente perto, o rapaz soltou o presente que trazia consigo e retirou a mais nova do colo da minha mãe após pedir e receber a autorização curta e grossa da ex-sogra.

— Eu vou deixar vocês conversando a sós — a mais velha disse antes de praticamente correr dali. Conhecendo-a como conheço, sei que soltaria um sermão se ficasse mais um minuto conosco.

— Oi, lindinha — Min fez uma voz mais fina, ganhando um sorriso torto de Heeji. Ela ainda tentava reconhecê-lo. — Está bem? Se alimenta direitinho? Não está deixando a mamãe sem dormir, está? — O loiro tentou fazer com que a bebê a encarasse, mas sem sucesso. A nossa filha agora estava focada em sua camiseta listrada. — Precisa de algo, (s/n)? — Perguntou sem retirar os olhos da mais nova.

— Não, estamos ótimas — respondi de forma breve. — Só acho que você deveria reservar um tempo pra sua filha. Heeji vai mesmo crescer sem a presença do pai?

— Eu vim até aqui justamente pra tratar disso — sorriu ao me olhar. — E você está linda. A maternidade te fez muito bem — permaneci em silêncio, esperando que ele continuasse a falar. — Bom, eu quero fazer um acordo contigo.

— Pelo jeito, a conversa com o meu pai surtiu efeito — suspirei alto, aliviada. — Diga.

— Heeji está ficando velhinha e eu acho que em breve poderei cuidar dela sem você por perto, então...

— O que está insinuando? — O interrompi falando mais alto. — Não vai querer brigar por uma guarda compartilhada, vai?

— Ainda não — ficou sério. — Se você não aceitar o acordo que irei propor, sim.

— E qual é a droga do acordo?

— Por que está me tratando assim?

— Ainda pergunta? — Arqueei uma sobrancelha. — Você é cínico demais, Park. Como nunca percebi isso antes? — Neguei com a cabeça e respirei fundo, voltando a focar no assunto mais importante: minha filha. — Proponha o acordo, estou esperando.

— Quero buscar a minha filha em alguns finais de semana pra que nós dois possamos estabelecer uma conexão familiar — sorriu enquanto olhava para a menina alheia a tudo em seu colo. — Estou morando na casa dos meus pais, então você saberá exatamente onde me encontrar quando eu estiver com ela.

— E o que pretende fazer? Ficar com ela na sua casa? — Perguntei preocupada. Não estava pronta para me separar da minha menina daqui a alguns meses. — Heeji gosta de passear, de ver o céu no fim da tarde e também...

— Você vai me dizer tudo o que ela gosta — me interrompeu. — Eu prometo fazer todas as coisas que Heeji quiser, que a faz ficar feliz — balançou a bebê nos braços. — É a minha filha e eu tenho o direito de ter esses momentos, a não ser que nós dois...

— Não completa — foi a minha vez de interrompê-lo. — Já disse que não teremos nada e eu acho que já está mais do que na hora de você entender isso. Não quero que a minha filha cresça ouvindo as nossas discussões sobre esse assunto — me levantei irritada, pegando a mais nova no colo. Heeji não mostrou-se contrária, o que me aliviava. De certa forma, eu tinha medo de que algum dia ela preferisse o Minhyuk a mim. — E se você ousar fazer alienação parental, eu vou...

Em nome da vingança | Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora