Em nome da vingança | Jeon Jungkook

Recomeço

— Não sei fazer pedidos assim, então releve se parece mal feito — falei um pouco alto, nervosa. — Mas eu quero muito dar esse pas... — Jeon me interrompeu ao unir os nossos lábios. Mal tive tempo de piscar os olhos. Eu sabia que aquele não era o lugar ideal, já que criancinhas lindas estariam espalhadas por ali em breve, porém não me segurei e retribuí o beijo eufórico enquanto acariciava levemente os seus cabelos macios.

— Porra, (s/n)! — Murmurou, levando as duas mãos para as laterais do meu rosto antes de se afastar um pouco para me encarar. Os seus olhos estavam ainda mais brilhantes de lágrimas represadas e entregavam toda a sua emoção diante daquele momento. — Você me surpreende o tempo inteiro, me deixa completamente rendido... Eu não consigo pensar em outra coisa a não ser estar contigo! — Me deu um selinho bem demorado. — Confesso que nunca imaginei que seria pedido em namoro um dia e muito menos que isso aconteceria contigo, aqui... — Olhou ao redor e eu ri junto a ele. — Foi uma surpresa maravilhosa e eu nem consigo te dizer o que estou sentindo agora — pausou para respirar fundo. — Minhas pernas estão trêmulas, eu tenho vontade de correr pela escola inteira, de gritar de alegria e dizer o quanto te amo... — Falava rápido. — Eu estou tão feliz!

— Você aceita ou não, homem? — Brinquei, rendendo-me ao riso logo depois. — Está me deixando nervosa!

— Ainda tem alguma dúvida? — Aproximou-se e beijou a minha testa, seguindo para as minhas bochechas e parou em meus lábios. — Eu quero ser o seu namorado, o seu melhor amigo, o seu marido... Eu quero tudo o que você quiser, meu amor! — Tomado pela felicidade, apertou-me um pouco mais entre as suas mãos e iniciou outro beijo afobado.

— Mamãe! Mamãe! — A voz de Heeji ecoou ao longe, na área das piscinas, e nos obrigou a romper o contato. — Aqui! — Gritou quando a procurei com o olhar e eu não demorei a encontrá-la próxima à grade de proteção que limitava o acesso à arquibancada.

— Divirta-se, minha menininha! — Tentei não gritar, falando de um modo que ela pudesse ouvir. Por sorte, poucas pessoas estavam por perto e a minha vergonha era menor. O que a maternidade faz com a gente é impressionante. — Cuidado com as bordas da piscina, está bem? — Ela assentiu. — Eu te amo, bebê!

— Te amo! — Escutar a voz fininha e extremamente fofa da minha garota dizendo aquilo para mim foi o suficiente para me fazer sorrir como uma boba. Após acenar, ela caminhou até a sua professora e entrou em uma fila de crianças.

— A Hee nem falou comigo... — Jeongguk tinha a voz embargada. — Você roubou toda a atenção.

— Está chorando? — O encarei com surpresa. — Está? — O moreno enxugava a região dos olhos com pressa. — Por que ela não te chamou?

— Ah... — Suspirou. — Não é isso, na verdade.

— E o que é? — Sorri, já imaginando qual era o real motivo. — Por que está todo emocionado assim?

— Para! Você quer rir de mim! — Virou o rosto para o outro lado e eu me estiquei para segurar o seu queixo e trazê-lo de volta, fazendo-o me encarar. — É muito bom saber que agora estamos em um relacionamento — confessou, motivando-me a abraçá-lo fortemente enquanto ria baixinho. — Satisfeita?

— Estamos namorando há pouquíssimos minutos, não se emocione tão cedo — continuei brincando e o maior riu, aproveitando o abraço para me apertar ainda mais contra o seu corpo. Eu até podia sentir os seus batimentos cardíacos.

— Minha namorada... Meu amor... — Beijou o meu pescoço e eu gargalhei. — Te amo tanto! Obrigado por...

— Shhh... — Juntei os nossos lábios em um selinho após fazer um breve esforço para isso. — Não me agradeça por nada. Você é o homem que eu amo, que quero ao meu lado todos os dias e fim do assunto — acariciei os seus cabelos mais uma vez. — E, por favor, vamos parar de voltar ao passado, está bem? Quero ficar sem falar dele por pelo menos quatro anos — ri. — Me sinto pronta pra conversar sobre outras coisas com a nossa terapeuta, como, por exemplo, sobre a sua mania de organização que me deixa totalmente perdida quando chego na sua casa.